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FCS (MIMED) - Mestrado Integrado em Medicina Dentária

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  • Relação entre a doença periodontal e a enxaqueca: coexistência independente ou fator de risco? Uma revisão narrativa
    Publication . Freitas, Kátia Silene Fragoso de; Palmeira, Carlos
    A enxaqueca é uma doença multifatorial do cérebro, com grande predisposição genética, de carácter pulsátil, origem química e geralmente incapacitante, que afeta milhões de pessoas no mundo, e não deve ser confundida com dor de cabeça. Diversos são os fatores que podem cronificar a enxaqueca, tornando-a um sério distúrbio de difícil tratamento. A periodontite ou doença periodontal (DP), também é uma das doenças crónicas mais prevalentes no mundo, relacionada à libertação de mediadores inflamatórios. A inflamação periodontal pode ativar o sistema trigeminovascular, crucial no desenvolvimento da enxaqueca, através do aumento da produção de CGRP (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina), implicado na perpetuação da dor em enxaquecas crónicas. Esta revisão narrativa procurou evidenciar, com base em estudos científicos, a possível inter-relação entre a doença periodontal crónica (DPC) e a enxaqueca crónica (EC), explorando fatores inflamatórios em comum, biomarcadores como a leptina e a procalcitonina, e o impacto da saúde oral no bem-estar sistémico. A maioria dos estudos aponta uma associação positiva, embora não conclusiva, entre DPC e EC, sugerindo que a inflamação sistémica desempenha um papel importante nessa relação. Contudo, reforça-se a necessidade de mais investigações para determinar a existência de causalidade. Destaca-se também a importância da abordagem integrada entre medicina dentária e medicina geral para uma melhor prevenção, diagnóstico e gestão das patologias envolvidas.
  • Fatores de risco para reabsorção radicular em tratamento ortodôntico: revisão narrativa
    Publication . Arabi, Samara; Silva, Susana Paula Fernandes Machado da
    As reabsorções radiculares são consideradas uma das principais iatrogenias decorrentes da movimentação dentária induzida, apresentando magnitude variável e sendo, na maioria dos casos, imprevisíveis. No entanto, algumas reabsorções leves e controladas podem ser toleradas como custo biológico calculado, previsto no consentimento informado do paciente. Neste caso, para se atingir determinado objetivo estético e funcional, este fenómeno não deve ser considerado iatrogénico, mas sim um dano estrutural assumido. Objetivo: Este estudo teve como objetivo encontrar e classificar os fatores que podem iniciar e induzir a reabsorção radicular apical externa durante o tratamento ortodôntico. Metodologia: Foi realizada uma revisão narrativa na base de dados MEDLINE via PubMed, com os descritores “Orthodontic Treatment”, “Root Resorption” e “Risk Factors”, combinados com o operador booleano AND. Foram analisados 23 artigos publicados entre 2014 e 2024. Resultados: Embora diversos fatores intrínsecos, clínicos e genéticos sejam citados, os principais fatores de risco para a reabsorção radicular apical externa incluem: tempo prolongado de tratamento ortodôntico, aplicação de forças pesadas e morfologia radicular anormal. Conclusão: Devido à imprevisibilidade da reabsorção radicular e à sua dependência de múltiplos fatores, é essencial realizar diagnóstico cuidadoso, baseado em anamnese detalhada e exames radiográficos periapicais, para planear uma mecanoterapia que minimize os riscos de dano durante o tratamento.
  • Sepsis as a result of odontogenic infections: is there a reason for concern? A narrative review
    Publication . Pereira, Gisela de Souza; Reis, Tiago
    Dentistry has faced significant challenges with the rise of the "Focal Infection Era," which led to the widespread practice of tooth extraction and impeded the advancement of endodontics due to the belief that bacteria and toxins in dentinal tubules could cause systemic diseases. Although this theory has since been refuted, contemporary research has re-evaluated the relationship between apical periodontitis, endodontic treatment, and systemic health, investigating whether endodontic diseases could impact overall health. Studies have shown that common oral diseases, such as caries and periodontitis, caused by bacteria present in the oral cavity, can lead to bacteraemia during dental procedures or due to poor oral hygiene. This has prompted investigations into the associations between apical periodontitis and systemic conditions, such as cardiovascular diseases, diabetes, adverse pregnancy outcomes, and autoimmune diseases. Evidence suggests that bacteraemia and low-grade systemic inflammation related to apical periodontitis may negatively affect systemic health. Furthermore, the literature highlights an increase in systemic infections originating from odontogenic sources, possibly due to improved detection methods or delayed interventions. This review concludes that untreated conditions can rapidly spread through the bloodstream, leading to severe infections that require intensive care. Despite medical advancements, these infections continue to represent a significant risk, especially for immunocompromised individuals, potentially resulting in sepsis and increased mortality. Often originating from preventable issues such as dental caries, these infections underscore the urgent need for more effective public health measures to mitigate their impact.
