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Recent Submissions

Ativação de irrigantes em endodontia: irrigação sónica vs ultrassónica – revisão narrativa
Publication . Matos, João Pedro Santiago; Matos, Miguel Albuquerque
A irrigação é uma etapa fundamental para o sucesso de um tratamento endodôntico não cirúrgico. Promove a limpeza da região canalar não só através da remoção da polpa necrosada e/ou vital, da eliminação de tecido, detritos e microrganismos, bem como através da lubrificação dos instrumentos. Essas funções exigem conhecimento do conceito de biofilme. Uma das bactérias mais comuns na infeção endodôntica é a E. faecalis, que possui capacidade de adesão à dentina, visto que penetra nos túbulos dentinários e em zonas anatómicas complexas. Neste trabalho foi feita uma análise das características dos irrigantes mais utilizados em Endodontia, entre eles o hipoclorito de sódio, que se destaca pela sua capacidade de dissolver matéria orgânica e propriedades antimicrobianas aprimoradas, sendo por isso o irrigante mais utilizado em tratamentos endodônticos. Apesar da clorohexidina geralmente apresentar níveis de remoção microbiana menos elevados, possui substantividade, permitindo assim uma desinfeção duradoura. O EDTA surge como irrigante complementar a estes, já que é o único com capacidade de eliminar matéria inorgânica e assim erradicar a “smear layer”. A ativação da irrigação permite resultados aprimorados nestes parâmetros, porque a distribuição melhorada de irrigante ao longo do sistema de canais radiculares permite alcançar zonas de difícil acesso aos instrumentos endodônticos e à irrigação convencional sem ativação. Deste modo, o contacto do irrigante com as superfícies canalares é superior e, consequentemente, o objetivo de desinfeção da irrigação é melhorado. Dois dos métodos de ativação do irrigante mais comuns são a ativação sónica e a ativação ultrassónica. A irrigação ultrassónica atua em frequências de 25 kHz a 40 kHz, induzindo dois processos: cavitação e fluxo acústico. Com este tipo de irrigação, a desinfeção torna-se superior comparativamente à irrigação convencional, apesar dos riscos de transporte apical, formação de irregularidades e de uma nova “smear layer” devido à remoção descontrolada de dentina. Estes aspetos negativos são reduzidos utilizando irrigação sónica. Apesar de atuar com frequências mais baixas, a cavitação pode ser induzida, já que a sua formação também depende da amplitude, que se verifica mais elevada na irrigação sónica. Necessita de um pré-alargamento canalar demasiado elevado para a sua ponta atuar sem interferências das paredes do canal. No entanto, alguma literatura descreve que o antinodo que este mecanismo gera permite obtenção de uma desinfeção com resultados interessantes a nível apical. Após esta contextualização do tema, o objetivo desta dissertação foca-se em comparar estas duas técnicas, de modo a possibilitar uma avaliação mais informada sobre qual o procedimento mais indicado na prática clínica, respondendo à seguinte questão: «Na ativação de irrigantes em Endodontia, quais são as vantagens e desvantagens da ativação ultrassónica em comparação à ativação sónica?». Os materiais e métodos deste estudo consistiram em pesquisa bibliográfica nos motores de pesquisa «SciELO» e «PubMed», através de 6 palavras-chave. Com estas 6 palavras-chave, realizaram-se 6 combinações de palavras. No final, foram incluídos 60 artigos científicos como referências na execução da dissertação de mestrado apresentada.
