FCT (DCEA) - Teses de Doutoramento
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Browsing FCT (DCEA) - Teses de Doutoramento by advisor "Barros, Nelson"
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- Além do verde: jardins e parques urbanos na resposta aos desafios socioambientais contemporâneos – estudo de caso da cidade do PortoPublication . Vidal, Diogo Guedes; Maia, Rui Leandro; Barros, Nelson; Vilaça, HelenaAs cidades contemporâneas enfrentam desafios socioambientais que, se não forem enfrentados, colocam em causa a sua sustentabilidade e o bem-estar das suas populações. As soluções baseadas na Natureza são apontadas internacionalmente como uma das estratégias mais eficientes a longo prazo. De entre estas soluções, os Espaços Verdes Urbanos (EVUs), enquanto pontes de ligação entre a Natureza e o urbano, assumem-se como lugares de socialização, de prática de atividade física, cultural e recreativa, para além de poderem desempenhar um papel de relevo na mitigação da poluição atmosférica e dos efeitos das alterações climáticas. Ainda que exista uma quantidade considerável de literatura dedicada a estes espaços, persiste uma lacuna sobre como o potencial dos serviços dos ecossistemas, as preferências, as motivações e as relações emergentes dos seus utilizadores são mediadas tendo em conta o envolvente perfil socioeconómico e territorial. Tomando como estudo de caso a cidade do Porto, localizada na região norte do litoral português, integrada na segunda maior área metropolitana do país, que sofreu uma perda significativa da estrutura verde urbana durante a segunda metade do século XX, esta investigação propôs-se a compreender de que forma é que os EVUs estão a responder aos desafios socioambientais contemporâneos. Dos 95 EVUs identificados na cidade, foram selecionados 25, a que se aplicou uma abordagem por triangulação de técnicas, nomeadamente a construção e aplicação de uma grelha de avaliação do potencial de serviços dos ecossistemas, a construção e aplicação de um inquérito por questionário a 131 utilizadores destes EVUs e, por fim, o mapeamento do comportamento humano de 975 utilizadores em quatro dos 25 EVUs. Através de análises estatísticas univariadas e multivariadas, e com recurso aos programas SPSS, R e ArcGIS, foi possível responder ao objetivo da presente investigação. Os resultados tornam clara uma situação de injustiça ambiental na provisão de EVUs na cidade, sendo que, em zonas de maior privação socioeconómica, estes espaços tendem a ter menor potencial de serviços dos ecossistemas, em entendimento generalizado pelos utilizadores. Numa tentativa de proposta de tipologia de EVUs, foram identificados cinco grupos: espaços ambientalmente capacitados e socialmente expectantes, espaços socioambientalmente ativos, espaços ambientalmente capacitados mas socialmente adinâmicos, espaços socioambientalmente negligenciados e espaços socioambientalmente inexplorados. Com esta proposta, torna-se possível identificar quais as dimensões que mais carecem de intervenção, para além de se observar que os dois últimos grupos, com menor potencial de serviços dos ecossistemas, são os que agregam EVUs localizados em zonas da cidade de maior privação socioeconómica. Os EVUs são utilizados para relaxar, socializar e contactar com a Natureza no meio do tecido urbano denso, para além de promoverem uma maior consciência ecológica à medida que o grau de frequência aumenta. O mapeamento do comportamento humano foi também revelador de padrões e de regularidades entre os comportamentos e o desenho dos EVUs, bem como dos elementos naturais e mobiliário urbano, contribuindo numa maior correspondência entre as necessidades humanas e o espaço. Acresce que os EVUs com maior dinamismo e frequência de utilizadores localizam-se em áreas de menor privação da cidade. A resposta ao objetivo inicialmente proposto é de que os EVUs estão a responder aos desafios socioambientais a dois ritmos: se por um lado o seu potencial socioecológico é aproveitado pelos seus utilizadores, por outro nem todos beneficiam destes de forma equitativa. A maior expectativa é que os resultados deste trabalho possam ser um contributo na definição de estratégias locais que potenciam os serviços dos ecossistemas dos EVUs da cidade, providenciando o acesso equitativo de todos a estes espaços e satisfazendo as necessidades dos seus utilizadores rumo a cidades verdes, justas e inclusivas.
