FCS (DCM) - Dissertações de Mestrado
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- Vitamina D e o cancro oral: revisão narrativaPublication . Carneiro, Evaní; Medeiros, Rui; Palmeira, CarlosA vitamina D é uma pró-hormona adquirida por síntese endógena cutânea através da exposição a radiação ultravioleta ou pela dieta, cujo metabólito ativo, calcitriol, exerce ação fundamental na remodelação óssea, na regulação da homeostasia do cálcio e do fosfato, em conjunto com a paratormona (PTH). Atualmente, a carência de vitamina D tem alta prevalência em todo o mundo, sendo considerada um problema de saúde pública. Estudos representativos da população portuguesa demostraram que dois em cada três portugueses têm défice de vitamina D. A associação entre concentrações <20ng/mL de vitamina D e o desenvolvimento de diversas doenças, nomeadamente, as doenças ósseas, cardiovasculares, autoimunes, infecciosas e diabetes mellitus, foi validada cientificamente. Para além desta associação, evidências atuais têm relacionado este défice com o aumento de risco de desenvolvimento de cancro, incluindo o cancro oral. As neoplasias que afetam a cavidade oral, faringe, laringe, fossas nasais, seios perinatais e glândulas salivares são incluídas no grupo heterogéneo de entidades conhecidas como cancro de cabeça e pescoço. Essas neoplasias são a sexta causa mais comum de cancro em todo o mundo, com cerca de 650.000 novos casos e 350.000 mortes registadas anualmente, resultando num grande impacto socioeconómico, ao nível de perdas de vidas, morbilidade e custo na saúde. Estudos in vitro e in vivo demostraram que a vitamina D é capaz de exercer efeitos antineoplásico através da sua ligação a um recetor intracelular específico, o vitamin D receptor (VDR). Este receptor encontra-se ativo, nas células benignas e nas células malignas, em vários órgãos e tecidos de diversos sistemas do organismo, promovendo a transcrição de genes e a síntese de proteínas. Esta descoberta levou a um aumento do interesse clínico na potencial utilização da vitamina D como fator adjuvante na prevenção e no tratamento do cancro. O objetivo desta revisão narrativa foi analisar a literatura existente sobre os possíveis mecanismos pelos quais a vitamina D exerce seus efeitos biológicos na fisiopatologia do cancro oral, bem como as implicações na deficiência da vitamina D nesses pacientes, com base em evidências científicas e epidemiológicas atualizadas.