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FCS (DCF) - Dissertações de Mestrado

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  • O impacto da microbiota intestinal na saúde mental
    Publication . Costa, Ana Sofia Monteiro; Pina, Cristina; Carvalho, Márcia
    Nos últimos anos, a comunidade científica tem vindo a demonstrar que a microbiota intestinal tem um impacto significativo na saúde mental, existindo uma associação entre a sua diversidade e composição e o desenvolvimento de distúrbios mentais, como a ansiedade e a depressão. O presente trabalho teve como objetivo principal realizar uma revisão abrangente e atualizada da literatura sobre os mecanismos envolvidos na interação entre a microbiota intestinal e a saúde mental. A metodologia foi baseada na pesquisa de artigos científicos publicados nos últimos 5 anos, entre 1 de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2024. A pesquisa resultou num total de 170 artigos, dos quais, após análise criteriosa, 47 foram selecionados para a elaboração desta revisão. A microbiota intestinal está em comunicação com o sistema nervoso central (SNC) através do eixo intestinocérebro, sendo esta comunicação bidirecional. Evidências científicas indicam que desequilíbrios nesta via afetam a produção de neurotransmissores, como a serotonina e o ácido gama-aminobutírico, os quais desempenham um papel fundamental na regulação do humor e da função cerebral. Além disso, a microbiota intestinal está envolvida na produção de metabolitos e substâncias químicas que afetam o SNC. Os estudos incluídos nesta revisão confirmam que a complexa e diversificada microbiota intestinal também tem um papel fundamental na regulação da resposta inflamatória do organismo. Fatores como uma alimentação inadequada, o stress e predisposições genéticas podem alterar a microbiota, afetando o comportamento e a saúde cognitiva. Por outro lado, estratégias como intervenções nutricionais e o uso de probióticos ou psicobióticos demonstram potencial para modular de forma positiva o eixo intestino-cérebro, contribuindo para o tratamento de patologias como a ansiedade e a depressão. Apesar dos avanços na compreensão desta relação, persistem lacunas na literatura no que diz respeito à compreensão dos mecanismos moleculares específicos que regulam esta interação. São, portanto, necessários mais estudos e ensaios clínicos para fortalecer estes resultados e incorporar novas estratégias terapêuticas baseadas na modulação da microbiota intestinal.
  • Uso da quality-by-design no desenvolvimento de formulações de nanossistemas lipídicos
    Publication . Guerra, Ricardo Lopes; Silva, Ana Catarina
    A aplicação da abordagem da qualidade pelo design (quality-by-design - QbD) no desenvolvimento farmacêutico tem sido solicitada pelas autoridades reguladoras (Food and Drug Administration – FDA e European Medicines Agency – EMA), devido à possibilidade de simplificação e redução dos custos dos processos de fabrico. Na QbD, os objetivos de cada processo são definidos inicialmente, o que facilita o controlo e análise dos seus riscos, permitindo a obtenção de produtos seguros e de elevada qualidade. Nas últimas décadas, as investigações na área dos nanossistemas lipídicos, designadamente das nanopartículas de lípidos sólidos (SLN), dos vetores lipídicos nanoestruturados (NLC) e das nanoemulsões (NE) permitiram o desenvolvimento de novas formulações. Muitos investigadores têm aplicado a QbD na otimização dessas formulações, através da análise dos fatores que interferem com a composição e/ou com os métodos de fabrico, que são críticos para os diferentes parâmetros que caracterizam os nanossistemas. Na primeira parte deste trabalho de revisão, apresentam-se os diferentes conceitos da QbD aplicados ao desenvolvimento de formulações baseadas em nanossistemas lipídicos, bem como as suas características e requisitos gerais. De seguida, são apresentados exemplos de estudos publicados nos últimos anos nesta área. Os resultados obtidos a partir da análise desses estudos demonstram que a aplicação da QbD no desenvolvimento de formulações de nanossistemas lipídicos permitiu obter um maior controlo sobre os atributos críticos da qualidade (CQA) e os parâmetros críticos do processo (CPP). Este controlo resultou na obtenção de formulações com tamanhos de partícula reduzidos e uniformes, elevada eficácia de encapsulação (EE) e boa estabilidade. Foram também identificadas melhorias significativas na reprodutibilidade e na capacidade de otimizar os métodos de fabrico, contribuindo para a redução de custos e aumento da qualidade final dos produtos desenvolvidos. Com base nos estudos analisados, é evidente que o uso da QbD no desenvolvimento de formulações de nanossistemas lipídicos é uma estratégia promissora para enfrentar os desafios atuais da indústria farmacêutica. Esta abordagem facilita a identificação e minimização dos riscos associados à produção, além de permitir a adaptação eficiente às exigências regulatórias.