  • Alterações no metabolismo do colesterol e saúde oral: revisão integrativa
    Publication . Colherinhas, Raíssa Cerchi; Silva, Carla Sousa e; Moutinho, Carla
    Estudos recentes têm mostrado uma associação entre diversas patologias orais, como periodontite e perda dentária, e os níveis de lípidos plasmáticos. Evidências sugerem que indivíduos com periodontite crónica apresentam níveis séricos mais elevados de colesterol total, LDL (lipoproteína de baixa densidade) e triglicerídeos, enquanto a concentração de HDL (lipoproteína de alta densidade) no plasma é significativamente reduzida em comparação com pessoas saudáveis. O objetivo desta revisão bibliográfica é explorar a potencial relação entre distúrbios do metabolismo do colesterol e a saúde oral. Foram consultados artigos científicos publicados nos últimos 10 anos (ou mais antigos, se tivessem relevância significativa), disponíveis nas bases SciELO, Lilacs, BBO e PubMed/MedLine, em português, inglês ou espanhol. Dezassete artigos foram selecionados. A maioria dos estudos foi prospetiva, e evidenciaram associações entre hipercolesterolemia/hiperlipidemia e periodontite, diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, perda dentária e saúde peri-implantar. Em relação à síndrome metabólica, foram identificadas relações com periodontite apical crónica, doença periodontal e perda dentária. Dois estudos abordaram a hipocolesterolemia em associação com o carcinoma espinocelular oral. A doença periodontal foi a condição oral mais investigada. Níveis elevados de LDL estão associados ao agravamento das doenças periodontais, possivelmente pelo impacto no stresse oxidativo e na inflamação. A dislipidemia pode agravar a inflamação periodontal e o tratamento periodontal pode melhorar os níveis de colesterol. A relação entre o perfil lipídico e a saúde oral é complexa e influenciada por fatores como dieta, condições sistémicas e stresse oxidativo. A hipocolesterolemia também pode ser indicativa de fases iniciais do carcinoma oral. Mais estudos são necessários para desenvolver estratégias de tratamento eficazes em Medicina Dentária.
  • Prevalência da má oclusão dentária de classe II na população odontopediátrica na clínica pedagógica de medicina dentária da UFP
    Publication . Geraci, Giulia; Gião, Ana; Queirós, Maria Gabriel
    Introdução: A má oclusão Classe II caracteriza-se por uma discrepância dentária ântero-posterior, frequentemente acompanhada de alterações esqueléticas, e pode ser dividida em divisão 1 (protusão dos incisivos superiores) e divisão 2 (retroinclinação dos incisivos superiores). O seu reconhecimento precoce permite a implementação de estratégias preventivas e corretivas pelos médicos dentistas. Objetivo: Identificar a prevalência da má oclusão dentária de Classe II na população odontopediátrica da Clínica Pedagógica de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa, assim como compreender a sua distribuição por sexo. Materiais e Métodos: Estudo transversal com dados recolhidos de 180 pacientes entre 6 e 15 anos, registados na base de dados NEWSOFTDS18® entre 2018 e 2024. A oclusão foi classificada segundo a definição de Angle. Resultados: Entre os pacientes com relação molar diagnosticável, 43,4% dos rapazes e 48,1% das raparigas apresentaram Classe II. Na relação canina, a prevalência foi de 61,6% no sexo masculino e 54,32% no feminino. Quanto à subdivisão da Classe II, a divisão 1 foi mais prevalente (23,3% no total da amostra) que a divisão 2 (15,5%). Conclusão: A má oclusão de Classe II é altamente prevalente nesta população, realçando a importância do diagnóstico precoce e do encaminhamento para tratamento ortodôntico, a fim de prevenir alterações funcionais e estéticas permanentes.
