ESS (DCETS) - (DM) Terapêutica da Fala
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- Abordagem baseada nas rotinas: perceção dos terapeutas da falaPublication . Aradas, Ana Carolina Martins dos Santos de Carvalho; Maia, Fátima; Manso, M. ConceiçãoA Abordagem Baseada nas rotinas é preconizada na intervenção precoce, pois valoriza as rotinas das crianças nos contextos naturais e com os cuidadores de maior afeto, sendo também as Práticas Centradas na Família um pilar desta abordagem. Esta investigação procurou auscultar os Terapeutas da Fala (TF) portugueses sobre a Abordagem Baseada nas Rotinas, recolhendo a sua perceção sobre a mesma e indagando se a utilizam na sua prática profissional. Para a operacionalização destes objetivos formularam-se 5 questões que envolveram os graus de importância e frequência na prática profissional dos TF, bem como a identificação de fatores facilitadores e barreira à sua implementação e vantagens e desvantagem neste tipo de intervenção. Estes Terapeutas também foram questionados sobre quais as estratégias que consideram pertinentes para a implementação desta abordagem. Para obtenção das respostas desenvolveu-se um estudo com desenho quantitativo recorrendo-se à aplicação de um questionário divulgado online, tendo sido salvaguardadas questões éticas, não esquecendo o anonimato dos intervenientes e a confidencialidade das informações recolhidas. Os dados foram recolhidos entre os meses de novembro e dezembro do ano transato, sendo a amostra constituída por 55 Terapeutas da Fala que responderam ao questionário. Os dados foram tratados com recurso à estatística inferencial através do Statistical Package for the Social Sciences e técnicas de análise de conteúdo para as respostas semiabertas. Após estas duas análises - quantitativa e qualitativa – conclui-se que os Terapeutas consideram muito importante a Abordagem Baseada nas Rotinas, embora apresentem alguma dificuldade em a executar de uma forma regular na sua prática profissional. Também foram encontrados alguns fatores facilitadores e fatores barreira, que poderão justificar as dificuldades sentidas na sua implantação. Por fim, foram destacadas vantagens e desvantagens, bem como algumas estratégias que são reconhecidas e implementadas pelos TF no âmbito desta Abordagem.
- Caracterização da utilização da comunicação aumentativa e alternativa por terapeutas da fala com crianças e jovens com perturbação do espectro do autismoPublication . Lorga, Catarina Sampaio e; Peixoto, Vânia; Costa, AnaA Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é caracterizada, entre outras questões, pela perturbação da comunicação e da linguagem, que afetam a participação e integração nas atividades e contextos de vida diária e, por isso, estas pessoas beneficiam com a intervenção baseada em estratégias e sistemas de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). Considerando as áreas de atuação do Terapeuta da Fala (TF), este profissional faz parte da equipa interdisciplinar responsável pela avaliação e implementação da CAA e, por isso, interessou-nos conhecer a forma como os Terapeutas da Fala em Portugal usam a CAA na intervenção com Pessoas com PEA. Para conhecer e caracterizar a utilização da CAA com crianças e jovens com PEA realizou-se um estudo quantitativo, com um desenho descritivo, a partir de um questionário de auto-preenchimento construído pela investigadora e divulgado online, para os TF’s portugueses que trabalharam ou trabalham com a população mencionada. Os resultados demonstraram que ainda prevalecem alguns mitos relativamente à CAA, nomeadamente quanto ao momento da sua introdução. Esta é utilizada maioritariamente com o objetivo de aumentar a funcionalidade comunicativa e a compreensão e expressão da linguagem, através de sistemas de baixa tecnologia compostos por gestos e signos pictográficos. No processo de avaliação e implementação, prevalece o contexto clínico como o mais frequente, com inclusão da família quer na tomada de decisão quer na participação ao longo de todo o processo. Verificou-se a existência de algumas dificuldades na utilização da CAA como a não aceitação por parte da família e o tempo que exige na preparação de materiais e deslocações a contextos.