- Os efeitos da poluição atmosférica na saúde respiratória: o caso dos condutores de transporte públicoPublication . Heberle, Sandra Magali; Barros, Nelson; Rosa, Michele dos Santos Gomes daHoje, 50% da população vive em cidades e aglomerados urbanos exposta a níveis progressivamente maiores de poluentes do ar. O NO2 é um dos poluentes mais presentes nesse meio, sendo preocupante pela sua capacidade em reduzir a função pulmonar devido à exposição de alguns grupos profissionais. Este estudo teve por objetivo quantificar a exposição ao NO2 dos motoristas de ônibus, avaliar a existência de redução do trabalho respiratório, correlacionar a função pulmonar com a ação do NO2 e verificar se a função pulmonar diminui conforme o tempo de exposição ao NO2. Trata-se de um estudo transversal, e os dados foram processados usando-se a razão de prevalência com indivíduos de 20 a 60 anos, que exercem a função de condutores de ônibus (Grupo Alvo) e função administrativa (Grupo Controlo), em Caxias do Sul, RS, Brasil. Os participantes utilizaram um amostrador passivo de NO2 durante o trabalho. Foram feitas duas campanhas de três semanas: uma no inverno e outra no verão. Verificaram-se os níveis de NO2 em três locais no exterior: um diretamente afetado pelas emissões de tráfego, outro longe dessas emissões e um terceiro, na garagem dos ônibus. Os valores na estação de “tráfego” são superiores (47,0 %) aos da estação de “fundo”, mas inferiores (-16,1%) aos da estação da garagem dos ônibus. Observou-se que a exposição ao NO2 pelos motoristas é superior à do pessoal administrativo (p < 0,001) com diferença de 93,8%. No verão, essa diferença é mais acentuada, sendo de 246%. Os motoristas estão expostos a valores superiores ao valor guia de proteção da saúde humana da OMS (40 μg.m-3), o que é mais grave durante o inverno do que no verão. Ocorreram variações tanto no VEF1 como no FEF25-75%, assim como na CVF e VEF1/CVF, porém não se identificaram alterações estatisticamente significativas entre os grupos. Há estudos que demonstram associação entre as alterações respiratórias e exposição prolongada ao NO2. Os resultados aqui encontrados demonstram que tanto os motoristas como os passageiros poderão estar expostos a valores não seguros de concentração de poluentes no ar interior dos ônibus, devendo, pois, este tipo de estudo prosseguir e ser aprofundado.
- A sustentabilidade do geoturismo na Amazônia Setentrional: estudo de caso do município de Mucajaí, Estado de Roraima, BrasilPublication . Veras, Ana Sibelonia Saldanha; Dinis, Maria Alzira Pimenta; Barros, NelsonA região de Mucajaí, Roraima, Brasil, objeto desta tese, oferece paisagens naturais associadas a fascinantes morfologias, como afloramentos de rochas, minerais e cursos hídricos, relevantes no âmbito do conhecimento das geociências. Importa, ainda, salientar as consideráveis populações indígenas locais, como principais atores e beneficiários do geoturismo, e seu papel na preservação e desenvolvimento sustentável da região em estudo. Nesse sentido, a presente tese de doutoramento tem como objetivo contribuir para o estudo e sistematização em ambiente local, com foco nas condicionantes ambientais e interação entre o cidadão e comunidade acadêmica, para o uso de um geoturismo sustentável. O fulcro deste estudo insere-se na herança paisagística da região central de Mucajaí com destaque para os aspectos geológico-geomorfológicos que promovem a potencialidade latente dessa região para o geoturismo. No delineamento metodológico, aplicou-se pesquisa de caráter descritivo e exploratório, com estudo de caso fundamentado em revisão bibliográfica e trabalhos de campo, visando à compreensão e interpretação ambiental da região alvo desta tese. Isto por meio da base conceitual da geodiversidade e a sua aplicabilidade ao geoturismo como atividade sustentável. Para alcançar o núcleo deste trabalho, esta tese compõe-se de sete capítulos resultantes de publicações internacionais indexadas, pretendendo realçar a identidade interpretativa e a integridade dos