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- Longevidade e saúde oral comunitária: intervenção em odontogeriatria no Grande PortoPublication . Teixeira, Maria Inês Aguiar; Silveira, Augusta; Guimarães, Maria InêsObjetivos: Este estudo teve como objetivo principal caracterizar o estado de saúde oral e a sua autoperceção numa população idosa do Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Boavista, no Grande Porto. Adicionalmente, investigou-se a associação entre a condição de saúde oral, medida pelo índice de CPO-D, índice de placa de O’Leary, e a qualidade de vida relacionada à saúde oral avaliada através do questionário OHIP-14. A pesquisa procurou identificar padrões que pudessem apoiar intervenções futuras para melhorar a qualidade de vida desta população. Materiais e Métodos: A amostra incluiu 21 participantes idosos, de ambos os sexos, utentes do Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Boavista. Os dados foram recolhidos através de uma abordagem estruturada que compreendeu a aplicação de questionários sobre hábitos de higiene oral, avaliações clínicas para determinar o índice CPO-D e o índice de placa bacteriana (O’Leary), além do uso do OHIP-14 para avaliar o impacto da saúde oral na qualidade de vida. As análises estatísticas descritivas e inferenciais foram conduzidas com o uso do software SPSS, aplicando testes não paramétricos para explorar associações entre as variáveis e identificar correlações significativas. Resultados: Os resultados indicaram que a maioria dos participantes apresentava condições de saúde oral comprometidas, com altos índices de cáries e acúmulo de placa bacteriana. Cerca de 66,7% dos idosos relataram não realizar escovagem regular dos dentes, e os dados clínicos mostraram uma média elevada no índice de CPO-D (26,43) e no índice de O’Leary (64,93), refletindo uma alta prevalência de problemas orais. Uma correlação estatisticamente significativa foi observada entre a quantidade de placa e o índice CPO-D (rs=0,498; p=0,022), sugerindo que maus hábitos de higiene oral estão associados a uma maior deterioração dentária. Adicionalmente, constatou-se que participantes com piores condições de saúde oral relataram impactos negativos mais pronunciados na qualidade de vida relacionada com a saúde oral, especialmente em termos de dor física e desconforto psicológico, como indicado pelas pontuações mais elevadas no OHIP-14. Conclusão: Os achados deste estudo destacam a importância de implementar estratégias preventivas e educativas para promover melhores práticas de higiene oral entre a comunidade geriátrica, especialmente os institucionalizados. Recomenda-se o desenvolvimento de programas educativos e de formação para cuidadores, bem como a facilitação do acesso a cuidados dentários regulares, a fim de reduzir a incidência de cáries e acúmulo de placa bacteriana. A presença de profissionais de saúde oral em centros de dia e/ou lares de idosos pode desempenhar um papel crucial na manutenção de boas práticas de higiene oral e na prevenção de complicações graves, melhorando a qualidade de vida relacionada com a saúde oral e contribuindo para um envelhecimento saudável. Além disso, os participantes expressaram um elevado grau de satisfação com as intervenções realizadas e indicaram o desejo de continuidade, demonstrando a relevância e o impacto positivo das ações implementadas neste projeto.
- Longevidade e saúde oral comunitária: intervenção e mobilização na sociedade em odontogeriatria no Grande PortoPublication . Teixeira, Maria João Aguiar; Guimarães, Maria Inês; Silveira, AugustaObjetivos: A presente tese integra-se num projeto de investigação que visa atender às necessidades crescentes da população idosa, através da exploração de métodos de consultoria, formação e intervenção prática no âmbito da odontogeriatria. O objetivo principal deste estudo foi investigar os parâmetros: Índice de Massa Corporal, utilização e práticas de higienização de próteses dentárias, literacia e Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral, em participantes geriátricos. Exploraram-se as inter-relações existentes entre os parâmetros avaliados. Materiais e Métodos: O presente estudo, com aprovação da Comissão de Ética da Universidade Fernando Pessoa (FCS/MED 447/23), foi desenvolvido com uma amostra de 21 participantes, utentes de um Centro Social na cidade do Porto. Foram recolhidas variáveis sociodemográficas e clínicas. As avaliações clínicas intra e extra-orais permitiram avaliar o Índice de Massa Corporal, o estado de saúde oral e a utilização e práticas de higienização de próteses dentárias. A Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral foi avaliada pelo Geriatric Oral Health Assessment Index, um instrumento validado para populações geriátricas. O questionário de literacia estruturado pela equipa de investigação foi aplicado em três momentos: antes, imediatamente após e quatro dias depois da formação realizada pelo projeto, permitindo a mensuração de variáveis de forma prospetiva e longitudinal. Foi fornecido ao participante um Caderno de Saúde Oral produzido pelo projeto contemplando temáticas de saúde oral. Para analisar as relações entre as variáveis, recorreu-se ao coeficiente de correlação de Spearman e, para a comparação entre grupos independentes, optou-se pelo teste de Mann-Whitney. Resultados: Os resultados demonstraram que o uso adequado de próteses dentárias está associado a uma melhor qualidade de vida e que um nível mais elevado de literacia em saúde oral promove práticas de higiene mais eficazes. Na avaliação global da Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral, a dimensão de desconforto é uma questão significativa entre os participantes. A utilização de prótese dentária revela maior impacto negativo na qualidade de vida relacionada com a saúde oral na dimensão funcional e na dimensão psicológica. A amostra apresentou uma média geral de IMC na faixa do sobrepeso, resultados que têm impacto sobre a qualidade de vida relacionada com a saúde oral nas dimensões funcional e psicológica. Revelou-se uma média baixa nos resultados de literacia obtidos antes da formação, destacando-se dois pontos mais sensíveis: o impacto de uma boca saudável no envelhecimento saudável e hábitos noturnos no uso de prótese. Os resultados melhoraram substancialmente após a formação fornecida e destaca-se que a média dos resultados se manteve elevada quatro dias após a formação. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que o Índice de Massa Corporal, as práticas de higienização e o tipo de uso de próteses dentárias, bem como a literacia em saúde oral, influenciam negativamente a qualidade de vida relacionada com a saúde oral. A estratégia educativa implementada demonstrou ser eficaz na transmissão de conteúdos, permitindo uma retenção sólida dos conhecimentos adquiridos.