- Caracterização das metodologias de avaliação e intervenção nas perturbações dos sons da falaPublication . Bacelar, Ana Maria Cabral Campelo Huet de; Rocha, Joana; Peixoto, Vânia; Maia, FátimaAs Perturbações dos Sons da Fala (PSF) são das alterações mais frequentemente encontradas na atuação clínica em Terapia da Fala em Portugal. Assim sendo, realizou-se este trabalho com os objetivos principais de caracterizar a avaliação e a intervenção realizada pelos Terapeutas da Fala (TF’s) portugueses em crianças com PSF. Após a consulta de bibliografia na área e para que fosse possível tirar algumas conclusões sobre a realidade portuguesa, construiu-se um questionário designado “Caracterização das Metodologias de Avaliação e Intervenção nas Perturbações dos Sons da Fala” que foi enviado via online para TF’s que interviessem com crianças em Portugal Continental e Ilhas. A amostra é constituída por 341 TF’s, maioritariamente, do género feminino, jovens e licenciados. Passam-se a citar alguns dos resultados obtidos: uma percentagem muito baixa utiliza procedimentos computadorizados de análise de sons da fala e um número elevado de TF’s despende muito tempo na análise de avaliações e na elaboração de relatórios. Provas formais de avaliação são utilizadas, contudo muitas das mencionadas no inquérito, ainda, lhes são desconhecidas. A execução de provas de nomeação e a análise do discurso espontâneo são as componentes de avaliação mais utilizadas e a prova de estimulabilidade a menos. A utilização dos modelos de intervenção não está relacionada com os anos de serviço e o grau académico dos TF’s e os mais usados são a terapia articulatória de Van Riper, intervenção centrada no vocabulário e o modelo de pares mínimos/oposições máximas. Contudo, é evidente que, em Portugal, ainda não são usados muitos deles, nomeadamente o ABAB, o PACT e o modelo de ciclos modificado. Em relação às fontes de obtenção de conhecimento sobre a avaliação e intervenção em PSF constata-se que a maioria os consegue através da licenciatura, da discussão clínica com colegas, workshops e a leitura de artigos científicos. O professor do ensino regular, o professor do ensino especial e o psicólogo são os profissionais que estão mais presentes nas equipas de crianças com PSF. Relativamente à interação dos TF’s com os pais/cuidadores verifica-se que a mesma ocorre frequentemente e que maioritariamente acontece no final das sessões. Speech Sound Disorders (SSD) are the most common in clinical performance in Speech Therapy in Portugal. We carried out this work with the main goals of characterizing the assessment and intervention conducted by Portuguese Speech Therapists (SLPs) in children with SSD. After consulting the literature a questionnaire was conducted to draw some conclusions about the portuguese reality. The questionnaire, called "Characterization of Methodologies of Assessment and Intervention in Speech Sound Disorders", was sent online for Speech Therapists actively working with children in Continental Portugal and Islands. The sample consists of 341 SLPs, mostly, female, young and licensed. Will mention some of the results: a very low percentage use computerized procedures for analyzing speech sounds and a large number of SLPs spend much time analyzing assessments and reporting. Formal evaluation tests are used, however many of related proofs in the survey are unknown. The implementation of evidence naming and the spontaneous speech analysis are the assessment components most used. The proof of stimulability is the less used formal test. The mostly used intervention models are the Van Riper Therapy, core vocabulary intervention and minimal pairs/maximal opposition intervention. The use of these models is not related to the years of service nor to the degree of SLPs. According to the survey ABAB, PACT and Modified Cycles are the least used in Portugal. Regarding the knowledge sources for SSD assessments and intervention faces that most participants learn about these topics through the graduation, clinical discussion with colleagues, workshops and reading scientific articles. The regular education teachers, special education teacher and psychologists are the professionals that are more present in teams with children with SSD. Regarding the interaction of TF's with parents/caregivers it appears that it occurs frequently and that mostly happens at the end of the sessions.
- A comunicação num atendimento de emergência pediátrica com crianças com dificuldades de comunicação e profissionais de emergência médica (INEM)Publication . Tomás, Stefanie Azeredo; Maia, Fátima; Santos, LuísAtualmente é dada cada vez mais importância à comunicação na prestação de cuidados de saúde, de forma a melhorar a qualidade do atendimento e a satisfação do paciente, bem como a redução de custos para as entidades. O objetivo principal deste trabalho foi explorar como é realizada a comunicação num atendimento de emergência pediátrica entre crianças com dificuldades de comunicação e profissionais de emergência médica pertencentes ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Desta forma, desenvolveu-se um estudo qualitativo com recurso à entrevista em profundidade, semi-estruturada, aplicada na forma semi-diretiva a cinco psicólogos, cinco enfermeiros e dez técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), a desempenharem funções em diferentes meios de emergência médica, tais como: ambulâncias de Suporte Básico de Vida (SBV) e de Suporte Imediato de Vida (SIV), Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), no Serviço de Helicópteros de Emergência Médica (SHEM), Unidade Móvel de Apoio Psicológico (UMIPE) e Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP). Foram asseguradas todas as questões éticas, tendo sido garantida a salvaguarda do anonimato dos participantes e a confidencialidade dos dados. Estes foram recolhidos no período de agosto a setembro de 2017 e posteriormente tratados através da técnica análise de conteúdo. Os resultados indicaram oito categorias relacionadas com o atendimento de emergência pediátrica: caraterização sociodemográfica, procedimentos, dificuldades, estratégias de superação de dificuldades, formação, principais desafios, motivos de (In) satisfação profissional e recursos. Destacou-se a necessidade de formação específica aos profissionais do INEM, na área da comunicação na criança e suas especificidades, a adaptação de material já existente para esta faixa etária e a implementação de algum outro material que facilite o processo de comunicação destes profissionais com esta população específica.
