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- O impacto do afeto positivo e negativo na cogniçãoPublication . Santos, Maria José Faria dos; Fernandes, CarinaO presente estudo pretende analisar a relação entre os afetos (positivos e negativos) e a neurocognição em participantes de diferentes faixas etárias. Para este propósito, 135 participantes foram divididos em três grupos, de acordo com a faixa etária: jovens adultos (n=45), meia-idade (n=49) e mais velhos (n=41). Os participantes foram avaliados através do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) para detetar a presença de declínio cognitivo, os subtestes de vocabulário e compreensão da Wechsler Adult Intelligence Scale (WAISII) para avaliar as competências neurocognitivas integradas na inteligência cristalizada, o Teste de Inteligência Não-Verbal (TONI) e o Wisconsin Card Sorting Test (WCST) para avaliar as competências neurocognitivas integradas na inteligência fluida. O afeto foi avaliado através da Positive and Negative Affect Schedule (PANAS). Os resultados sugerem que o envelhecimento está associado a um declínio gradual nas funções cognitivas, especialmente nas que fazem parte da inteligência fluida, enquanto competências cristalizadas como a compreensão e o vocabulário permanecem relativamente preservadas pela idade. No entanto, embora se tenha observado uma correlação entre afeto positivo e algumas funções cognitivas — como a compreensão do grupo de meia-idade e a inteligência não verbal no grupo mais velho —, os dados não confirmaram consistentemente que o afeto positivo se correlaciona positivamente com a cognição. O afeto negativo, por outro lado, não mostrou uma relação significativa com as funções cognitivas. O estudo também apoiou o modelo bi-fatorial de afeto, que considera o afeto positivo e negativo como dimensões independentes da experiência emocional. Investigações futuras devem investigar o efeito de outras variáveis na cognição, tais como o estilo de vida, variáveis socioeconómicas, perturbações psicológicas e predisposições genéticas. Também é essencial analisar o impacto da medicação, incluindo interações medicamentosas que possam afetar a cognição.
- Espaço público acessível a todos? Análise da acessibilidade para idosos na cidade do PortoPublication . Ferreira, Diogo Alexandre Vieira; Sucena, Sara; Guerreiro, Maria JoãoA dissertação analisa a acessibilidade pedonal em duas áreas da cidade do Porto: o Centro Histórico e Cedofeita/Paranhos. O estudo visa identificar e comparar os principais problemas de acessibilidade enfrentados pelos peões (nas suas deslocações) em cada uma dessas áreas, oferecendo uma visão crítica sobre os desafios específicos e as necessidades de intervenção. A pesquisa concentra-se em vários aspetos da acessibilidade urbana, designadamente a presença e a qualidade das rampas de acesso às passadeiras, a ausência de rampas em passagens pedonais, a presença de obstáculos físicos nos passeios e problemas relacionados com as superfícies das vias. Além disso, examina ainda a falta de passeios na área urbana, um problema que afeta diretamente a segurança e a mobilidade dos pedestres, em especial dos mais idosos. O Centro Histórico do Porto, com as suas ruas estreitas de origem antiga, enfrenta por isso desafios significativos em termos de acessibilidade, especialmente relacionados com obstáculos e a falta de passeios. Por outro lado, Cedofeita/Paranhos, uma área com um contexto urbano diferente, de construção mais recente (séc. XX), apresenta os seus próprios desafios, especialmente em relação às rampas e aos problemas de superfície. A dissertação não só apresenta uma análise detalhada dos problemas encontrados em cada área, mas também procura identificar as diferenças e semelhanças nos desafios de acessibilidade enfrentados. Com base nesta comparação, o objetivo é propor intervenções e estratégias direcionadas que visem melhorar a acessibilidade e promover um ambiente urbano mais inclusivo e seguro para todos os cidadãos, especialmente para aqueles com mobilidade reduzida. O problema central analisado nesta dissertação é a acessibilidade do espaço público associado à população idosa e os desafios que este grupo enfrenta devido aos condicionamentos físicos, naturais do envelhecimento. A cidade, mais especificamente o espaço público, muitas vezes não está adequadamente preparado para receber e acomodar as necessidades desta população. À medida que a proporção de idosos na população aumenta, torna-se imperativo avaliar e melhorar a acessibilidade urbana de forma a garantir que todos os cidadãos possam caminhar pela cidade de maneira segura e independente. A investigação envolve a realização de levantamentos de campo para identificação e categorização dos problemas de acessibilidade, utilizando Sistemas de Informação Geográfica na criação de mapas. Estes permitirão uma análise comparativa dos dados recolhidos, e a circunscrição das áreas com maior necessidade de intervenção. Este estudo é essencial para compreender como as diferentes características urbanas influenciam a acessibilidade e para oferecer sugestões de reformulação do espaço público que atendam às necessidades específicas de cada área, contribuindo para a melhoria da qualidade da acessibilidade pedonal e, consequentemente, da vida e da inclusão social da população idosa.
