Browsing by Issue Date, starting with "2024-12-05"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Inteligência Artificial e investigação científicaPublication . Gouveia, Luis BorgesA inteligência artificial (IA) está a transformar a investigação científica ao melhorar vários aspetos do processo científico. O impacto notável da IA e a sua capacidade de acelerar a descoberta, simplificar metodologias de investigação e aumentar a produtividade geral da investigação científica, possui um potencial para transformar a investigação moderna. A integração da IA na investigação científica é marcada por aplicações significativas em vários campos, como a saúde, a química ou a descoberta de materiais. Neste contexto, as ferramentas de IA têm sido utilizadas para acelerar os processos de descoberta de medicamentos e reduzir os prazos de investigação. Adicionalmente, as tecnologias de IA estão a ser cada vez mais implementadas em laboratórios autónomos, capazes de realizar experiências e análises sem intervenção humana, demonstrando o potencial para aumentar a eficiência e a inovação nas práticas de investigação. Este artigo propor uma reflexão sobre aplicações e usos da IA, apresentando algumas das questões que estão associadas à sua adoção, nomeadamente as preocupações de natureza ética, as questões de privacidade de dados ou o potencial para diminuir a integridade da investigação. Neste contexto, a colaboração interdisciplinar será vital para garantir que a integração da IA na investigação científica seja tanto inovadora quanto socialmente responsável, promovendo um futuro onde a IA possa contribuir significativamente para os avanços científicos, alinhando-se com os valores humanos.
- Violência no trabalho no setor da saúde: consequências na saúde mental dos enfermeirosPublication . Fernandes, Andreia Filipa da Cruz; Barros, CarlaA agressão no ambiente de trabalho envolve a vivência direta ou indireta de comportamentos de violência física, psicológica e vicariante, o que resulta em consequências negativas tanto para os indivíduos quanto para as organizações. Estudos evidenciam que os enfermeiros, em relação aos profissionais de saúde, são os trabalhadores mais suscetíveis à violência no trabalho, o qual tem demonstrado em consequências a nível físico e psicológico para todos aqueles que são afetados, sobretudo a nível do bem-estar e saúde mental. A maioria dos estudos apresenta uma perceção dos enfermeiros em relação à violência, contudo, poucos são os estudos que abordam as consequências que advêm da violência. Nesse sentido, desenvolveu-se um estudo quantitativo, transversal e correlacional, com os objetivos de avaliar os efeitos da violência no trabalho na saúde mental dos enfermeiros, principalmente se a exposição à violência tem interferência no aumento dos níveis de ansiedade, depressão e stress dos mesmos, como também descrever a relação entre a ansiedade, a depressão e o stress e as variáveis sociodemográficas. Este estudo integrou-se no Projeto de Investigação em curso na Universidade Fernando Pessoa, denominado "Violência contra profissionais de saúde: Avaliar para prevenir", sendo os dados recolhidos através de uma plataforma online, onde foram inseridos os instrumentos utilizados. A amostra era constituída por 107 enfermeiros, 83,2% dos quais mulheres. Os resultados obtidos a partir dos dados recolhidos com os instrumentos EAVT (Escala de Agressão e Violência no Trabalho) e EADS-21 (Escala de Ansiedade, Depressão e Stress) indicaram que a violência no trabalho, seja ela física, psicológica ou vicariante, tende a estar associada a maiores níveis de ansiedade, depressão e stress neste grupo de participantes. Além disso, os resultados demonstram que o stress, em comparação com a ansiedade e a depressão, foi o mais frequente. Este estudo é de grande relevância devido à limitada evidência empírica disponível em Portugal, daquela que é a perceção dos enfermeiros sobre a violência e a associação que possui com o bem-estar e saúde mental dos mesmos. Desta forma, este estudo pode contribuir para a consciencialização sobre a saúde mental no ambiente de trabalho, além de contribuir para futuras intervenções psicológicas adequadas a esta população.
- Canábis medicinal para o tratamento da dor crónicaPublication . Pereira, Ana Teresa da Fonseca; Matos, Carla; Moutinho, CarlaA dor crónica é uma condição complexa e debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, comprometendo significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados. A abordagem convencional no tratamento deste tipo de dor baseia-se frequentemente no uso de analgésicos opioides e anti-inflamatórios que, embora eficazes a curto prazo, apresentam uma série de limitações, incluindo o risco de dependência, efeitos secundários graves e, em alguns casos, a ineficácia na redução da dor. Neste contexto, a canábis medicinal tem surgido como uma alternativa terapêutica promissora, dada a sua potencial capacidade de aliviar a dor de forma eficaz e com um perfil de segurança favorável. Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão atual da literatura existente sobre os efeitos da canábis medicinal no tratamento da dor crónica. A canábis contém vários compostos ativos, sendo os principais canabinoides o delta-9-tetrahidrocanabinol e o canabidiol, que interagem com o sistema endocanabinoide do organismo, tendo assim a capacidade de modular a resposta à dor. As evidências clínicas têm demonstrado que este componente pode reduzir significativamente a intensidade da dor crónica, particularmente em casos de neuropatia, esclerose múltipla, artrite e outras condições dolorosas resistentes ao tratamento convencional. Em Portugal, a canábis foi legalizada em 2018 para determinadas condições médicas, incluindo a dor crónica, mas o seu uso permanece restrito e altamente regulado.