Repositório Institucional da Fernando Pessoa
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Atividade física, bem-estar psicológico e saúde mental: relação em adultos portugueses
Publication . Monteiro, Daniela Sofia Marques de Macedo; Meneses, Rute; Gomes, Inês
A prática de atividade física tem sido reconhecida como um fator essencial para a promoção da saúde mental e do bem-estar psicológico. Este estudo investigou a relação entre a prática de atividade física, o bem-estar psicológico e a saúde mental em adultos portugueses.
A amostra incluiu 105 participantes, 71 mulheres e 34 homens com idades compreendidas entre 18-61 anos, divididos em 61 praticantes e 44 não praticantes de atividade física. A recolha de dados foi realizada online, via Google Forms, utilizando o Mental Health Inventory-5 (MHI-5), a Escala de Bem-Estar Psicológico (EBEP-18), um questionário sociodemográfico e um de atividades de lazer. Os resultados revelaram correlações positivas significativas entre a frequência de ginásio e ciclismo e os níveis de bem-estar psicológico e saúde mental, bem como entre corrida e saúde mental. Os praticantes apresentaram médias significativamente mais altas de saúde mental e bem-estar psicológico comparados aos não praticantes. Estes achados corroboram a literatura que destaca os benefícios emocionais e cognitivos da atividade física regular, como a regulação emocional e a redução de sintomas de ansiedade e depressão. Os resultados sugerem a importância de programas de promoção de atividade física para melhorar a saúde mental e o bem-estar psicológico em adultos, com implicações para políticas de saúde pública.
Personality and parenthood: a comparative study in adults
Publication . Augusto, Cláudia Sofia Maia; Fonte, Carla
Personality traits are known to influence how individuals experience and respond to major life transitions, yet research on how parenthood may shape adult personality remains limited. Parenting introduces emotional, social, and behavioral challenges that could promote or constrain the development of specific traits. This quantitative, cross-sectional study examined (1) personality differences between parents and non-parents, (2) gender differences within these groups, and (3) the influence of sociodemographic variables (socioeconomic status, marital status, professional activity, and education) on personality traits. Data were collected from 708 adults (77.1% women, 22.9% men) via online survey, including a sociodemographic questionnaire, the Ten-Item Personality Inventory (TIPI), and the Autotelic Personality Questionnaire (APQ). Participants (330 parents, 378 nonparents) were recruited through snowball sampling. Data analysis involved descriptive statistics, t-tests, and ANOVAs using IBM SPSS Statistics. Ethical approval and informed consent were obtained. Parents scored significantly higher than non-parents in extraversion, conscientiousness, and emotional stability, as well as in some dimensions of Autotelic Personality, including persistence, intrinsic motivation, low selfcenteredness and attentional control. Within-group analyses revealed that gender, education, employment, and socioeconomic status were associated with trait variation.
Employed parents and those with higher education or multiple children yielded statistically significant findings for some personality traits, suggesting a link between life context and personality expression. Among non-parents, women demonstrated higher conscientiousness and agreeableness, while men scored higher in emotional stability.
Higher educational level and employment were also linked with increased self-regulation and emotional resilience. These results support the notion that parenthood is a transformative life experience that fosters growth in adaptive personality traits. The findings align with prior literature suggesting that the demands of parenting reinforce responsibility, self-regulation, and emotional resilience. Changes in personality traits may reflect not only the parenting role itself but also broader contextual factors such as gender roles, socioeconomic conditions, and occupational engagement. Taken together, the results highlight parenthood as a potential catalyst for positive personality development.
Understanding how life roles shape traits can inform support programs for parents and non-parents alike. Future longitudinal and cross-cultural research is needed to better understand the causal mechanisms behind these personality shifts and their broader implications.
