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Abstract(s)
O objecto de estudo é a emigração melgacense desde meados do século XX e as
diferenças socioculturais entre os melgacenses com experiências emigratórias e os
residentes, as quais resultam num conflito agonístico entre ambos os grupos. Os
melgacenses com percursos emigratórios percepcionam a existência de uma separação
sociocultural face aos residentes. A diferenciação sociocultural revela-se no uso da
língua estrangeira, na construção da casa “afrancesada” e na ostentação económica,
fomentando as tensões agonísticas. No uso da língua estrangeira, os melgacenses com
percursos emigratórios sentem-se aculturados e ambivalentes, no entanto, na atribuição
para esta situação não se percepcionam como parte interdependente das tensões
agonísticas, conferindo relevância a elementos relacionais: o facto de estarem de férias,
de reencontrarem a família e a falta de hábito no uso da língua portuguesa. Na
problemática da casa “afrancesada”, a socialização laboral realizada é desvalorizada
pelos questionados, sendo, no entanto, valoriza pelos informantes privilegiados e, não
directamente, pelas profissões mantidas no espaço de acolhimento e pelos graus de
escolaridade. A emigração, conquanto conote algo de intrinsecamente negativo, tornouse
num fenómeno social não problematizado. Emigrar, em Melgaço, ainda significa
ascender a um estatuto social mais favorável. E, efectivamente, os melgacenses com
percursos emigratórios percepcionam-se como tendo ascendido socialmente. Os
comportamentos agonísticos dos residentes são percebidos na base da inveja e não
como uma redefinição das posições sociais ou através de condições objectivas de ambos
os espaços. No registo do conflito agonístico, não se percebem como fonte de tensão
agonística, sendo que, no entanto, são os emigrantes, as mulheres, os mais jovens e os
licenciados que a percepciona com maior intensidade. Conquanto, a relativa melhoria
das condições de vida, em termos comunitários, a ascensão económica parece não ter
efeitos positivos, uma vez que a melhoria técnico-profissional é escassa, as remessas
têm diminuído, o investimento, agora, é feito no espaço de acolhimento e a
desertificação humana e física têm aumentado. A relação mantida entre ambos os
espaços, no âmbito da transculturação, é assimétrica.
The study object is the melgacense emigration since mid-twentieth century and
the sociocultural differences between the melgacenses with emigration experiences and
the residents, which resulted in an agonistic conflict between both groups. The
melgacenses with emigration pathways perceive the existence of a sociocultural
separation towards melgacenses without emigration experience: the residents. The
sociocultural differentiation is revealed through the foreign language use, in the “French
house” construction and in the economic ostentation, creating agonist tensions. In the
use of the foreign language, persons with emigration experiences feels object of
acculturation and cultural ambiguous. However, in the attribution to this situation, they
do not see themselves as part of agonistic tensions, giving relevance to relational
factors: being on holidays, meeting their families and the mere habit in using French
language. In the “French house” issue, they not give too much relevance to labour
socialization. Nevertheless, the labour socialization is valorised by key informants and,
not directly, by their professions in the space of host and school grade. In Melgaço, the
emigration is still means moving up to a better social status. And, in fact, the
melgacenses with emigration experiences perceive themselves as moving up socially.
The residents agonistic behaviour is perceived on envy basis and not as a redefinition of
the social positions or by objectives conditions, from both spaces. Besides, they do not
perceive themselves as a source of agonistic tensions; only females, youngest and
graduates perceives it with more intensity. In spite of relative improvement in the living
conditions, in community fields, the economic rise does not seem to have positive
effects; there is a faint technical/professional improved, a decrease of remittances, the
investment in the host country and the human and physical desertification are
increasing. Therefore, the relation between both spaces is the asymmetric
transculturation.
L’objet d’étude est l’émigration melgacense depuis le milieu de XX siècle et les
différence socioculturelle entre les melgacenses avec parcours emigratoirs et les
résidents, ce qui entraîne un conflit agonistique entre les deux groups. Les melgacenses
avec parcours emigratoirs entendent l'existence d'une séparation socioculturelle face aux
résidents. La différenciation socioculturelle se révèle dans l'utilisation de la langue
étrangère, dans la construction de la maison française et dans l'ostentation économique,
fomentant les tensions agonistique. Dans l'usage de la langue étrangère, les melgacenses
avec des parcours emigratoirs se sentent acculturatifs et ambivalents. Toutefois,
l'attribution pour cette situation ne perçoit pas dans les cadre des las tensions
agonistiques, ils donnent importance aux facteurs relationnelles : le fait d'être en
vacances, de retrouver la famille et le l'usage fréquent de la langue française. Dans la
problématique de la maison "française", la socialisation ouvrière réalisée dans l'espace
d'accueil est dévaluée par les interrogés, étant, néanmoins, valorisé par les informateurs
privilégiés, par les professions maintenues dans l'espace d'accueil et par le degré
scolaire. L'émigration, bien que connote quelque chose intrinsèquement de négatif, s'est
rendue dans un phénomène social non problématisé. Émigrer, à Melgaço, encore
signifie monter à un statut social plus favorable. Et, effectivement, les melgacenses avec
parcours emigratoirs se voyant eux-mêmes comme en ayant monté socialement. Les
comportements agonistiques des résidents sont perçus sur la base de l'envie et non pas
comme une redéfinition des positions sociales ou par des conditions objectives, dans les
deux espaces. Les sujets ne se voyant pas comme source de tension agonistique,
cependant, sont les émigrants, les femmes, les plus jeunes et les licenciés que la
perçoivent avec plus grande intensité. Bien que, la relative amélioration des conditions
de vie, dans le contexte communautaire, l'ascension économique ne semble pas avoir
d'effets positifs; l'amélioration des techniques/professionnels est insuffisante, les
transferts monétaires ont diminué, l'investissement se réalise dans l'espace d'accueil et la
désertification humaine et physique ont augmenté. La relation maintenue entre les deux
espaces est asymétrique et transculturelle.
Description
Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Psicologia, com especialização em Psicologia da Saúde e Intervenção Comunitária.
Keywords
emigração aculturação diferenciação sociocultural conflito agonístico transculturação assimétrica emigration acculturation sociocultural differentiation agonistic conflict asymmetric transculturation emigration acculturation différenciation socioculturel conflits agonistique transculturation asymétrique