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- Os efeitos da poluição atmosférica na saúde respiratória: o caso dos condutores de transporte públicoPublication . Heberle, Sandra Magali; Barros, Nelson; Rosa, Michele dos Santos Gomes daHoje, 50% da população vive em cidades e aglomerados urbanos exposta a níveis progressivamente maiores de poluentes do ar. O NO2 é um dos poluentes mais presentes nesse meio, sendo preocupante pela sua capacidade em reduzir a função pulmonar devido à exposição de alguns grupos profissionais. Este estudo teve por objetivo quantificar a exposição ao NO2 dos motoristas de ônibus, avaliar a existência de redução do trabalho respiratório, correlacionar a função pulmonar com a ação do NO2 e verificar se a função pulmonar diminui conforme o tempo de exposição ao NO2. Trata-se de um estudo transversal, e os dados foram processados usando-se a razão de prevalência com indivíduos de 20 a 60 anos, que exercem a função de condutores de ônibus (Grupo Alvo) e função administrativa (Grupo Controlo), em Caxias do Sul, RS, Brasil. Os participantes utilizaram um amostrador passivo de NO2 durante o trabalho. Foram feitas duas campanhas de três semanas: uma no inverno e outra no verão. Verificaram-se os níveis de NO2 em três locais no exterior: um diretamente afetado pelas emissões de tráfego, outro longe dessas emissões e um terceiro, na garagem dos ônibus. Os valores na estação de “tráfego” são superiores (47,0 %) aos da estação de “fundo”, mas inferiores (-16,1%) aos da estação da garagem dos ônibus. Observou-se que a exposição ao NO2 pelos motoristas é superior à do pessoal administrativo (p < 0,001) com diferença de 93,8%. No verão, essa diferença é mais acentuada, sendo de 246%. Os motoristas estão expostos a valores superiores ao valor guia de proteção da saúde humana da OMS (40 μg.m-3), o que é mais grave durante o inverno do que no verão. Ocorreram variações tanto no VEF1 como no FEF25-75%, assim como na CVF e VEF1/CVF, porém não se identificaram alterações estatisticamente significativas entre os grupos. Há estudos que demonstram associação entre as alterações respiratórias e exposição prolongada ao NO2. Os resultados aqui encontrados demonstram que tanto os motoristas como os passageiros poderão estar expostos a valores não seguros de concentração de poluentes no ar interior dos ônibus, devendo, pois, este tipo de estudo prosseguir e ser aprofundado.