  • Efeito de diferentes recortes de moldeira individualizada de branqueamento dentário em ambulatório a nível gengival: revisão narrativa
    Publication . Reis, Inês Ricardo Peres dos; Domingues, Joana
    A harmonia do sorriso desempenha um papel significativo na aparência geral das pessoas, o que leva muitos pacientes a procurar cada vez mais branqueamentos dentários. Esta é a principal razão para a popularidade crescente destes procedimentos. Entre as diversas técnicas, o método mais comum é o branqueamento em ambulatório, que envolve o uso de géis branqueadores em baixas concentrações, aplicados em moldeiras individualizadas fornecidas ao paciente para uso fora do consultório. Apesar dos benefícios, efeitos adversos como sensibilidade dentária e irritação gengival são comuns. Esta revisão procurou responder à questão: “A má adaptação das moldeiras pode influenciar a irritação gengival, devido ao potencial trauma causado pelo contato direto com os tecidos moles?”. Para tal, realizou-se uma revisão da literatura nas bases PubMed, Cochrane Library e Science Direct, utilizando os termos “tooth whitening”; “at-home bleaching”; “patient tray” e “gingival irritation”, com o marcador booleano “AND”. Foram incluídos artigos em português, inglês e francês dos últimos 10 anos, excluindo estudos in vitro. A análise dos artigos revelou divergências sobre o tipo de moldeira mais adequada. Os dados indicam que moldeiras com reservatórios não oferecem benefícios significativos na redução da irritação gengival, em comparação com as moldeiras convencionais.
  • Prematuridade, defeitos de desenvolvimento de esmalte e cárie dentária em pacientes pediátricos: estudo de investigação
    Publication . Pinto, Maria Inês Lucas Ferreira dos Santos; Silva, Cátia Carvalho; Manso, M. Conceição; Azevedo, Joana Ferreira
    Objetivos: Investigar, através dos registos clínicos dos pacientes pediátricos das Clínicas Pedagógicas de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa, a prevalência de defeitos de desenvolvimento de esmalte (DDE) e de cárie dentária, tendo em conta a idade gestacional (nascimento prematuro vs. termo). Analisaram-se também o impacto do baixo peso ao nascimento, tipo de parto e medicação durante a gravidez na ocorrência de DDE, bem como a relação entre fatores como amamentação, patologias otorrinolaringológicas, hábitos de higiene oral e presença de DDE com o desenvolvimento de cárie dentária. Métodos: Estudo observacional, transversal, baseado na análise de 191 registos clínicos. Utilizaram-se métodos estatísticos bivariados e multivariados para avaliação dos fatores de risco, com recurso ao IBM SPSS Statistics v.29.0. Resultados: A prevalência de DDE foi de 53,9%, com maior ocorrência nas crianças nascidas pré-termo (90,2% vs. 36,9%, p<0,001). A hipomineralização incisivo-molar foi o DDE mais frequente. O baixo peso ao nascimento (OR=4,380), parto pré-termo (OR=15,660) e tipo de parto com ventosa (OR=5,417) foram fatores de risco significativos para DDE. A presença de DDE aumentou significativamente o risco de cárie dentária (OR=3,760, p=0,002). Conclusão: A prematuridade revelou ser um fator de risco determinante para DDE e cárie dentária, destacando-se a importância de acompanhamento médico-dentário precoce e contínuo em crianças prematuras, com vista à prevenção e mitigação de complicações orais.
  • Manifestações orais da doença de Crohn: um caso clínico
    Publication . Gomes, Gisela Charbel Martins Alves dos Santos e; Soares, Sandra; Macho, Viviana
    A Doença de Crohn é uma patologia inflamatória crónica que afeta o sistema gastrointestinal e está frequentemente associada a variadas complicações extraintestinais. A inflamação na Doença de Crohn pode ocorrer e manifestar-se em qualquer local do corpo, desde a região do ânus até à cavidade oral. O presente trabalho compreendeu a investigação das manifestações orais relacionadas com a Doença de Crohn, numa paciente de 57 anos, do sexo feminino e diagnosticada com a referida doença. No que diz respeito às manifestações orais da Doença de Crohn, estas podem apresentar-se de maneira bastante variada, sendo a apresentação clínica predominante marcada pela presença de úlceras, queilite angular, edema e inflamação das mucosas. As regiões da boca comummente afetadas por estas lesões incluem os lábios, as gengivas e os sulcos vestibulares. Estas manifestações, apesar de orais, estão diretamente ligadas ao processo inflamatório generalizado que caracteriza a doença e que afeta também e paralelamente as articulações e ligamentos, o que resulta numa ligação importante entre a Doença de Crohn e o desenvolvimento de condições periodontais e gengivais, bem como no desenvolvimento de distúrbios da articulação temporomandibular. Aquando da observação e avaliação oral da paciente em questão, foram identificadas manifestações orais associadas à Doença de Crohn, sendo estas predominantemente manifestações não específicas, e cujo agravamento tende a acompanhar os períodos de exacerbação da doença, ou seja, quando os sintomas gastrointestinais também se intensificam. Diante deste quadro, diferentes planos de tratamento foram apresentados e cuidadosamente discutidos com a paciente, tendo em conta o caráter crónico da sua doença e a sua predisposição para desenvolver patologias orais associadas à Doença de Crohn. Além disso, foi enfatizada a importância de um acompanhamento regular e personalizado para a gestão eficaz dessas complicações orais, considerando os desafios que a doença impõe à saúde como um todo.
