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- Determinação médico-legal do dismorfismo sexual através da análise radiográfica da mandíbula numa população portuguesa: análise métricaPublication . Gharbi, Chaimma; Queirós, Maria Gabriel; Guimarães, Maria InêsIntrodução: A mandíbula é um osso ímpar da face que forma o maxilar inferior e se articula com o crânio na articulação temporomandibular. Devido à sua robustez, é particularmente útil em investigações antropológicas. Por esse motivo, a mandíbula pode ser utilizada como instrumento de identificação de um indivíduo em contextos arqueológicos e médico-legais, permitindo assim a estimativa da afinidade populacional, da idade ou do sexo. Além disso, a radiografia panorâmica proporciona uma visão global da mandíbula, permitindo a identificação de características mensuráveis para uma análise métrica mais detalhada. Objetivo: Determinação da diagnose sexual, com recurso à análise de radiografias panorâmicas de pacientes adultos que recorreram à Clínica Pedagógica de Medicina Dentária da Universidade Fernando Pessoa. Espera-se que através da análise radiográfica, seja possível obter informações úteis com potencial na identificação humana, assim como encontrar diferenças métricas que permitam realizar a diagnose de sexo. Metodologia: O estudo consistirá na consulta de ficheiros clínicos do período compreendido entre os anos 2019-2024 para análise de dados sociodemográficos e análise métrica de radiografias panorâmicas. Para a realização das medidas lineares foram utilizados os seguintes pontos e medidas: largura bicondilar (Co-Co) – distância entre os pontos mais laterais dos dois côndilos mandibulares. Largura bigonial (Go-Go) – distância entre o ponto gonial do lado direito e do lado esquerdo da mandíbula. Resultados: Foi constituída uma amostra de 400 radiografias panorâmicas, recolhidas nos ficheiros das Clínicas Pedagógicas de Medicina Dentária. As análises estatísticas demonstraram que as medidas apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres para a largura bigonial, com um valor de p = 0,005, indicando um dismorfismo sexual claro nesta medida. Por outro lado, para a largura bicondilar, as diferenças entre os sexos não foram significativas, com p = 0,075, sugerindo que as variações nesta medida não são suficientemente marcadas para serem estatisticamente relevantes. Finalmente, foi observada uma forte correlação entre as distâncias bigonial e bicondilar, com um p < 0,001, confirmando que esta correlação é altamente significativa. Conclusão: Os resultados confirmam que o dismorfismo sexual está presente para a largura bigonial, no entanto, para a largura bicondilar, não são suficientemente acentuados para serem considerados estatisticamente significativos. Foi confirmada a contribuição significativa para aplicações clínicas e forenses da estimativa do sexo a partir de distâncias mandibulares como as larguras bicondilar e bigonial. Apesar de certas limitações, as medições das distâncias bicondilar e bigonial revelam-se ferramentas valiosas na identificação do sexo. Para aumentar a eficácia e a generalização destes métodos, investigações futuras devem centrar-se na inclusão de populações mais diversificadas, na integração de medições adicionais e na utilização de tecnologias avançadas. Estes esforços permitirão aperfeiçoar as abordagens atuais e melhorar a sua aplicação numa variedade de contextos.