  • Tratamento da acne: no contexto clínico e na farmácia de oficina
    Publication . Vieira, Cristiana Fernandes; Gonçalves, Sérgio
    A acne é uma patologia de alta incidência que pode impactar negativamente os pacientes de maneira significativa. A demora na procura de apoio médico para o tratamento pode levar ao desenvolvimento de cicatrizes tanto a nível cutâneo como a nível psicossocial. O tipo de tratamento depende da gravidade da condição e pode envolver diferentes medicamentos tópicos e sistémicos, com o objetivo de diminuir a produção de sebo, prevenir a formação de cravos, reduzir a inflamação, controlar a quantidade de bactérias e normalizar o processo de queratinização da pele. Além do tratamento farmacológico, o tratamento da acne envolve mudanças de hábitos diários como higienização adequada da pele, hidratação, uso de proteção solar, prevenção de danos cutâneos e aplicação de cosméticos tópicos. Destaca-se que, apesar das constantes evoluções, é preciso reforçar o papel do farmacêutico como um profissional apto e capacitado a complementar o tratamento instituído pelo médico, bem como o seu papel individual no tratamento da acne leve. Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre a acne enfatizando os diferentes tipos de tratamentos disponíveis, bem como uma análise sobre o papel do farmacêutico no apoio ao utente com esta patologia.
  • Adverse effects of the drugs methylphenidate, atomoxetine and lisdexamfetamine reported to the European Pharmacovigilance System
    Publication . Motete, Mpho; Capela, João Paulo Soares; Silva, Ana Marta
    Attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) is a common condition affecting both children and adults. In Portugal, three primary medications—methylphenidate, atomoxetine, and lisdexamfetamine—are approved for ADHD treatment, with methylphenidate being the most widely prescribed since 2003. This study aims to investigate the adverse effects of these medications as reported in the European Pharmacovigilance System (EPS) over the past decade. The study begins by reviewing the pharmacology, clinical applications, and efficacy of each drug based on clinical trials, providing context for their widespread use. It then analyses EPS data on adverse drug reactions (ADRs) was recorded from 2013 to 2024, focusing on age, gender, and geographical differences among the affected populations. Results indicate that ADRs vary significantly across demographics, with methylphenidate showing the highest number of reported cases, particularly among younger patients, while lisdexamfetamine and atomoxetine demonstrate distinct adverse profiles. Males report higher ADRs with methylphenidate and atomoxetine, while females exhibit more ADRs with lisdexamfetamine, suggesting potential gender-related differences. Additionally, nervous system and psychiatric disorders are the most reported ADRs across all three drugs, with cardiovascular issues appearing more frequently in adults and older populations. This study’s findings underscore the importance of demographic-specific monitoring, revealing patterns that can inform safer prescribing practices and support personalized treatment strategies for ADHD. By expanding on pharmacovigilance data across diverse populations, the study aims to enhance understanding of these medications' safety profiles and contribute to improved management and outcomes for individuals with ADHD.
