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Abstract(s)
Introdução: As doenças infeciosas constituem uma forte ameaça à saúde individual e pública a nível mundial. Os utentes com diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM) constituem um grupo vulnerável, uma vez que a doença diminui a efetividade da resposta imunológica a determinados agentes patogénicos, sendo a vacinação recomendada pela Direção-Geral da Saúde e outras entidades de referência(1–4). A percentagem de utentes vacinados, ou seja, a cobertura vacinal, permite refletir sobre de doenças preveníveis por vacinação dessa população.
Objetivos: caraterizar os utentes com DM inscritos numa Unidade Saúde Familiar (USF) no norte do país; calcular os indicadores de proporção relativos à cobertura vacinal dos mesmos.
Método: estudo quantitativo, descritivo, transversal e retrospetivo. População constituída por 791 utentes com DM inscritos na USF. Incluídos utentes ≥ 18 anos, com diagnóstico de DM efetuado até 31/03/2021, com programa de enfermagem de diabetes ativo. Excluiram-se utentes migrantes ou com inscrição esporádica e grávidas. Selecionada uma amostra aleatória simples (260 utentes), colheita de dados efetuada no SClínico/Vacinas, por 5 enfermeiros de Abril-Maio/2022. Excluídos 17 utentes por óbito e cinco por já não terem programa de diabetes ativo, ficando a amostra com 235 utentes. Obtido parecer positivo da Comissão de Ética em Saúde da Administração Regional de Saúde do Norte. Dada a natureza do estudo prescindiu-se de Consentimento Informado. Garantido o anonimato e a confidencialidade dos dados.
Resultados e discussão: a amostra aleatória é constituída por 235 utentes com média de idade de 70,2 anos (DP=11,04; amplitude 40-94), maioritariamente do sexo feminino (51,3%), com DM Tipo 2 (92,8%), diagnóstico em média há 12,7 anos (DP=9.33; amplitude 2-52), com uma média de hemoglobina glicada (A1c) de 7,32% (DP=3,99), sendo que 48,1% apresentam bom controlo metabólico (A1c<7%). Relativamente às comorbilidades, os utentes maioritariamente são, não fumadores (88,9%), não consomem bebidas alcoólicas (82,6%), têm deslipidemia (57,0%), hipertensão arterial (66,0%) e excesso de peso (46%). No que se refere às complicações, maioritariamente não apresentam patologia macrovascular (87,2%), nem microvascular (92,3%). Analisando os indicadores de proporção da cobertura vacinal, verifica-se uma cobertura vacinal elevada nas vacinas disponibilizadas pelo Plano Nacional de Vacinação (PNV), [Tétano e Difteria (100%); Sarampo, Papeira e Rubéola (97,9%); Gripe (86,4%), e COVID-19 (97,4%)] e uma cobertura vacinal baixa nas restantes [Hepatite b (3%), Pneunocócica 13 (13,2%), Pneumocócica 23 (7,7%), Herpes Zooster (0%)]. Quando comparados, os resultados obtidos apresentam consideráveis diferenças com outros estudos da cobertura vacinal em diabéticos(3,4).
Conclusões: a análise dos indicadores permite concluir que existe uma cobertura vacinal diferente para as vacinas em estudo, sendo superior nas vacinas disponibilizadas pelo PNV. Outras vacinas ainda que recomendadas e comparticipadas, não são gratuitas para a generalidade dos utentes, o que se reflete numa cobertura vacinal muito baixa (<14%) aumentando a vulnerabilidade dos utentes a essas doenças. Definir políticas e estratégias locais para minimizar a vulnerabilidade deste grupo populacional a doenças preveníveis por vacinação, representa uma medida de saúde pública com impacto na saúde e qualidade de vida dos utentes e contribui para a boa prática de cuidados, chamados a ser de excelência.
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Keywords
Atenção primária à saúde Diabetes Mellitus Cobertura vacinal Programas de imunização Pesquisa em enfermagem Acesso à vacinação