- O contributo do terapeuta da fala com crianças/adolescentes com MD no contexto escolar: perceções dos pais, docentes de educação especial e terapeutas da falaPublication . Neto, Maria Helena Moreira Rocha; Maia, Fátima; Marinho, SusanaAtualmente, o contexto escolar é um espaço criativo que permite vivências significativas e experiências de comunicação reais, propício à aprendizagem realizada pela criança/adolescente. Assim, esta investigação procura compreender o contributo do terapeuta da fala no contexto educativo com crianças/adolescentes com multideficiência (MD), na perceção dos pais, docentes de educação especial (EE) e terapeutas da fala (TFs). Assim sendo, desenvolveu-se um estudo qualitativo recorrendo-se à entrevista semi-estruturada, aplicada na forma semi-diretiva a cinco pais (1 pai e 4 mães), a cinco docentes de EE e a cinco TFs com experiência na MD. Todas as questões éticas foram averiguadas, sem esquecer o anonimato dos intervenientes e a confidencialidade das informações recolhidas. Os dados necessários foram recolhidos no período de junhojulho do presente ano e, de seguida, foram analisados com recurso à técnica de análise de conteúdo. Os resultados indicaram seis unidades de análise relacionadas com impacto da MD nas atividades do dia-a-dia/familiares, apoio fornecido pelo TF, comunicação do TF e o envolvimento do TF com a família, focos de intervenção, qualificação da atuação do TF e barreiras/constrangimentos/desafios da atuação do TF. Os resultados obtidos, parece existir um impacto significativo na dinâmica familiar, prendendo-se com questões laborais, acompanhamento aos apoios do filho, ao reajustamento da dinâmica familiar, gestão diária, às redes de apoio bem como das adaptações familiares. A participação e o envolvimento nas atividades e/ou nas AVDs encontram-se condicionadas dependendo do grau de funcionalidade de cada criança/adolescente. Verificou-se que há uma maior consciência de todos os participantes para a importância da comunicação, no entanto, ainda existem fragilidades ao nível do envolvimento e comunicação com os profissionais e com a família. Os terapeutas da fala reconhecem e tentam colocar o foco nas atividades, na funcionalidade, mas depois verifica-se tendencionalmente que o apoio é prestado de um modo mais individual, reconhecendo as fragilidades que existem relativamente ao trabalho de equipa e de articulação com outros contextos de vida, nomeadamente o familiar. Também pode estar relacionado com atitudes, crenças dos profissionais e da família, bem como na organização dos serviços que parece ser um desafio para a intervenção baseada nas rotinas da criança/adolescente. Pelos resultados alcançados também se concluí que ainda existe uma necessidade de formação para todos os intervenientes relacionados com a abordagem da MD.