  • Extração profilática dos terceiros molares inferiores: revisão sistemática
    Publication . Lamdaoui, Slimane Elias; Macedo, José Paulo
    Contexto: Os terceiros molares são uma fonte de controvérsia em odontologia devido à frequência com que geram patologias, à sua imprevisibilidade e aos riscos associados à sua extração. Estes dentes podem estar inclusos ou retidos e ser assintomáticos, mas isso não significa que não causarão consequências negativas a longo prazo. Existe uma classificação bem estabelecida dos terceiros molares, que os categoriza como incluídos ou retidos. Os dentes incluídos são aqueles que não irromperam completamente na cavidade oral e permanecem dentro do osso, enquanto os dentes retidos são aqueles que estão parcialmente irrompidos e podem ser envolvidos por tecido gengival. O objetivo desta revisão sistemática é determinar se a extração profilática dos dentes do siso assintomáticos é apropriada, levando em consideração tanto os riscos de apinhamento dentário (dos incisivos) quanto de patologia periodontal e cariosa dos segundos molares. Materiais e métodos: Seguindo os métodos recomendados para revisões sistemáticas e meta-análises (PRISMA), uma busca eletrónica nas bases de dados Medline e Scopus foi realizada para identificar todos os artigos relevantes publicados até janeiro de 2024 sobre a possível redução do risco de complicações associadas aos dentes do siso inclusos e retidos assintomáticos inferiores. Resultados: A quantidade de apinhamento dentário anterior, assim como a recidiva do apinhamento dos incisivos inferiores após tratamento ortodôntico, não são significativamente influenciadas pela presença dos terceiros molares mandibulares ou pela sua dinâmica de desenvolvimento. Além disso, há uma correlação entre a melhoria do estado periodontal do segundo molar após a extração de um dente do siso incluso assintomático. Conclusão: Existe pouca evidência científica que justifique a necessidade de extração profilática do dente do siso incluso ou retido assintomático inferior, não tendo qualquer indicação com base nos resultados desta revisão, pois não apresenta benefício clínico significativo em relação à abordagem expectante.
  • Entre percepção e realidade: estigmas da toxicomania e seu impacto na assistência em medicina dentária
    Publication . Toubiana, Célia Naomi Rachel; Campelo, Álvaro
    Introdução: A perceção e o estigma associados à toxicodependência têm um impacto significativo na qualidade dos cuidados prestados em medicina dentária. Esta tese visa explorar as atitudes e conhecimentos dos profissionais de saúde oral em França relativamente aos pacientes com dependência de substâncias, identificando como essas perceções influenciam o tratamento e a relação com os pacientes. Objetivos: Compreender as atitudes dos profissionais de saúde oral face aos pacientes toxicodependentes e como estas influenciam os cuidados de saúde. Avaliar o nível de conhecimento sobre as práticas adequadas e identificar barreiras e desafios que afetam a prestação de cuidados nestas situações. Material e métodos: Estudo misto, quantitativo e qualitativo, com aplicação de questionários online a profissionais de saúde oral em França (maio-junho de 2024). A análise estatística foi realizada com testes de qui-quadrado e de Fisher. Resultados: A maioria dos profissionais enfrenta dificuldades na identificação de pacientes toxicodependentes, com variações entre especialidades. Verificaram-se lacunas na formação e conhecimento. 59% acreditam que os profissionais de saúde oral não têm formação suficiente para combater os estereótipos e a discriminação. Conclusão: A formação contínua e a implementação de práticas interdisciplinares são essenciais para melhorar a qualidade dos cuidados e reduzir o estigma associado à toxicodependência na medicina dentária.