- Exploring the association between Mediterranean and Western diets on periodontal health: an integrative reviewPublication . Meirte, William Abderrahmane; Guerra, RitaBackground: Periodontal diseases (PDs), including gingivitis and periodontitis, are common inflammatory conditions affecting the tissues supporting teeth. Beyond traditional risk factors such as oral hygiene and smoking, recent research highlights diet’s significant role in modulating periodontal health. The Mediterranean diet (MD), rich in fruits, vegetables, whole grains, and healthy fats, is known for its anti-inflammatory properties, whereas the Western diet (WD), high in processed foods, refined sugars, and saturated fats, has been associated with pro-inflammatory effects. Understanding how these dietary patterns influence periodontal health could open new avenues for dietary-based interventions in periodontal disease (PD) management. Objectives: To examine the association between adherence to the MD and to the WD with periodontal health outcomes; to explore the underlying biological mechanisms through which these dietary patterns may modulate periodontal inflammation and tissue health. Development: A comprehensive literature research was conducted between May and September 2024, using the keywords: “Western diet”, “Mediterranean diet”, “Periodontal diet”, “Periodontitis”, “Gingivitis” and “Periodontal health”, combined into Boolean search expressions. We only included cohort studies, randomized clinical trials, cross-sectional studies, case-control studies, systematic reviews, meta-analyses and other types of reviews; articles published in English; conducted on human subjects, and within the last 10 years (2014–2024). A total of 20 articles were included in this integrative review. The findings suggest that the MD, rich in anti-inflammatory components, may help to reduce periodontal inflammation and support periodontal stability due to its anti-inflammatory properties, with most of the included studies showing an association between adherence to MD and improvement in periodontal health. Conversely, the WD is linked to increased periodontal inflammation and greater risk of periodontitis. This review underscores the importance of dietary modifications as complementary strategies in PD management. Integrating dietary counselling focused on an anti-inflammatory dietary pattern, such as MD, into periodontal care may provide a feasible, preventive approach to improve periodontal outcomes. The need for further standardised research is emphasised to strengthen evidence-based dietary recommendations in clinical settings. Conclusions: Nutrition plays a critical role in managing PD. Both types of diet, Mediterranean and Western, were found to be associated to periodontal health, but presenting distinctive roles, whereas the MD is protective, the WD is detrimental.
- Variações anatómicas do nervo lingual face ao rebordo posterior da mandíbulaPublication . Afonso, Soraia Cassandra Lourenço; Arcanjo, AlexandraA variação anatómica do nervo lingual em relação ao rebordo alveolar posterior da mandíbula é importante em procedimentos da medicina dentária, sendo o exemplo mais demarcado da sua importância as exodontias de terceiros molares inferiores. Em alguns casos, o nervo lingual pode se posicionar mais superior ou lateralmente em relação ao esperado, o que aumenta o risco de lesão durante a cirurgia. O nervo lingual é uma estrutura sensitiva que inerva a língua e a gengiva lingual, podendo apresentar variações anatómicas na sua trajetória em relação ao rebordo posterior da mandíbula. Em algumas pessoas, o nervo lingual pode estar posicionado mais superiormente do que o esperado, ou até mesmo lateralizado em relação ao trajeto comum. Essas variações podem aumentar o risco de lesão durante procedimentos cirúrgicos, como a extração de terceiros molares mandibulares. Por isso, é essencial que os profissionais de saúde estejam cientes dessas variações anatómicas e realizem o procedimento de modo a prevenir uma possível lesão, a fim de evitar danos ao nervo lingual e garantir a segurança do paciente durante o tratamento. Desta forma foi efetuada uma pesquisa bibliográfica com limite temporal a partir do ano 2013 nas bases de dados PubMed e B-On, seguindo as guidelines PRISMA. A pesquisa foi efetuada através das seguintes palavras-chave: "lingual nerve", "mandibular third region", "relation", "anatomical relationship", usando o operador boleano AND. Foram definidos os seguintes critérios de inclusão: revisões sistemáticas, casos clínicos, estudos clínicos, estudos observacionais, efetuados em humanos, artigos em inglês. Dos 120 artigos iniciais, foram incluídos 8 estudos que consideravam os objetivos propostos. Verificou-se que existem algumas variações anatómicas do nervo lingual, mas que estas observações devem ser analisadas com cautela devido à heterogeneidade dos estudos incluídos a nível de distribuição geográfica. Curiosamente, foram observadas distâncias horizontais e verticais médias semelhantes entre os vários estudos e pontos de medição. No entanto, o nervo lingual em posição supracrestal é mais frequente na região retromolar. Apesar das limitações, esta revisão oferece uma perspetiva clinicamente relevante sobre a anatomia do nervo lingual, fornecendo uma diretriz conservadora para os médicos dentistas.