- O efeito das competências comunicativas da criança na relação entre práticas centradas na família e satisfação das famílias com os serviços de intervenção precoce na infânciaPublication . Regêncio, Rita Carlos Neto; Peixoto, VâniaActualmente, o campo da Intervenção Precoce na Infância recomenda as Práticas Centradas na Família como as melhores práticas no apoio a crianças e famílias, através de legislação, directrizes de organizações de referência e de evidência científica (Dunst, 2000; Guralnick, 2005; Dunst, Trivette e Hamby, 2007; Espe-Sherwindt, 2008; Trute, 2013; Carvalho et al., 2016). Acresce que a investigação tem vindo a demonstrar que as abordagens de intervenção centrada na família estão associadas a maiores índices de satisfação das famílias com os serviços (Dunst, Trivette e Hamby, 2007). O presente trabalho consiste numa revisão sistemática de literatura e pretende identificar e analisar do ponto de vista qualitativo estudos que investiguem o papel das competências comunicativas da criança na relação entre Práticas Centradas na Família e satisfação das famílias com os serviços. Foram pesquisados artigos publicados até à data e disponíveis em sete bases de dados electrónicas, tendo sido seleccionados 6 artigos. Os participantes são pais de crianças com mais de 2 anos de idade que receberam serviços onde se pretendem implementar Práticas Centradas na Família. Partindo da análise dos resultados obtidos foi possível concluir que 1) o número de estudos encontrados é muito reduzido, 2) a maioria dos resultados refere-se a contexto hospitalar, 3) de uma maneira geral todos os estudos apontam para uma maior satisfação das famílias com os serviços quando são implementadas Práticas Centradas na Família. Por último, importa salientar que não foram encontrados estudos que considerem as competências comunicativas da criança como uma variável de influência na relação entre PCF e satisfação das famílias com os serviços e práticas. Neste sentido, cabe ainda apresentar uma proposta de investigação que permita explorar o papel das competências comunicativas da criança na relação entre PCF e satisfação das famílias com os serviços de IPI.
- Estudo comparativo sobre as intenções e formas de comunicação usadas por crianças residentes em núcleo familiar natural e em centros de acolhimento temporárioPublication . Barreira, Ana Rita da Silva; Maia, Fátima; Manso, M. ConceiçãoEste estudo objetiva a observação e comparação das intenções e das formas de comunicação mais usadas nas funções de comunicação Regulação do Comportamento e Interação Social, em crianças residentes em Núcleo Familiar Natural (NFN) e em Centro de Acolhimento Temporário (CAT), nas faixas etárias entre os 12 e os 36 meses de idade. A amostra foi constituída por 50 crianças, repartindo-se em igual número por ambos os ambientes. A recolha dos dados foi obtida num único momento, com a interação entre pesquisador e criança. A análise dos dados foi realizada com recurso ao programa SPSS® IBM© Statistics e contagem manual. O resultado da pesquisa permitiu compreender algumas diferenças entre os grupos estudados: as crianças residentes em CAT evidenciaram mais uso da função interação social; tanto as crianças residentes em NFN, como as residentes em CAT, usaram mais a função de comunicação regulação do comportamento e, as crianças residentes em CAT demonstraram um menor desenvolvimento dos meios simbólicos. As intenções comunicativas mais usadas na função do regulamento do comportamento para ambos os ambientes foram “pede comida/objetos desejados” e “protesta/recusa objetos/comida não desejada”. As formas de comunicação mais usadas nesta função foram a nível pré-simbólico as expressões faciais e o contacto ocular e a nível simbólico as palavras isoladas e as combinações de palavras, embora esta última com menos expressão. Ao nível da função comunicativa interação social verificou-se que a intenção mais usada no ambiente CAT foi claramente “pede conforto”, seguindo-se das intenções “toma a vez” e “pede jogos sociais”. No ambiente NFN as mais usadas foram “pede jogos sociais”, “saúda” e “pede conforto”. As formas de comunicação também mais usadas a nível pré-simbólico as expressões faciais e o contacto ocular e a nível simbólico as palavras isoladas e as combinações de palavras. The aim of this study is to oberve and compare communication intentions and forms mot commonly used in Behaviour Regulation and Social Interaction, in children living in Natural Familiy Nucleous (NFN) and Temporary Foster Centre (TFC), in the age groups between 12 to 36 months of age. Sample was constituted by 50 children, being split in equal mumbers for both environments. Data collection was obtained in a single moment between the researcher and the participant children. Data analysis was performed using SPSS® IBM© Statistics and manual couting. Results from this study allowed understand some differences between groups: Children living in TFC showed more use of social interaction function: both children from TFC and NFN applied more the behaviour regulation communication function, and children from TFC revealed less development of symbolic means. The comunicative intentions more used in the in behaviour regulation function for both groups were “requests for food/objects” and “protests/refuses food/objects not desired”. The most common communicational forms utilized in this function were , at a pre-symbolic level, facial expressions and eye contact, and at a symbolic level, isolated words and word combinations, although the latter in minor frequency. At the level of communicative function social interaction it was observed that the most common intention used in TFC environment was “confort request”, followed by the intentions “takes his turn” and “requests social games”. In NFN environment also “requests social games”, “saluts” and “confort request” were the most commons. The communication forms more used at a pre-symbolic level were the facial expressions and eye contact, and at a symbolic level isolated words and word combinations.