recursos ambientais para a atividade do geoturismo em uma região distante, como é o caso dessa porção territorial da Amazônia setentrional no Brasil. As pesquisas publicadas reiteram contribuições significativas para a área estudada. O primeiro capítulo, Sustentabilidade da paisagem: contribuição da região de Mucajaí- Roraima, Brasil, refere-se à paisagem como importante contribuição para medir e interpretar o bem-estar humano no consumo sustentável ambiental, constituindo um enorme desafio para os gestores públicos no desenvolvimento de um bom planejamento e ao despertar o compromisso dos cidadãos da região em análise. Insere-se ainda na ótica do Desenvolvimento Sustentável, especificamente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12 e 15, i.e., além de preservar a natureza, apoiar iniciativas de interpretação no meio rural como alternativa sustentável para a vida dos munícipes. O segundo capítulo, Praia da Rufina e Desenvolvimento Sustentável: o papel da mulher em Mucajaí, Roraima, Brasil, traz a descrição das ações vivenciadas por mulheres na atividade turística sob o viés da Agenda 2030 e ODS 1 a 5, 8 e 11, identificando a cultura da sustentabilidade ambiental e empoderamento da mulher, em busca da prosperidade frente ao pacto global. Apresenta-se uma experiência única, de relevância ecológica sobre o ecossistema fluvial, liderada por mulheres que utilizam o patrimônio geológico para conduzir geoturistas ao lazer, banhos e práticas sustentáveis em águas perenes e rios de água doce. Os visitantes são conduzidos em barcos aos melhores lugares de apreciação da flora e fauna, destacando-se a importância da preservação do patrimônio geológico e geomorfológico. Quanto ao terceiro capítulo, A Trilha Davi em Mucajaí, Roraima, Brasil: uma experiência para (re)conectar e proteger a natureza, reveste-se de uma ferramenta valiosa para a conservação do ambiente e apresenta o geoturismo. Neste trabalho, discute-se em escala local a natureza, vinculada à Agenda 2030 e aos ODS 1, 3, 4, 5, 8 e 10, que repercutem na prosperidade dos cidadãos em harmonia com o ODS 15, vida na Terra sustentável, com descrição da trilha como fenômeno geocientífico conservado e de atração geoturística que permite o contato com o ecossistema. Aplicou-se o conceito de capacidade de carga como ferramenta útil de planejamento ancorado no princípio da caminhada, ação recreativa e lazer, motivando o comprometimento do geoturista com o ecossistema, bem como contribui com práticas de educação ambiental no universo amazônico. O quarto capítulo, Percepção de sustentabilidade de ecossistemas lóticos e lênticos na bacia amazônica pela lente de uma comunidade local, identifica a percepção e atitudes de uma comunidade local da Bacia Amazônica sobre os ecossistemas lótico e lêntico, como parte da Agenda 2030 composta pelos ODS a serem alcançados: um conjunto de metas desafiadoras na salvaguarda do ecossistema hídrico. É assim importante enfatizar que esta pesquisa consubstancia o ser humano como principal responsável no sucesso da proteção dos recursos hídricos, sinônimo de vida do planeta. Assim, diante das inúmeras vantagens, o desafio é receber a devida atenção das autoridades, com investimento do setor público e privado e a capacitação para gestores, incluindo o geoturismo, destacando o potencial hídrico. O capítulo quinto, Rodovia BR-174, geoturismo e conflitos socioambientais nas regiões remotas do Norte da Amazônia, dedica-se à socioanálise do modal terrestre que liga o estado brasileiro de Roraima, o mais setentrional que integra a tríplice fronteira com a Venezuela e Guiana, às demais regiões do Brasil. Inaugurada em 1977, a Rodovia BR- 174 trouxe melhorias significativas às populações e promoveu estratégia geopolítica. Aborda ainda a adoção das recomendações da Agenda 2030 e metas dos ODS 12, 13, 15 ao 17, i.e., dimensão ambiental para apoiar e estimular cidadãos a uma boa gestão, ancorada no planejamento para utilizar o modal como um relevante corredor de movimento contínuo e distribuição de pessoas aos