- Amamentação no desenvolvimento da saúde oral infantil: estudo observacional transversalPublication . Dias, Cláudia Rodrigues; Silva, Cátia Carvalho; Azevedo, Joana FerreiraObjetivo: O principal objetivo deste trabalho de investigação consistiu em caracterizar o conhecimento das mães sobre a amamentação e a sua importância para a saúde oral do bebé. Paralelamente, pretendeu-se perceber a influência de algumas características sociodemográficas das mães no nível de conhecimentos apresentado sobre a temática em questão. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo observacional transversal mediante a aplicação de um questionário online composto por 36 perguntas, numa clínica de Medicina Dentária no norte do país. Foram incluídas mães com um ou mais filhos, excluindo as mães que estavam grávidas pela primeira vez. Recorreu-se ao software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), na versão 29.0, para realizar a análise estatística. Resultados: A amostra deste estudo foi constituída por 88 mães, maioritariamente na faixa etária de 30-49 anos (86,4%), a maioria tinha dois filhos (51,1%), sendo que os filhos encontravam-se principalmente na faixa etária de 1-12 anos (90,9%). A grande maioria das mães (90,9%) reconheceu a relação entre a amamentação e a saúde oral dos bebés e 96,6% das mães estavam cientes de que a amamentação está associada à redução da mortalidade e morbilidade infantil. Além disso, 85,2% das mães reconheceram que a amamentação ajuda no desenvolvimento cognitivo e 97,7% considerou o leite materno como a forma mais adequada de alimentação nos primeiros seis meses de vida. A maioria das participantes (73,9%) afirmou que os bebés realizam um maior esforço para obter leite pela amamentação em comparação ao uso de biberão e 61,4% indicou que o primeiro contacto com a amamentação deveria ocorrer nos primeiros 15 minutos após o nascimento. No que diz respeito à recomendação da OMS para a amamentação exclusiva, 88,6% das mães reportaram estar cientes, no entanto apenas 81,8% selecionou uma duração de seis meses, e 81,8% defendeu que a amamentação por mais de doze meses é benéfica. As perceções variaram conforme a idade das mães, a idade dos filhos e o número de filhos. Conclusão: Foi verificado, nesta investigação, que as mães demonstraram um bom conhecimento sobre os benefícios da amamentação, alinhado com as recomendações da OMS. No entanto, fatores como a idade das mães e dos filhos, além do número de filhos, influenciam as práticas de amamentação. Os resultados deste estudo sublinham a necessidade de reforçar a educação e o apoio às mães e às suas famílias sobre a amamentação e de implementar políticas públicas que incentivem essa prática, sendo que os odontopediatras desempenham um papel vital fornecendo orientação e suporte especializado desde os primeiros meses de vida das crianças, promovendo uma saúde oral adequada.
- Inteligência artificial para a análise automática de imagens de CBCT e TC: aplicações no planeamento de enxertos ósseos – estudo comparativo de um caso clínicoPublication . Rivet, Jayson Jean-François; Macedo, José PauloA extração dos molares e pré-molares superiores, juntamente com a resposta do processo alveolar que conduz ao edentulismo posterior, resulta numa reabsorção óssea ao nível dos seios maxilares. Este fenómeno, que leva a uma perda óssea quantitativa, tornou-se um grande desafio para os cirurgiões em implantologia dentária. Por conseguinte, foram desenvolvidas e implementadas técnicas regenerativas, como os enxertos ósseos dos seios maxilares, de forma a inserir um material de preenchimento e aumentar a altura óssea do pavimento sinusal, com o objetivo de possibilitar a reabilitação através da colocação de implantes nos pacientes afetados. As imagens CBCT, assim como as imagens de tomografia computorizada (TC), representam um progresso considerável no campo da implantologia, fornecendo informações tridimensionais detalhadas da região maxilofacial. No entanto, a sua interpretação continua a ser delicada e complexa, podendo levar a interpretações erradas. Nesta tese, tínhamos como objetivo principal comparar a decisão e resultado da reabilitação óssea de uma paciente através da IA, com a reabilitação realizada por um profissional sem recurso a IA. Devíamos encontrar um software de inteligência artificial que integrasse técnicas de processamento de imagem e aprendizagem automática, para promover a análise automática e rigorosa de imagens CBCT e TC e propor planos de tratamento automatizados com simulações virtuais no contexto do aumento pré-implantar do pavimento sinusal de modo a facilitar a tomada de decisão ideal por parte do cirurgião-dentista e otimizar o sucesso deste tratamento complexo. Mas, após várias pesquisas, nenhum software de IA até à data foi suficientemente