- GRBASH – Scale for Evaluating the Hoarse Voice: tradução, adaptação e análise psicométrica para o Português EuropeuPublication . Santos, Mónica Esgueira dos; Freitas, Susana VazIntrodução: A necessidade de se dispor de escalas padronizadas e adaptadas aos diversos meios socioculturais e linguísticos assume-se fundamental no contexto de avaliação em terapia da fala. A avaliação percetivo-auditiva da voz necessita de se transformar numa avaliação objetiva, com dados padronizados. Assim sendo, e dada a escassez de escalas e testes para avaliar percetivamente a qualidade vocal em Portugal, foi levado a cabo o presente estudo que teve como objetivo traduzir e adaptar a escala GRBASH – Scale for Evaluating the Hoarse Voice para o Português Europeu, analisar as propriedades psicométricas da escala e, por último, identificar associações entre avaliação percetivo-auditiva, medidas acústicas e variáveis atributo: sociodemográficas, clínicas e comportamentais. Participantes e métodos: Realizou-se um estudo do tipo quantitativo-descritivo transversal, com a tradução e retroversão da escala GRBASH – Scale for Evaluating the Hoarse Voice por tradutores independentes. A escala GRBASH na versão final foi aplicada a 80 amostras vocais de 80 sujeitos de ambos os sexos, com média de 51,5 (DP=14,7) anos de idade. A amostra vocal é composta pela sustentação da vogal /a/ em intensidade e altura confortáveis ao sujeito, sendo posteriormente submetidas a uma avaliação percetivo-auditiva pelo painel de peritos e extração dos parâmetros acústicos (F0 média, jitter, shimmer e HNR). Para testar as características da escala foi usada a análise das componentes principais e análise da consistência interna. Resultados: No que diz respeito à distribuição das variáveis em estudo pela idade dos indivíduos, verifica-se que os que consomem outros medicamentos para além daqueles usados para a voz apresentam uma maior representatividade nos mais velhos (38,2 vs. 61,7; p=0,049); nos indivíduos com consumo de álcool (33,3 vs. 67,7; p=0,022) e nos que referem alterações hormonais (30,0 vs. 70,0; p=0,015). Estas conclusões obtiveram diferenças estatisticamente significativas para as variáveis em estudo. Após a análise de componentes principais foram extraídas duas componentes: CP1 – Grau, Rouquidão, Tensão, Aspereza e CP2 – Soprosidade e Astenia, que explicam 76,41% da variância, com um alfa de Cronbach de 0,763 e de 0,548, respetivamente CP1 e CP2. A consistência interna das duas componentes confirmam que a escala é um instrumento homogéneo para avaliar a disfonia. No que diz respeito à distribuição dos scores pelas variáveis sociodemográficas, variáveis clínicas e comportamentais, não se verificaram quaisquer diferenças estatisticamente significativas dos scores da componente principal 1. Relativamente à componente principal 2 verificou-se que os indivíduos com consumo de outra medicação (32,7 vs. 24,2; p=0,031) sem consumo de álcool (34,2 vs. 23,1; p= 0,004) e hábitos tabágicos (22,9 vs. 33,0; p=0,005) apresentam uma média de scores superior. No que diz respeito à avaliação da validade do critério, comparando as diferenças de médias obtidas na qualidade da voz (CP1 e CP2) pela avaliação acústica, verifica-se que de uma forma geral não existe uma relação entre a qualidade percetiva da voz e a F0 em ambos os sexos. No entanto, apesar de não terem sido realizadas inferências estatísticas, as mulheres apresentam uma média superior de F0. Por outro lado, para as variáveis jitter (CP1 p=0,002; CP2 p= 0,019), shimmer (CP1 p<0,001; CP2 p=0,008) e HNR (CP1 p<0,001; CP2 p=0,001) verificaram-se diferenças estatisticamente significativas, para ambas as componentes da escala. No que diz respeito à distribuição da frequência fundamental média (F0) pelas variáveis sociodemográficas, variáveis clínicas e comportamentais, verifica-se que homens mais velhos possuem uma média significativamente superior comparando com homens mais novos (154,0 vs. 126,1; p=0,020). Verifica-se que homens com presença de patologia laríngea possuem uma média de F0 superior (147,5 vs. 123,1; p=0,010). As mulheres que consomem outros medicamentos (exceto medicamentos para a voz) possuem uma média da F0 superior (169,5 vs. 163,6; p=0,023). As mulheres que fumam possuem uma F0 menor (155,7 vs. 196,0; p=0,024). Os homens com refluxo faringo-laríngeo possuem uma F0 inferior (124 vs. 155,1; p=0,013) e as mulheres com alterações hormonais possuem uma F0 maior (209,2 vs. 167,8; p=0,005). Para as restantes variáveis não se verificam diferenças estatisticamente significativas. Nas restantes variáveis acústicas verifica-se que os indivíduos do sexo masculino possuem uma média de jitter inferior (0,6 vs. 1,0; p=0,004). Para a variável HNR, os indivíduos que têm doença respiratória aguda nas últimas 4 semanas, possuem um valor menor (9,3 vs. 13,3; p=0,020). Para a variável jitter, verificou-se que quem consome álcool possui uma média significativamente menor (0,6 vs. 1,0; p=0,024). Conclusão: