FCHS (DCPC) - Teses de Doutoramento
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- PROECO: um Programa de Estimulação Cognitiva para um envelhecimento saudávelPublication . Santos, Maria Manuela Lourenço Teixeira Rocha dos; Gomes, InêsAtendendo ao progressivo aumento da população idosa, à relevância que se tem vindo a dar ao envelhecimento activo e bem-sucedido, ao declínio cognitivo associado ao processo de envelhecimento, à prevalência/incidência de patologia neurodegenerativa e custos inerentes, ao efeito positivo da estimulação cognitiva, demonstrado por muitos estudos, à escassez de programas de estimulação cognitiva no nosso país e ao facto de que a plasticidade cerebral ainda ocorre durante o envelhecimento, conforme referem as teorias desenvolvimentais, foi desenvolvido um programa de estimulação cognitiva, denominado PROECO. O programa compreende 22 jogos com o objectivo de treinar as Funções Executivas (Abstracção, Planeamento e Inibição de Resposta), a Atenção e a Memória. Elaborado em formato informático, a partir do programa Scratch (v.2.0), permite contabilizar o total de acertos em cada jogo e dar feedback ao utilizador da pontuação obtida. Para testar a sua eficácia foi conduzido um estudo com 58 adultos séniores saudáveis. Os participantes foram divididos pelo grupo de intervenção (n = 29) e de controlo (n = 29), tendo os primeiros realizado o PROECO durante 6 semanas. A avaliação do funcionamento executivo foi efectuada em dois momentos (pré e pós-teste), através do teste das Trilhas, do teste de Stroop e dos subtestes Memória de Dígitos, Semelhanças e Informação da WAIS. Os resultados evidenciaram um aumento significativo do desempenho no grupo de intervenção após a realização do PROECO no teste das Trilhas (forma B e índice B-A) e no subteste de Informação, sugerindo a eficácia deste programa a nível da flexibilidade cognitiva e da habilidade verbal, respectivamente. A partir destes resultados foram conduzidos dois outros estudos no sentido de determinar o impacto da estimulação cognitiva em indivíduos mais novos. Assim, no segundo estudo, participaram 60 jovens, entre os 18 e os 29 anos, metade dos quais integrou o grupo de intervenção e a outra metade o grupo de controlo. Para além das medidas utilizadas no estudo anterior, foi ainda incluída a Figura Complexa de Rey como medida da capacidade de planeamento/organização. Os resultados evidenciaram significância apenas a nível da cópia desta figura, tendo o desempenho entre o pré e o pós-teste se mantido no grupo de intervenção mas diminuído no grupo de controlo. Apesar destes resultados sugerirem uma menor maleabilidade cognitiva nos jovens adultos, em termos de ganhos, parecem indicar que a estimulação nestas idades poderá, pelo menos, contribuir para a estabilização de algumas funções psicológicas prevenindo o seu declínio. Por fim, foi realizado um terceiro estudo junto de 30 adultos entre os 40 e os 59 anos, utilizando-se a mesma metodologia dos dois estudos anteriores, mas complementado com um follow-up realizado ao fim de dois meses. Os resultados, no pós-teste, não revelaram diferenças significativas em qualquer uma das variáveis consideradas. No follow-up, a única diferença intergrupo que atingiu significância observou-se na forma A do teste das Trilhas, com vantagem para o grupo de intervenção, sugerindo, deste modo, um efeito positivo da estimulação cognitiva a nível da velocidade de processamento. Em síntese, o PROECO mostra-se, assim, um instrumento promissor para a estimulação cognitiva de adultos, com efeitos diferenciados de acordo com as faixas etárias, podendo, ainda que modestamente, contribuir para a prevenção do declínio cognitivo e, deste modo, para a promoção da qualidade de vida da população sénior.