municípios. Logo, a interpretação dos recursos abióticos contribui para o uso do Geoturismo como atividade econômica sustentável. Quanto ao capítulo sexto, apoia-se na publicação Construindo pontes entre povos indígenas e a atividade geoturística: o caso da etnorregião da Raposa em Roraima, Brasil, que aborda as etnias indígenas Macuxi e Yanomami em etnoregiões de Roraima. Os Yanomami vivem em áreas remotas protegidas e defendem a floresta com base na cosmovisão dos elementos naturais para garantir a conservação da geodiversidade, do ambiente ecológico e de sua cultura. Já o turismo praticado é respaldado pelas técnicas de artesanatos e agricultura dominadas pelos Macuxi, que conhecem os melhores lugares para visitação geoturística. Dessa forma, comprova-se em plano de visitação que a atividade turística é sustentável. Os indígenas, orientados nos ODS 1, 15 e 17, e com apoio de parcerias, promovem a inclusão e vida na terra, assim como o uso da geodiversidade. O capítulo sétimo está sustentado pela publicação Constrangimentos sociais do geoturismo e instrumentos de proteção numa perspectiva de sustentabilidade, a pesquisa discute os constrangimentos sociais do geoturismo e os instrumentos de proteção em regiões dominadas por formações rochosas classificadas como patrimônio natural, assumidas como veículos importantes na salvaguarda dos sítios geológicos. Trata-se de pesquisa sobre regulamentos ambientais e administrativos, i.e., instrumentos coletados de sítios oficiais do governo disponíveis na Internet, empresas, condutores locais e substrato geológico, e.g., geoformas para identificar condicionantes alicerçadas e duráveis para o ambiente. Consideram-se os critérios de sustentabilidade não apenas como a melhor maneira das empresas atuarem, especialmente as pequenas e médias, mas também como o fortalecimento da instituição de turismo do município de Mucajaí, Roraima, Brasil. Todos os capítulos são descritos e interligados, conforme as morfologias mais representativas na porção central de Mucajaí. Nesse sentido, geossítios notáveis são úteis ao cidadão e didáticos do ponto de vista científico para o geoturismo. Desse modo, a descrição que a geodiversidade oferece não é apenas um diferencial, mas também oportunidade para a formatar geoprodutos para uso e proteção sob o manto da Agenda 2030. Ademais, os ODS são metas de aplicação no contexto global, destacando-se uma região remota como a Amazônia setentrional, com uma atividade de geoturismo que protege e amplia as oportunidades de preservação do patrimônio. No desenvolvimento do conjunto metodológico, i.e., relativo aos trabalhos de campo como observação e descrição de atrativo para gerar o conhecimento científico, contou-se com o apoio de técnicos (as), acadêmicos (as), empresários (as) e proprietários(as) de áreas rurais para a coleta dos elementos essenciais da pesquisa, sendo notória a importância dada pelos munícipes ao estudo. É imperioso sublinhar a comunicação indispensável da contribuição desta tese para o conhecimento acerca da geodiversidade nesta região remota do Brasil, e esta precisa ser avaliada, gerenciada, valorizada e interpretada pelo geoturismo. O público dessa atividade é composto de acadêmicos (as), empresas turísticas, associações e sociedade em geral, ao despertarem para um maior domínio e enobrecendo-se os atrativos da natureza com conhecimento científico em prol do geoturismo, baseando-se nas condicionantes e recursos geológicos e geomorfológicos. Portanto, a compreensão para a elaboração de argumentos convincentes é um fio condutor de um processo mais aprofundado sobre a atividade do geoturismo e um progresso para essa região longínqua do Brasil, nos princípios sustentáveis a serem conduzidos por seus residentes e populações autóctones no delineamento de novas alternativas. Dessa forma, os resultados podem contribuir para que os líderes regionais melhor identifiquem as necessidades da região e implementem atividade de geoturismo com práticas sustentáveis para salvaguardar a região da pressão antrópica.