Os resultados deste estudo permitem comprovar as hipóteses teóricas levantadas e demonstraram que a escala GRBASH – Escala para Avaliação da Disfonia é um instrumento com boas propriedades psicométricas para ser usado na população portuguesa. Introduction: The need to have standardised scales adapted to various sociocultural and linguistic environments becomes crucial in the context of evaluation in speech therapy. The auditory-perceptual evaluation of voice needs to become an objective assessment with standardised data. Therefore, given the scarcity of scales and tests to perceptively evaluate voice quality in Portugal, this study was conducted, which aimed to translate and adapt the GRBASH – Scale for Evaluating the Hoarse Voice to European Portuguese, analyse the psychometric properties of the scale and, finally, identify associations between auditory-perceptual evaluation, acoustic measurements and sociodemographic, clinical and behavioural attribute variables. Participants and methods: We conducted a quantitative/descriptive cross-sectional study, with translation and reverse translation of the GRBASH – Scale for Evaluating the Hoarse Voice scale performed by freelance translators. The final version of the GRBASH scale was administered to 80 voice samples of 80 subjects of both sexes, with a mean of 51.5 (SD = 14.7) years of age. The vocal sample consists of the maintenance of the vowel /a/ at an intensity and volume comfortable to the subject, which is subsequently subjected to perceptual-auditory evaluation by the panel of experts and extraction of acoustic parameters (mean F0, jitter, shimmer and HNR). To test the characteristics of the scale, analysis of the principal components and analysis of internal consistency were used. Results: In relation to the distribution of the variables studied by the age of the subjects, it appears that those taking medicines other than those used for the voice are more prevalent among older subjects (38.2 vs. 61.7, p=0.049); in subjects who consume alcohol (33.3 vs. 67.7, p=0.022) and in those who report hormonal changes (30.0 vs. 70.0; p=0.015). These findings resulted in statistically significant differences for the variables under study. After analysis of the principal components, two components were extracted: CP1 – Grade, Roughness, Strain, Harshness and CP2 – Breathiness and Asthenia, which explain 76.41% of the variance, with a Cronbach's alpha of 0.763 and 0.548 in CP1 and CP2 respectively. The internal consistency of the two components confirms that the scale is a uniform instrument for evaluating dysphonia. With regard to the distribution of the scores by sociodemographic, clinical and behavioural variables, there were no statistically significant differences in the scores of principal component 1. Regarding principal component 2, it was found that subjects taking other medicines (32.7 vs. 24.2, p=0.031) who do not consume alcohol (34.2 vs. 23.1, p=0.004) or smoke (22.9 vs. 33.0, p=0.005) showed higher mean scores. As regards the assessment of the validity of the criterion, comparing the differences in the averages obtained in voice quality (CP1 and CP2) by acoustic evaluation, it is found that, in general, there is no relationship between perceptive quality of the voice and F0 in both sexes. However, despite statistical inference not having been applied, women have a higher average F0. On the other hand, the variables jitter (CP1 p=0.002; CP2 p=0.019), shimmer (CP1 p<0.001; CP2 p=0.008) and HNR (CP1 p<0.001; CP2 p=0.001) demonstrate statistically significant differences for both components of the scale. With respect to the distribution of mean fundamental frequency (F0) by sociodemographic, clinical and behavioural variables, it appears that older men have a significantly higher average compared to younger men (154.0 vs. 126.1; p=0.020). It appears that men with laryngeal disease have a higher average F0 (147.5 vs. 123.1; p=0.010). Women taking other medicines (except medicines for the voice) have a higher average F0 (169.5 vs. 163.6; p=0.023). Women who smoke have a lower F0 (155.7 vs. 196.0; p=0.024). Men with gastroesophageal reflux have a lower F0 (124 vs. 155.1, p=0.013) and women with hormonal changes have a higher F0 (209.2 vs. 167.8; p=0.005). For the remaining variables, no statistically significant differences are found. In the remaining acoustic variables, it appears that male subjects have a lower average jitter (0.6 vs. 1.0; p=0.004). For the variable HNR, subjects who have had acute respiratory disease in the past 4 weeks exhibit a lower value (9.3 vs. 13.3; p=0.020). For the variable jitter, it was found that who consume alcohol have a significantly lower average (0.6 vs.1.0; p=0.024). Conclusion: The results of this study allow us to confirm the theoretical hypotheses raised and demonstrate that the GRBASH Scale for the Evaluation of Dysphonia is an instrument with good psychometric properties for use among the Portuguese population.