  • Identificação e quantificação de pigmentos naturais de espécies vegetais invasoras alocadas em Portugal com potencial aplicação farmacêutica
    Publication . Couto, Joana Daniela Moreira; Ferreira da Vinha, Ana; Silva, Carla Sousa e
    As espécies vegetais invasoras são uma das ameaças mais sérias para a biodiversidade, serviços dos ecossistemas, segurança alimentar, saúde e meios de subsistência das populações. Os efeitos negativos destas espécies invasoras são cada vez mais invocados para justificar abordagens generalizadas da sua gestão ecológica e/ou erradicação. As políticas económicas e sociais aplicadas para o controlo de espécies vegetais invasoras, incluindo a sua prevenção e o controlo do seu crescimento, podem ser potenciadas através da valorização da composição química destas plantas ao tornar a sua colheita intencional e, consequentemente, convertendo-as numa mais-valia, para além de controlar a propagação da espécie vegetal em causa. Hoje em dia, já se sabe que muitos pigmentos naturais, além da capacidade de conferir cor a um produto, também proporcionam efeitos benéficos à saúde quando ingeridos, sendo considerados compostos bioativos. Neste sentido, a associação entre o consumo frequente de vegetais contendo pigmentos naturais e a diminuição da incidência de doenças crónicas e/ou degenerativas na população, como doenças cardiovasculares e neoplasias, já foi sugerida por muitos trabalhos científicos. Nesse âmbito, este trabalho visa identificar e quantificar pigmentos naturais de algumas espécies invasoras, com o intuito de diminuir o seu impacto ambiental e de as valorizar, perspetivando futuras aplicações na indústria farmacêutica, e de forma a promover a economia sustentável.
  • Papel dos agonistas da GLP-1 no tratamento da obesidade: semaglutido
    Publication . Pereira, Rui Salvador Pais; Matos, Carla
    Esta revisão aborda o papel do semaglutido, um agonista do recetor GLP-1, no tratamento da obesidade e das suas comorbilidades. Originalmente desenvolvido para a diabetes tipo 2, o semaglutido demonstrou uma eficácia significativa na redução de peso, com resultados superiores em comparação com outros tratamentos da mesma classe. Os seus efeitos incluem a supressão do apetite, aumento da saciedade e melhorias nos parâmetros cardiovasculares, renais e metabólicos. Estudos como o SUSTAIN, PIONEER e STEP destacam a sua superioridade em relação a outros agonistas do recetor GLP-1 e medicamentos anti-obesidade. A forma de administração mais comum é a subcutânea. A formulação oral apresentou resultados iniciais promissores, com doses mais altas (50 mg) mostrando perdas de peso comparáveis à administração subcutânea. Apesar dos seus benefícios, ainda existem alguns desafios, como a recuperação de peso após a cessação do tratamento, efeitos adversos gastrointestinais e variabilidade na resposta. Estudos futuros devem explorar estratégias para mitigar estes efeitos, identificar fatores preditivos de eficácia e expandir as indicações terapêuticas para outras condições relacionadas com a obesidade e a resistência à insulina. A constante inovação nesta classe de medicamentos reforça o potencial do semaglutido para transformar os protocolos de tratamento de doenças crónicas relacionadas com o excesso de peso.
  • Metais pesados no leite e produtos lácteos: segurança e análise
    Publication . Simões, Eugénia Teresa Ramos; Souto, Renata; Catarino, Rita
    O leite e os produtos lácteos desempenham um papel fundamental na dieta humana, fornecendo nutrientes valiosos (proteínas, cálcio, vitaminas, entre outros) e contribuindo para a saúde em geral. No entanto, nas últimas décadas, a significativa contaminação do solo, da água e do ar, em consequência do aumento da população e da expansão industrial e agrícola, conduziu à presença de vários tipos de contaminantes nestes produtos o que suscita uma preocupação crescente devido aos potenciais riscos para a saúde pública. Os metais pesados, como o chumbo, o cádmio, o mercúrio e o arsénio, são alguns desses contaminantes. Provenientes de fontes naturais e antropogénicas, podem entrar na cadeia alimentar e estar presente no leite e derivados com eventuais consequências para a saúde, particularmente quando há exposição durante períodos prolongados. Os efeitos vão desde distúrbios neurológicos e de desenvolvimento nas crianças até ao aumento do risco de problemas oncológicos e lesões orgânicas nos adultos. Com este trabalho de revisão bibliográfica pretende-se fornecer uma visão geral e atualizada sobre a presença de metais pesados no leite e produtos lácteos, dando ênfase à segurança desses alimentos e à importância da sua contínua monitorização, com o desenvolvimento de técnicas de análise para a deteção destes contaminates. São abordados os principais métodos de análise destas espécies, incluindo técnicas analíticas avançadas, como a espetroscopia de absorção atómica, a espetroscopia de emissão ótica acoplada a plasma indutivo e a espetrometria de massa acoplada a plasma indutivo, métodos que permitem a quantificação destas espécies a níveis vestigiais salvaguardando, em última análise, a saúde e o bem-estar dos consumidores.