desenvolvido para permitir a geração de planos de tratamento automatizados para cumprir com sucesso a expectativa inicial do nosso objetivo. Embora não tenhamos cumprido este objetivo, por falta de software que o possa realizar neste momento, surgiu um outro objetivo secundário, a avaliação das capacidades e limitações de um software de IA na análise automática das imagens CBCT e TC de um caso clínico no processo de enxerto ósseo sinusal, a fim de comparar a eficácia dos resultados obtidos com a análise realizada pelo cirurgião-dentista e assim relatar o estado da arte da utilização da IA nos procedimentos de enxerto ósseo sinusal. Para tal, estudámos as imagens CBCT, TC e panorâmicas de um caso clínico antes e após um enxerto ósseo sinusal, que submetemos à análise do nosso software de IA Diagnocat, um dos softwares de IA mais desenvolvidos na área dentária para a análise automática de imagens CBCT, TC e panorâmicas. A IA não substitui a experiência humana, mas revela-se um complemento essencial para ajudar o profissional a tomar decisões informadas e a melhorar os resultados do tratamento. Embora a planificação do enxerto ósseo não tenha podido ser gerada de forma totalmente automatizada pelo software, este forneceu uma segmentação automática e precisa das estruturas anatómicas, bem como uma análise das radiografias panorâmicas. Em conclusão, a automação da análise das imagens CBCT e TC através da IA representa um grande progresso no campo da cirurgia dentária, especialmente no contexto dos enxertos ósseos para o aumento pré-implantar do pavimento sinusal. Ao oferecer uma segmentação precisa e automatizada das estruturas anatómicas, a IA aumenta a eficácia e a precisão da análise radiológica. Este sistema oferece uma solução inovadora e segura para otimizar a prática clínica, reduzindo o tempo necessário para a segmentação manual das estruturas anatómicas e, consequentemente, as complicações pré e pós-operatórias. Nos próximos anos, espera-se que a IA continue a desenvolver-se ainda mais e ofereça muito mais possibilidades graças às tecnologias de ponta, com análises e planos de tratamento totalmente automatizados, o que era o nosso objetivo inicial.
- A inteligência artificial para a análise automática de imagens CBCT/TC: aplicações no planeamento de implantes dentários – estudo comparativo de um caso clínicoPublication . Lapina, Pauline Marie; Macedo, José PauloO plano de tratamento para a colocação de implantes dentários é uma etapa essencial para o sucesso da reabilitação de pacientes parcialmente ou totalmente desdentados. O planeamento preciso dos implantes é facilitado pela utilização de imagens CBCT (Tomografia Computorizada de Feixe Cónico) ou TC, que fornecem uma visão tridimensional detalhada das estruturas maxilares. No entanto, a análise meramente observacional destas imagens está sujeita a erros de interpretação. O objetivo principal desta tese foi comparar as decisões e os resultados da colocação de implantes dentários orientada por IA com aqueles realizados por um profissional sem o recurso à IA, de modo a avaliar o potencial da IA no planeamento de implantes. Para tal, procurámos utilizar técnicas de IA capazes de automatizar a análise das imagens CBCT ou TC, detetando as estruturas anatómicas, avaliando a densidade e a disponibilidade óssea e simulando virtualmente o posicionamento ideal dos implantes. No entanto, apesar de este objetivo principal ter sido estabelecido, não foi totalmente alcançado devido à falta de software capaz de realizar esta tarefa de forma completa até ao momento. Os softwares de IA utilizados permitem atualmente apenas a segmentação das imagens, limitando a possibilidade de um plano de tratamento totalmente autónomo e impedindo a comparação direta com as decisões humanas. Dado que o objetivo principal não era realizável, definimos um objetivo secundário: utilizar um dos softwares de IA mais desenvolvidos atualmente para a análise das imagens CBCT, avaliando as suas capacidades e limitações. Para tal, utilizámos o software Diagnocat, que permitiu uma segmentação automatizada das imagens CBCT e possibilitou uma comparação da análise das imagens CBCT realizada pelo dentista e pelo software de IA. Em conclusão, o uso da inteligência artificial para a análise automática de imagens CBCT ou TC no planeamento de implantes dentários representa um avanço significativo para a odontologia, abrindo caminho para práticas mais eficazes e seguras. No entanto, embora a IA traga inovações significativas, ainda apresenta limitações, nomeadamente na capacidade de realizar um plano de tratamento completo sem intervenção humana. É, portanto, crucial salientar que os softwares de IA utilizados aqui permitem apenas a segmentação automática, o que limita a concretização do nosso objetivo principal.