- Identificação das emoções: a influência do género e dos estímulos visuaisPublication . Martins, Ana Raquel Baltazar; Freitas-Magalhães, A.; Peixoto, VâniaAo longo dos anos, as emoções têm vindo a ser extensivamente estudadas e documentadas na literatura, devido à sua importância no desenvolvimento biopsicossocial do ser humano. As emoções são consideradas reações a determinados acontecimentos, situações recentes ou inesperadas que desempenham várias funções. Permitem proteger o património genético, pois garantem a sobrevivência da espécie, bem como equilibram o bem-estar individual e social. Têm, também um papel fundamental na aprendizagem, pois é através da expressão das emoções que ensinamos as crianças a interiorizar valores e regras sociais que as ajudam a manter relações e a processar informações. Permitem ainda uma melhor compreensão sobre os nossos comportamentos e os dos outros, uma vez que é uma forma de comunicação que implica uma interação social mais apropriada e eficaz, para além de que ajudam a tomar decisões e influenciam os comportamentos comunicativos. No entanto, os estudos e registos existentes são habitualmente realizados com participantes adultos e com recurso à face humana. Braconnier (1996) afirma que existem diferenças emocionais entre géneros; que estas dependem do contexto familiar, cultural e social e que surgem desde os primeiros meses de vida, justificando também as diferenças comportamentais entre o género feminino e masculino ao longo do seu desenvolvimento. Assim, o tema do presente trabalho é a identificação das emoções: a influência do género e de estímulos visuais, que teve como objetivos identificar e reconhecer o padrão das emoções de acordo com o género; verificar a existência de diferenças significativas na intensidade das emoções entre géneros; e comparar a identificação e o reconhecimento das emoções em ambos os géneros mediante a exposição aos diferentes estímulos (informação escrita com imagem, imagem, informação escrita). O estudo é transversal e os instrumentos de recolha de dados utilizados foram 30 tiras de banda desenhada extraídas da obra completa de PEANUTS (Volumes I a V) de Schulz (2005, 2007, 2009, 2010), nas quais estão representadas as 7 emoções básicas: alegria, aversão, cólera, desprezo, medo, surpresa e tristeza (Freitas-Magalhães,2011), e questões de caracterização do perfil da criança. A amostra deste estudo foi constituída por 102 alunos do 8º ano de escolaridade portugueses de um Mega Agrupamento de Escolas da Zona Centro, com idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos, selecionada por conveniência. Recorreu-se ao SPSS para determinar os objetivos em estudo. Em suma, a realização deste estudo permitiu concluir que existem poucos resultados estatisticamente significativos. Verifica-se que a intensidade da emoção “Cólera” é significativamente superior nas respostas ao estímulo completas na questão Int_30C para o género feminino comparativamente com o género masculino (6,06 vs 4,94; p<0,05). Também foram observadas associações estatisticamente significativas entre género e estímulos mudas nas questões: Int_2M, (5,53 vs 4,13; p<0,05) para a emoção “Medo” e na questão Int_6M1 para a emoção “Desprezo” (5,06 vs 3,96; p<0,05), sendo as proporções das médias superiores no género feminino. Apesar de não se verificarem associações estatisticamente significativas relativamente às intensidades das questões apenas com a informação escrita (Int_I), verificou-se que a proporção das médias das respostas para a intensidade das emoções básicas foi superior no género feminino comparativamente com o género masculino, na globalidade dos resultados. Over the years the emotions has been extensively studied and documented in the literature, due to its importance in the biopsychosocial human beings development. Emotions are considered reactions to certain events, recent or unexpected situations that perform various functions. Allows protecting the genetic heritage, because it guaranties the species survival and as well as balance the individual and social welfare. Although it has a fundamental role in learning, because it`s through the emotion’s expression that we teach children to internalize values and social rules that help maintain relationships and process information. It also allows a better understanding of our behaviors and of the others, since it`s a form of communication that involves a more appropriate and effective social interaction, as