- Ultrafine particles: world characterisation, occupational assessment and effects on human healthPublication . Moreira, Fernando Miguel Rodrigues da Silva; Barros, Nelson; Ferreira, Ana Maria da ConceiçãoIntrodução: As partículas sultrafinas (UFP) e seus efeitos na saúde têm sido amplamente estudados, resultando em avanços no conhecimento sobre este poluente. No entanto, a definição de normas de medição e limites legais para controlar a exposição tem sido um desafio. Para abordar essa questão, foi realizada uma revisão da literatura para fazer o estado da arte sobre as UFP e seus os efeitos na saúde humana. Um questionário à escala global também foi conduzido para entender como a avaliação das UFP é feita, onde, por quem, e com que propósito. Por outro lado, foi feita a avaliação das UFP em ambientes internos ocupacionais com diferentes níveis de emissão de material particulado (PM). O estudo tem como objetivo contribuir para um maior entendimento dos efeitos das UFP na saúde humana e promover o estabelecimento de diretrizes e normas para controlar a exposição a essas partículas e proteger a saúde de todos. Material e Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura (SLR) com o objetivo de encontrar, selecionar, analisar e sistematizar informação sobre UFP. Esta informação foi publicada em trabalhos de investigação recentes (2002 a 2022), centrados nas UFP no ambiente profissional e nos seus impactos na saúde humana. Para identificar os métodos de medição mais comuns e suas lacunas, bem como verificar a existência de regulamentações nessa área, foi elaborado um questionário mundial em inglês, utilizando o Google Forms. Além disso, foram conduzidas quatro avaliações de parâmetros ambientais e diversos poluentes em duas instalações industriais (uma carpintaria e uma padaria) e em duas instalações do setor social (uma escola e uma clínica de saúde). As instalações industriais escolhidas geralmente apresentam emissões de PM, ao passo que as outras duas instalações possuem baixos níveis ou nenhuma emissão direta de PM. Os resultados obtidos foram processados e cruzados com dados estatísticos, proporcionando uma análise mais completa sobre as UFP e seus efeitos nos diferentes ambientes avaliados. Resultados: A revisão bibliográfica demonstrou a falta de estudos transversais e as consequências para a saúde já identificadas quanto às ultrafinas assim como as diferenças entre a vertente de Qualidade do Ar Interior (IAQ) e avaliação do risco na vertente ocupacional. Verificou-se também não existir protocolos definidos para amostragem das UFP. Pensa-se que as UFP são um dos principais fatores que contribuem para os efeitos adversos para a saúde decorrentes da exposição a partículas devido ao seu tamanho extremamente pequeno. No entanto, pouco se sabe sobre a qualidade, os limiares e a concentração destas partículas que causam efeitos adversos na saúde. Sabe-se que a exposição a UFP no ambiente e no local de trabalho tem efeitos adversos para a saúde. O inquérito global realizado sobre UFP permitiu recolher informações de 20 países dos cinco continentes, proporcionando um dos estudos mais abrangentes sobre UFP até à data. Os resultados revelaram uma falta de conhecimento entre os inquiridos, com alguns a confundirem as UFP com partículas maiores como PM10 ou PM2.5. Este facto realça a necessidade de educação e sensibilização sobre as UFP e os seus potenciais efeitos na saúde. O estudo sublinhou a urgência de desenvolver normas e regulamentos internacionais para a avaliação, o controlo e os limites de exposição às UFP. Denotou-se também que não existem ambientes isentos de UFP e que as fontes interiores são os principais contribuintes para os níveis de UFP em ambientes profissionais, tanto na forma primária como secundária. Verificou-se que fatores como a humidade, a temperatura e a falta de ventilação influenciam as concentrações de UFP e contribuem para a sua formação secundária. Apesar de algumas atividades não terem fontes primárias de UFP, todas as áreas avaliadas apresentaram níveis elevados de UFP, excedendo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (WHO). A ventilação surgiu como um fator crucial para melhorar os parâmetros de UFP. Conclusão: O Controlo dos níveis de UFP é de extrema importância para proteger a saúde humana. Devido às dificuldades encontradas na filtragem de UFP através dos sistemas convencionais de controle de poluição, torna-se imperativo o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes para controlar as suas emissões. É fundamental continuar a pesquisa sobre as UFP e seus impactos na saúde humana, pois isso fornecerá informações cruciais para criar medidas regulatórias e estabelecer diretrizes eficazes. A aplicação de metodologias internacionais e o estabelecimento de valores-guia podem desempenhar um papel significativo na redução dos efeitos adversos à saúde resultantes da exposição a essas partículas ultrafinas.