Relação entre a diversidade da microbiota oral e doença de Crohn: revisão integrativa
Publication . Amsellem, Abigael; Coelho, Maria João
A doença de Crohn é uma condição multifatorial cuja causa exata permanece desconhecida. Caracteriza-se por períodos de atividade que alternam com remissões, afetando principalmente a porção terminal do íleo e o início do cólon. Pode causar complicações tanto intestinais quanto extra-intestinais. Entre estas últimas, destacam-se as manifestações na cavidade oral, que podem ocorrer antes ou depois do diagnóstico da doença de Crohn. O diagnóstico deve ser realizado por um gastroenterologista, que se baseará numa história clínica detalhada, num exame físico minucioso e em vários exames complementares. Estes incluem a colonoscopia, exames de imagem, análises laboratoriais e histopatologia. O cirurgião-dentista também desempenha um papel crucial na deteção, prevenção e tratamento das manifestações orais da doença de Crohn. Pode ser um elemento fundamental no diagnóstico precoce, especialmente quando os primeiros sintomas aparecem na cavidade oral. Além disso, o dentista contribui com informações e conselhos ao paciente, visando melhorar a sua qualidade de vida. A doença de Crohn manifesta-se através de uma ampla gama de sintomas, que variam de pessoa para pessoa, exigindo assim uma abordagem personalizada e multidisciplinar. Entre as manifestações orais mais comuns associadas à doença de Crohn estão a estomatite aftosa, as úlceras profundas e lineares, a mucogengivite, o aspeto de empedrado (cobblestoning), a queilite granulomatosa e as lesões polipóides. Estas manifestações devem ser observadas e diagnosticadas cuidadosamente pelo cirurgião-dentista, permitindo assim um diagnóstico precoce e um tratamento adequado e atempado. A relação entre a diversidade da microbiota oral e as doenças sistémicas, em particular a doença de Crohn, representa um campo de investigação emergente e promissor que destaca a interconexão entre a saúde oral e o bem-estar geral do organismo. A microbiota oral, composta por uma grande variedade de bactérias, vírus, fungos e outros micro-organismos, forma um ecossistema complexo e essencial, desempenhando um papel fundamental na manutenção da homeostase oral e sistémica. A diversidade deste ecossistema é crucial, pois garante resiliência e estabilidade, fatores importantes para evitar a disbiose, que pode levar a doenças locais e sistémicas. Os resultados desta pesquisa revelam uma alteração significativa da microbiota oral em pacientes com doença de Crohn, caracterizada por uma redução na diversidade microbiana e uma predominância de certas estirpes patogénicas. Esta disbiose, associada a distúrbios inflamatórios e imunológicos sistémicos comuns na doença de Crohn, evidencia uma relação bidirecional entre a inflamação intestinal e as alterações na microbiota oral. Por outras palavras, a inflamação crónica e sistémica característica da doença de Crohn parece influenciar diretamente a composição da microbiota oral, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de doenças periodontais e outras infeções orais. Além disso, o oposto também parece ser verdadeiro: a disbiose oral pode influenciar negativamente a microbiota intestinal através da circulação sistémica, agravando a inflamação e intensificando os sintomas da doença de Crohn. Esta hipótese sugere novas perspetivas para o tratamento preventivo e curativo das condições orais em pacientes com doenças inflamatórias intestinais crónicas. Uma abordagem terapêutica integrada, que leve em conta a saúde oral, pode desempenhar um papel crucial na gestão global da doença de Crohn. Este estudo, portanto, destaca a importância de uma visão holística da saúde, na qual a componente oral não deve mais ser vista como um elemento isolado, mas como uma parte essencial do equilíbrio sistémico do corpo. O controlo da disbiose oral, particularmente através de intervenções direcionadas à microbiota, como o uso de probióticos ou a modulação da higiene oral, pode representar uma estratégia promissora para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doença de Crohn e, possivelmente, outras doenças sistémicas relacionadas a desequilíbrios na microbiota oral. Nesse contexto, torna-se fundamental incluir a dimensão oral no acompanhamento e tratamento de doenças sistémicas, revelando uma interdependência ainda maior entre as diferentes disciplinas médicas.