well as to facilitate the decisions process and influence communicative behaviors. However the studies and existing records are usually carried out with adult participants and with recourse to the human face. Braconnier (1996), states that there are emotional differences between genders; that depends on the family, cultural and social context, which occur in the first months after birth, also explaining the behavioral differences between female and male gender throughout its development. Thus, the purpose of the present study is the identification of emotions: the influence of gender and visual stimuli, which aimed to identify and recognize the emotions patterns according to gender; check for significant differences in the intensity of emotions between genders; and compare the identification and recognition of emotions in both sexes by exposure to different stimuli (written with picture, image information, written information). The study is cross-sectional and the data collection instruments used were 30 comic strips extracted from the PEANUTS Work (Volumes I to V) by Schulz (2005, 2007, 2009, 2010), in which are represented the 7 basic emotions: joy, disgust, anger, contempt, fear, surprise and sadness (Freitas-Magalhães, 2011), and issues of characterization of the child's profile. The study sample consisted of 102 students from the 8th year of schooling of a Portuguese Mega Group of Schools center Zone, aged between 13 and 16 years, selected by convenience. We used SPSS to determine the aims for the study. In short, this study has concluded that there are few statistically significant results. It turns out that the intensity of emotion "Anger" is significantly higher in the responses in stimulus “completas” in the question Int_30C for females compared with males (6.06 vs 4.94; p < 0.05). Also statistically significant associations were observed between gender and stimulus “mudas” questions: Int_2M, (5.53 vs 4.13; p < 0.05) for emotion "Fear" and on Int_6M1 issue for emotion "Contempt" (5.06 vs 3.96; p < 0.05), and the proportions of the averages higher than in females. Although there’s no statistically significant associations related to the question`s intensities of only with the written information (Int_I), it was found that the ratio of the average response to the intensity of basic emotions was higher in females compared with males, in the global results.
- O impacto das perturbações dos sons da fala na vida quotidiana da criançaPublication . Ramos, Mariana Franco dos; Rocha, Joana; Santos, LuísA fala é um modo verbal-oral da comunicação e realiza-se através da produção e articulação de sons, no entanto, esta competência não progride normalmente para um número considerável de crianças dando origem a perturbações da fala (Bernstein e Tiegerman, 1993; Lima, 2009; Beitchman e Browlie, 2010). A ASHA (2003) recomenda que se utilize, então, o termo Speech Sound Disorders, i.e., Perturbação dos Sons da Fala (PSF) nestes casos. As PSF são uma das áreas de intervenção do Terapeuta da Fala (TF) com uma elevada prevalência, variando entre 10 a 15% em crianças em idade pré-escolar (McLeod e Baker, 2014; McLeod e Harrison, 2009). Partindo destes pressupostos foi realizado um estudo qualitativo cujo objetivo principal foi analisar as experiências quotidianas de crianças com PSF nos seus contextos significativos, nomeadamente, casa, escola e terapia da fala, e com os seus parceiros comunicativos, ou seja, os pais, o educador de infância (EI) e o TF. Participaram neste estudo 24 indivíduos, nomeadamente, 5 crianças com idades compreendidas entre os 4 e 6 anos, a mãe de cada criança, o seu TF e 2 EI. Os dados foram recolhidos através de uma entrevista de respostas abertas, denominada Avaliação da Participação e das Atividades que envolvam a Fala na Criança (APAF-C), que fora traduzida para o Português Europeu numa fase inicial do estudo. Percebeu-se que as crianças que participaram neste estudo apresentam uma maior tendência ao isolamento e que o impacto negativo das PSF parece ser maior e mais consciente em crianças com idade superior a 6 anos. Os seus parceiros comunicativos foram capazes de identificar frustração e comportamentos de oposição quando as crianças não se faziam compreender. A intervenção com o TF parece ser uma solução de extrema importância para estas crianças, para além de um trabalho em equipa com os profissionais de saúde e da educação.
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