  • Avaliação do potencial anticancerígeno do canabidiol em células do carcinoma renal humano
    Publication . Sousa, Débora Beatriz Aguiar; Carvalho, Márcia; Araújo, Ana Margarida
    O canabidiol (CBD), principal canabinoide não psicotrópico da Cannabis sativa, possui diversas ações farmacológicas com potencial terapêutico, incluindo efeitos antitumorais. Contudo, o seu efeito específico no carcinoma de células renais (CCR) é ainda desconhecido. Para preencher esta lacuna de conhecimento, este trabalho teve como principal objetivo avaliar o potencial antitumoral do CBD em células do carcinoma renal humano. Reconhecendo que as condições de cultura celular, particularmente a presença de soro no meio de cultura, podem modular os efeitos antitumorais dos canabinoides, a potencial influência deste suplemento de crescimento na resposta ao CBD foi igualmente explorada. Assim, o perfil citotóxico do CBD foi avaliado em linhas celulares renais humanas tumorais (Caki-1 e 769-P) e não tumorais (HK-2), utilizando meio isento de soro bovino fetal (FBS) ou contendo 5% deste suplemento. As células Caki-1, 769-P e HK-2 foram expostas a uma ampla gama de concentrações de CBD (1-100 μM) a diferentes tempos de exposição. Neste trabalho foram avaliados parâmetros como a viabilidade celular, o efeito antiproliferativo e a formação de espécies reativas de oxigénio (ROS). Os resultados revelaram que o CBD induziu uma diminuição da viabilidade celular de modo dependente da concentração em todas as linhas e condições testadas. Após 24 horas de exposição em meio contendo soro, verificou-se que as células HK-2 e Caki-1 eram as mais sensíveis à toxicidade do CBD, seguidas pelas células 769-P (os valores de IC50 foram, respetivamente, 14,5, 14,8 e 20,1 μM; p=0,0052). Na ausência de soro, os valores de IC50 diminuíram significativamente (5,2, 6,9 e 6,8 μM para células HK-2, Caki-1 e 769-P, respetivamente), demonstrando que a presença de soro diminuiu substancialmente a sensibilidade celular ao CBD. Os valores de IC50 obtidos após 48h foram semelhantes, indicando que este efeito não é dependente do tempo de exposição. Foi ainda observado que o CBD inibiu a proliferação de todas as linhas estudadas, de forma mais significativa para as Caki-1 e 769-P, na ausência de soro após 48 e 72 horas, como também na presença de soro, apenas para 769-P, para os mesmos tempos de exposição. Adicionalmente, verificou-se que o CBD induziu stress oxidativo em todas as linhas celulares, com um aumento estatisticamente significativo da formação de ROS, para as concentrações de 10 e 15 μM às 24 e 48 horas. Em conclusão, o CBD demonstrou efeito antitumoral in vitro em células do CCR, com maior eficácia na ausência de soro. No entanto, a citotoxicidade do CBD não foi seletiva para células tumorais, o que pode ser uma limitação significativa ao seu uso seguro na prática clínica.
  • Software enquanto dispositivo médico: enquadramento regulamentar
    Publication . Santos, Rita Silva dos; Barata, Pedro
    O Regulamento Europeu dos Dispositivos Médicos (RDM) veio trazer novas exigências a todos os dispositivos médicos, atualmente, disponibilizados no mercado, nos quais se incluem os softwares para uso médico. Urge, pois, regulamentar quer a sua utilização, quer a sua comercialização. O regulamento para os dispositivos médicos 2017/745 exigiu uma abrangência da definição de dispositivo médico (DM) para sistemas de software isolados a fim de realizar uma previsão e um diagnóstico médico. Assim, esta alteração de paradigma permitiu um desenvolvimento de sistemas de software mais dinâmicos e de menos dimensão e complexidade. Contudo, para colocar qualquer dispositivo médico no mercado, o fabricante terá que garantir a conformidade do produto, de acordo com as diretivas europeias aplicáveis. Um dos requisitos para colocação de um dispositivo médico no mercado é a exigência de uma avaliação clínica, nomeadamente, na realização de uma investigação clínica sobre o produto em questão e, posteriormente, a sua comprovação. Em Portugal, a realização de investigação clínica com dispositivos médicos necessita da aprovação da Autoridade Competente – INFARMED I.P. – e da Comissão de Ética para a investigação clínica. Este trabalho visa apresentar o quadro legal que regula os dispositivos médicos e a saúde digital, apresentando um guia para a classificação, qualificação e aprovação de softwares enquanto dispositivos médicos. Visa, ainda, fazer uma crítica sobre as dificuldades e as oportunidades que o Regulamento Europeu dos Dispositivos Médicos aportou à admissão ao mercado destes produtos, bem como fazer uma reflexão sobre a evolução dos mesmos, nomeadamente, no que concerne aos wearables e ao impacto do uso de algoritmos de machine learning e inteligência artificial.
