Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
86.77 KB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
Reflectir sobre o conceito de equilíbrio no âmbito das disciplinas
da arquitectura e do urbanismo remete necessariamente
a considerações sobre o carácter de artifício dos fenomenos
urbano e arquitectónico analisados: construir casas
ou cidades, actividade especificamente humana enquanto
transcende a simples urgência de protecção e de abrigo para
entrar no domínio das associações semânticas, configurase
inevitavelmente como uma intervenção perturbadora de
estados anteriores supostamente “equilibrados”.
a história das cidades, de acordo com os dados que as
descobertas arqueológicas colocam hoje à disposição da
nossa capacidade interpretativa, coincide com o aparecimento
de outro fenómeno especificamente humano, o da
escrita, e confunde-se portanto com a história cultural da
humanidade, dos seus mítos e das suas narrativas.
A modificação artificial do meio-ambiente, no sentido
de adaptá-lo a exigências humanas de diferente ordem,
prática ou simbólica, ou ambas, acompanha-se com o
desenvolvimento de conceitos e teorías sobre o próprio
significado da intervenção humana no mundo físico e sobre
a avaliação de todas as suas consequências.
os diferentes aspectos e conotações da relação entre
“artifício”, entendido como resultado consciente da manipulação
de recursos naturais por parte do homem no
sentido de satisfazer exigências materias e simbólicas, e
“natureza”, embora este conceito possa assumir conotações
variáveis e, em alguns casos, até opostas, de acordo
com o período histórico e a localização geográfica, apresentam-
se portanto como categorias críticas recorrentes,
quase inevitaveis, em grande parte da produção teórica
ocidental sobre a arquitectura e a cidade.
Uma reflexão actualizada sobre as possiveis conotações da
relação, harmónica ou conflitual, entre artifício e natureza,
devería portanto constituir uma premissa indispensável para
orientar as actividades de projecto arquitectónico e urbano.
A reflection about the idea of equilibrium in architecture
and urbanism involves necessarily some considerations
about relationship between artifice and nature: building
houses and cities, a specifically human activity when
thought not only as a simple response to the urgency of
protection, but as a significant activity, is an action that
influences and perturb existing, equilibrated situations.
in urban history, according to archaeological studies, the
development of stable settlements corresponds to both agricultural
development and invention of writing; urban history
thus corresponds to the possibility of transmitting and
fixing cultural history, with its myths and narrations, as well
as with the development of organized strategy of modification
and controlling of nature for economic purposes.
Artificial modification of the environment, for both practical
and symbolic purposes, appears to be a necessary principle
for architecture and urbanism and is accompanied by a
development of theories and concepts about the deep signification
of the human intervention on the physical world
and a reflection about its impact and consequences.
all the distinct aspects of the relationship between
artifice, as intentional modification of natural environment
through the human action for both symbolic and
practical purposes, and nature, though this concept should
be object of a deeper reflection according to the different
and variable value it had along cultural history, appear to
be fundamental critical categories in western theoretical
architectonic literature.
a contemporary evaluation of the possible connotation
and consequences of the relationship, either harmonic or
conflictive, between artifice and nature, should therefore
be considered an unavoidable starting point in order to rethink
the principles of architectonic and urban design.
Description
Keywords
Arquitectura Urbanismo História Natureza Ambiente Architecture Urbanism History Nature Environment
Citation
A obra nasce: revista de Arquitectura da Universidade Fernando Pessoa. Porto. ISSN 1645-8729. 4 (Fev. 2007) 15-24.