Avaliação da infiltração marginal das restaurações em compósito: estudo piloto in vitro
Publication . Califano, Alex; Esteves, Hélder
Objetivo: O objetivo deste estudo é criar e desenvolver um instrumento para identificacão precoce de microinfiltração em restaurações em compósito e ver a sua eficácia e utilidade. Materiais e Métodos: O estudo será conduzido com 60 dentes naturais, divididos em 4 grupos de 15 dentes cada. Um desses grupos foi designado como grupo controlo para fornecer um ponto de referência para comparar os resultados obtidos pelos outros três grupos experimentais, enquanto os outros três diferem no tipo de corante utilizado. Todos os dentes coletados serão preparados para receber restaurações em compósito. Posteriormente serão submetidos a um processo de envelhecimento artificial. Após essa etapa, serão aplicados corantes selecionados nos dentes, fotografados, cortados e analisados microscopicamente. Resultados: Este estudo revelou uma correlação significativa (p<0,05) entre a microinfiltração detectada pelos observadores e aquela verificada microscopicamente, porém essa relação foi negativa, com muitos casos erradamente classificados como isentos de infiltração. Neste estudo, devido à pequena amostra de casos no grupo controle (n=4), não foi possível comprovar que o uso de corantes oferece uma vantagem em relação à observação ampliada de fotos dos dentes. O número elevado de microinfiltrações detectadas com corantes sugere que a ampliação e a análise microscópica antes do envelhecimento devem ser reavaliadas para obter resultados mais precisos. Conclusão: No presente estudo, apesar de não ter havido tempo suficiente para aperfeiçoar a metodologia e realizar novos testes, os experimentos serviram para refinar o protocolo aplicado. Embora não tenha sido possível responder a todas as questões, os resultados indicam a presença de microinfiltrações nas restaurações, sugerindo que o compósito não oferece selamento perfeito no tempo. Além disso, o uso de corantes mostrou-se vantajoso para facilitar o diagnóstico de infiltrações que poderiam passar despercebidas em observações clínicas comuns.Este estudo fornece uma base para melhorar abordagens metodológicas futuras e sugere que, com uma metodologia aprimorada e testes adicionais, os corantes possam se tornar ferramentas mais eficazes na detecção de microinfiltrações.
Prevalência dos sintomas autorreportados de disfunção temporomandibular em músicos de sopro metálicos: estudo observacional transversal
Publication . Roverselli, Ambra; Lameiro, Joana; Manso, M. Conceição
O presente estudo epidemiológico observacional de natureza transversal teve como objetivo a avaliação da prevalência dos sintomas auto-reportados de DTM, dor cervical e cefaleia, bem como os possíveis fatores de risco e de proteção em músicos de sopro da categoria de metais, comparando-os com um grupo-controlo com músicos que tocam outros instrumentos musicais. Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Ciências da Universidade Fernando Pessoa e incluiu uma amostra de conveniência de músicos maiores de idade com nacionalidade portuguesa e italiana pertencentes a vários contextos musicais. Os participantes, de forma voluntária, responderam a um questionário online com 36 questões, que se baseou no inquérito “ACTA Questionnaire” e o “Symptom Questionnaire” (SQ) do DC/TMD, incluindo o Oral Behaviors Checklist, traduzido e com equivalência cultural para a língua portuguesa, com aprovação do International Research Diganostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TDM) Consortium. Os dados recolhidos dos questionários foram exportados para o Excel e organizados e a análise foi executada através do IBM© SPSS® Statistics vs. 29.0 (IBM Corp. released 2022, Armonk, NY, USA: IBM Corp.). Os resultados deste estudo demonstraram que a intensidade de dor na “mandíbula, na fonte, no ouvido ou à frente do ouvido, e algum dos lados” relatada foi significativamente mais elevada (p = 0,026) no grupo de sopro de metais, com uma mediana de 4 (Q1-Q3: 2-5) do que no grupo-controlo, com uma mediana de 2 (Q1-Q3: 1-3). No que diz respeito aos fatores de risco, a faixa etária de músicos mais jovens (18-24 anos) apresentou uma maior tendência de risco para a manifestação de dor nos três grupos anatómicos, enquanto a faixa etária dos 25 aos 60 anos apresentou uma tendência para a redução do risco. A falta de interesse nas atividades apresentou um OR de 3,400 (IC95%: 1,191-9,709, p = 0,022), sugerindo uma associação positiva entre mudanças no estado emocional e o risco de aparecimento de dor na região do pescoço e/ou ombros. Para o grupo de manifestação de cefaleia na análise univariada, o OR foi de 1,398 (IC95%: 1,161-1,683, p < 0,001) e na análise multivariada, o OR foi de 1,305 (IC95%: 1,073-1,587, p = 0,008) para cada ponto adicional de stress sentido durante a vida diária. O número de comportamentos orais obteve uma associação estatisticamente significativa, tanto na análise univariada quanto na multivariada, para a manifestação de dor na “mandíbula, na fonte, no ouvido ou à frente do ouvido, em algum dos lados”, “de cabeça” e no “pescoço e/ou ombros”. Em conclusão, os músicos são considerados um grupo vulnerável ao estabelecimento de dores músculo-esqueléticas devido à adoção de más posturas e à sobrecarga das estruturas orofocais e cervicais.