  • Desenvolvimento de nanopartículas lipídicas contendo quercetina e ómega-3: avaliação do seu potencial antioxidante
    Publication . Pinho, Hugo da Silva; Lopes, Carla Martins; Lúcio, Marlene Susana Dionísio
    A nossa pele está constantemente sujeita a agressões provocadas por agentes externos, como por exemplo radiação ultravioleta (UV), microrganismos e produtos químicos oxidantes, o que pode resultar num aumento do stress oxidativo. Este desequilíbrio entre a produção e a eliminação das espécies reativas de oxigénio (ROS, do inglês Reactive Oxygen Species) provoca, ao longo do tempo, danos e, consequentemente, o envelhecimento cutâneo. Uma solução possível para ultrapassar a ação destes agentes e, consequentemente, o fenómeno de stress oxidativo é o recurso a agentes protetores cutâneos, os quais podem protegem a pele da ação dos ROS. A quercetina (Q) e os ácidos gordos ómega-3 (ω3) são dois compostos bioativos que apresentam efeitos protetores cutâneos bem reportados na literatura científica, incluindo a atividade antioxidante. No entanto, ambos os compostos bioativos apresentam propriedades que limitam os seus efeitos aquando da aplicação tópica, como seja a dificuldade de permeação cutânea e a instabilidade química. Com o objetivo de superar estas limitações foram desenvolvidos, através de uma abordagem da utilização de um sistema de veiculação duplo, hidrogeles (HGs) de carbómero enriquecidos com vetores lipídicos nanoestruturados (NLCs, do inglês Nanostructured Lipid Carriers) para a administração tópica de Q e/ou ω3 com o intuito de melhorar a sua estabilidade e a permeação cutânea, permitindo um aumento dos efeitos benéficos cutâneos destes bioativos. Foram preparadas duas formulações de NLCs, ambas com a mesma composição lipídica, mas com diferentes agentes tensioativos (os NLC1, contendo lecitina de soja e Poloxamer 407, e os NLC2, contendo Tween® 80 e dioctilsulfossuccinato de sódio (DOSS)). Estes agentes tensioativos demonstraram influenciar o desempenho terapêutico das formulações dos NLCs devido às suas propriedades físico-químicas. Apesar de ambas as formulações de NLCs apresentarem elevada capacidade de carga da Q, as propriedades físico-químicas da formulação dos NLC2 foram consideradas as mais adequadas para aplicação tópica na pele e asseguram uma maior estabilidade coloidal. Adicionalmente, os NLC2 demonstraram uma libertação mais prolongada da Q e ainda apresentaram uma melhor encapsulação e proteção da Q, ao mesmo tempo ainda apresentou melhor permeabilidade do que as outras formulações testadas. O efeito oclusivo dos HGs como sistema de veiculação dos NLCs também tem um impacto positivo na permeação cutânea. Os HGs-NLC2 contendo Q, com ou sem ω3, demonstraram ser mais eficazes como formulações antioxidantes e foto-protetoras. Adicionalmente, estas formulações apresentaram um efeito antibacteriano ao reduzir o crescimento de Staphylococcus aureus. Estes resultados sugerem que a utilização dos HGs enriquecidos com NLC2 constituem uma abordagem promissora para a administração cutânea, com potencial para prevenir o envelhecimento da pele e outros processos cutâneos decorrentes dos danos provenientes do stress oxidativo.