Relação entre o uso excessivo da internet, autoestima e sentimento de solidão em jovens adultos portugueses
Publication . Peixoto, Bruno Rafael Sousa; Matos, Marta
O presente estudo estudo teve como objetivo investigar a relação entre o uso excessivo da Internet, a autoestima e o sentimento de solidão em jovens adultos portugueses com idades entre os 18 e os 25 anos. Foi adotada uma metodologia quantitativa, através da aplicação de questionários online a uma amostra de 71 participantes. Os instrumentos utilizados incluíram o Internet Addiction Test (IAT), a Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES) e a UCLA Loneliness Scale, os resultados revelaram correlações estatisticamente significativas entre as variáveis principais: observou-se uma correlação negativa forte entre autoestima e solidão, indicando que níveis mais elevados de autoestima estão associados a níveis mais baixos de solidão. Verificou-se também uma correlação negativa moderada a forte entre autoestima e uso problemático da Internet, bem como uma correlação positiva moderada entre solidão e uso problemático da Internet, adicionalmente, a análise de correlação entre a idade e as variáveis revelou que participantes mais velhos tendem a apresentar níveis ligeiramente mais elevados de autoestima, embora não tenham sido encontradas associações significativas entre a idade e os níveis de solidão ou de dependência da Internet. No que respeita ao género, não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas nas variáveis em estudo (autoestima, solidão e uso problemático da Internet). Estes resultados sublinham a importância de considerar o impacto do uso excessivo da Internet na saúde psicológica dos jovens adultos, em particular nas dimensões da autoestima e da solidão, destacando a necessidade de promover estratégias de uso saudável da Internet e intervenções de suporte psicológico.
Estilos parentais e ansiedade em crianças com perturbação do espetro do autismo: um estudo exploratório
Publication . Rocha, Beatriz Andrade; Marinho, Susana
A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) caracteriza-se por dificuldades persistentes na comunicação e interação social, associadas a padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento (APA, 2022). Diversos estudos têm evidenciado a elevada prevalência de sintomatologia ansiosa nesta população, a qual, quando não identificada e acompanhada, pode comprometer significativamente o bem-estar emocional e a qualidade de vida da criança (Van Steensel et al., 2011). A parentalidade, enquanto fator estruturante no desenvolvimento emocional e comportamental, adquire particular importância no contexto do autismo, tendo os estilos parentais demonstrado influência na forma como a criança lida com as suas dificuldades e desafios emocionais (Karst & Van Hecke, 2012). O presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre os estilos parentais e os níveis de ansiedade em crianças com PEA, procurando identificar eventuais associações com a sintomatologia ansiosa. Para tal, foi adotada uma metodologia quantitativa, com a participação de nove mães de crianças diagnosticadas com PEA, a quem foram aplicados um Questionário Sociodemográfico, o SCARED-R (Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders – Revised) (Pereira et al., 2013) e o QDEP (Questionário de Dimensões e Estilos Parentais) (Pedro et al. 2015). A análise revelou resultados elevados nas subescalas de Perturbação de Pânico, Fobia Social e Perturbação Obsessivo-Compulsiva, assim como a predominância do estilo parental autoritativo. Destaca-se a identificação de uma correlação positiva e significativa entre o estilo autoritativo do pai e os níveis de ansiedade da criança, um resultado que contraria o que é evidenciado pela literatura, sugerindo a necessidade de considerar variáveis contextuais e características específicas desta amostra. Este estudo, apesar das suas limitações, contribui para uma melhor compreensão da dinâmica familiar em crianças com PEA e da forma como os estilos parentais podem influenciar a expressão da sintomatologia ansiosa, salientando a importância de integrar a avaliação e o acompanhamento parental nas intervenções dirigidas a esta população. Por fim, são discutidos aspetos relevantes que justificam o aprofundamento em investigações futuras. Os resultados reforçam a pertinência de estudos com amostras mais amplas, de modo a clarificar o papel da parentalidade no bem-estar emocional de crianças com autismo.
Perceções culturais da ciberviolência de género nos jogos online: um estudo comparativo
Publication . Silva, Andra Ciara Mota Fernandes da; Sacau, Ana
Este estudo, investiga as dinâmicas de ciberviolência de género em ambientes de jogos virtuais, onde mulheres frequentemente enfrentam discriminação, assédio e abuso. Tendo a ciberviolência de género tantas dimensões, as principais formas de ciberviolência de género aqui discutidas, envolvem o assédio sexual, o ciberstalking, intimidações, ameaças, insultos de género, exclusão e discriminação. O método utilizado é de origem qualitativa, centrado em entrevistas semiestruturadas às mulheres consideradas gamers de Angola, Brasil e Portugal. Foram selecionadas dez participantes de cada país para este estudo. O estudo revelou que a maioria das participantes joga regularmente e está exposta a ciberviolência de género, incluindo insultos e assédio, embora algumas a normalizem. O impacto emocional varia, e as estratégias de mitigação incluem bloqueio, denúncia e ocultação de género, levando, em alguns casos, à redução ou abandono da atividade. Quanto às políticas das plataformas, a maioria das participantes considera-as ineficazes no combate ao problema.