Prevalência de sintomas autorreportados de disfunção temporomandibular em cantores: estudo observacional transversal
Publication . Massone, Antonio; Borges, Henrique; Manso, M. Conceição
O termo disfunções temporomandibulares (DTM) refere-se a um grupo de patologias músculo-esqueléticas que, a nível mundial, apresentam uma prevalência que varia de 31% nos adultos a 11% nos adolescentes, afetando mais frequentemente as mulheres (15-26%) do que os homens (8-15%), e manifestando-se com maior incidência entre os 20 e os 50 anos, alcançando um pico por volta dos 40 anos. Estes distúrbios afetam os músculos do sistema estomatognático, a articulação temporomandibular (ATM) e as estruturas associadas. A prática de canto é considerada um fator que pode contribuir para o desenvolvimento de DTM. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de sintomas autorrelatados de disfunção temporomandibular, como dor cervical e cefaleia, em cantores (grupo de estudo), comparando-os com um grupo controlo de músicos (violoncelo, percussão e teclas). Um total de 205 participantes (músicos e cantores) provenientes de diferentes contextos musicais (escolas de música, conservatórios, bandas, coros acadêmicos) participou de um questionário online baseado na versão em língua portuguesa e italiana do “Symptom Questionnaire” (SQ) dos Critérios Diagnósticos para Distúrbios Temporomandibulares (DC/TMD), que inclui a Oral Behaviors Checklist, aprovada pelo Consórcio Internacional RDC/TMD. O questionário também continha perguntas sociodemográficas (idade e gênero), informações específicas sobre a atividade musical (instrumento tocado, número médio de horas de estudo por dia nos últimos 30 dias e anos de experiência musical), hábitos de aquecimento, pausas durante o estudo e hábitos de exercício físico. Os resultados mostraram uma prevalência significativamente maior de “dor na mandíbula, na fonte, no ouvido ou à frente do ouvido” autorreferida no grupo dos cantores, em comparação com o grupo controlo (34,2% contra 20,5%, p-value = 0.030). O fator de risco univariado que apresentou uma associação significativa com a “dor na mandíbula, na fonte, no ouvido ou à frente do ouvido” foi a faixa etária, com um OR de 4,278 (IC95%: 1,114-16,424, p-value = 0,034). Em relação aos fatores de risco multivariados associados à “dor na mandíbula, na fonte, no ouvido ou à frente do ouvido”, o estado de depressão constante apresentou um OR de 5,141 (IC95%: 1,393-18,971, p-value = 0,014), enquanto a presença de comportamentos orais apresentou um OR de 1,179 (IC95%: 1,013-1,372, p-value = 0,033). O aumento do número de comportamentos orais revelou-se um fator de risco multivariado significativo para a “dor no pescoço e/ou nos ombros” com um OR de 1,241 (IC95%: 1,069-1,441, p-value = 0,005). O fator de risco univariado que mostrou uma associação significativa com a “cefaleia” foi “ter menos interesse na maioria das coisas”, com um OR de 8,580 (IC95%: 1,773-41,522, p-value = 0,008), e o estado de depressão constante com um OR de 5,141 (IC95%: 1,393-18,971, p-value = 0,014). Conclui-se que os cantores são mais suscetíveis a desenvolver "dor na mandíbula, nas têmporas, no ouvido ou à frente do ouvido" em comparação com o grupo de controle composto por músicos que tocam instrumentos que não sobrecarregam o sistema estomatognático.