- Experiências de cuidadores informais de pessoas com demência: dificuldades, consequências e fatores que afetam a vida de cuidadoresPublication . Silva, Francisco dos Santos; Fernandes, CarinaO presente estudo teve como objetivo compreender como é que a responsabilidade de cuidar de pessoas com demência impacta os Cuidadores Informais (CI) quanto à sobrecarga, satisfação com a vida, depressão, ansiedade e stress. Complementarmente, visou conhecer quais eram as demências mais prevalentes na amostra e identificar qual é o perfil típico de um CI de uma pessoa com demência. Foi realizada uma investigação quantitativa com uma amostra de 20 pessoas, todos CI de pessoas com demência. Foram avaliadas a sobrecarga, depressão, ansiedade, stress e satisfação com a vida, através dos seguintes instrumentos: Zarit Burden Interview (ZBI); Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21); Satisfaction with Life Scale (SWLS), assim como um questionário sociodemográfico. Os dados obtidos foram analisados através do SPSS e a partir de estatística descritiva, correlações bivariadas de Spearman, testes não paramétricos de amostras independentes e testes de Mann-Whitney. Através da análise dos dados, verificou-se que a idade média dos participantes era de 54 anos (DP = 15.0), com a maioria sendo do sexo feminino (70%). No que diz respeito ao seu grau de parentesco para com o dependente, a maioria reportou ser filho/a da pessoa cuidada (60%). O tipo de demência mais comum foi a Demência de Alzheimer (45%). Em média, o nível de sobrecarga nos CI é de 63,9 (DP = 17.0). No que diz respeito à depressão, ansiedade e stress, os valores médios foram, respetivamente: 14.3 (DP = 11.4), 9.33 (DP = 11,2) e 17.8 (DP = 11,3). Por fim, em relação à satisfação com a vida, a média foi 13.4 (DP = 4.60). Também foi possível observar-se uma associação entre a sobrecarga e as variáveis da depressão (r = 0.70, p. = .001), ansiedade (r = 0.53, p = .023) e stress (r = 0.71, p < .001). A partir dos resultados foi possível determinar-se que a maioria dos participantes na presente amostra sofrem de níveis significativos de sobrecarga, depressão, ansiedade e stress. Também se verificou que altos níveis de sobrecarga estavam associados à presença de elevados níveis de depressão, ansiedade e stress. Este achado sugere que a sobrecarga é um fator de risco significativo para a saúde mental dos CI. Acreditamos que esta informação pode servir para orientar o desenvolvimento de programas de intervenção de modo a melhorar a qualidade de vida dos CI. O presente estudo também contribui para aumentar a conscientização sobre os desafios enfrentados por CI de pessoas com demência. Esperamos que estes dados incentivem mais pesquisas sobre a prevenção de problemas de saúde mental em CI.