- Relação entre a diversidade da microbiota oral e doença de Crohn: revisão integrativaPublication . Amsellem, Abigael; Coelho, Maria JoãoA doença de Crohn é uma condição multifatorial cuja causa exata permanece desconhecida. Caracteriza-se por períodos de atividade que alternam com remissões, afetando principalmente a porção terminal do íleo e o início do cólon. Pode causar complicações tanto intestinais quanto extra-intestinais. Entre estas últimas, destacam-se as manifestações na cavidade oral, que podem ocorrer antes ou depois do diagnóstico da doença de Crohn. O diagnóstico deve ser realizado por um gastroenterologista, que se baseará numa história clínica detalhada, num exame físico minucioso e em vários exames complementares. Estes incluem a colonoscopia, exames de imagem, análises laboratoriais e histopatologia. O cirurgião-dentista também desempenha um papel crucial na deteção, prevenção e tratamento das manifestações orais da doença de Crohn. Pode ser um elemento fundamental no diagnóstico precoce, especialmente quando os primeiros sintomas aparecem na cavidade oral. Além disso, o dentista contribui com informações e conselhos ao paciente, visando melhorar a sua qualidade de vida. A doença de Crohn manifesta-se através de uma ampla gama de sintomas, que variam de pessoa para pessoa, exigindo assim uma abordagem personalizada e multidisciplinar. Entre as manifestações orais mais comuns associadas à doença de Crohn estão a estomatite aftosa, as úlceras profundas e lineares, a mucogengivite, o aspeto de empedrado (cobblestoning), a queilite granulomatosa e as lesões polipóides. Estas manifestações devem ser observadas e diagnosticadas cuidadosamente pelo cirurgião-dentista, permitindo assim um diagnóstico precoce e um tratamento adequado e atempado. A relação entre a diversidade da microbiota oral e as doenças sistémicas, em particular a doença de Crohn, representa um campo de investigação emergente e promissor que destaca a interconexão entre a saúde oral e o bem-estar geral do organismo. A microbiota oral, composta por uma grande variedade de bactérias, vírus, fungos e outros micro-organismos, forma um ecossistema complexo e essencial, desempenhando um papel fundamental na manutenção da homeostase oral e sistémica. A diversidade deste ecossistema é crucial, pois garante resiliência e estabilidade, fatores importantes para evitar a disbiose, que pode levar a doenças locais e sistémicas. Os resultados desta pesquisa revelam uma alteração significativa da microbiota oral em pacientes com doença de Crohn, caracterizada por uma redução na diversidade microbiana e uma predominância de certas estirpes patogénicas. Esta disbiose, associada a distúrbios inflamatórios e imunológicos sistémicos comuns na doença de Crohn, evidencia uma relação bidirecional entre a inflamação intestinal e as alterações na microbiota oral. Por outras palavras, a inflamação crónica e sistémica característica da doença de Crohn parece influenciar diretamente a composição da microbiota oral, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de doenças periodontais e outras infeções orais. Além disso, o oposto também parece ser verdadeiro: a disbiose oral pode influenciar negativamente a microbiota intestinal através da circulação sistémica, agravando a inflamação e intensificando os sintomas da doença de Crohn. Esta hipótese sugere novas perspetivas para o tratamento preventivo e curativo das condições orais em pacientes com doenças inflamatórias intestinais crónicas. Uma abordagem terapêutica integrada, que leve em conta a saúde oral, pode desempenhar um papel crucial na gestão global da doença de Crohn. Este estudo, portanto, destaca a importância de uma visão holística da saúde, na qual a componente oral não deve mais ser vista como um elemento isolado, mas como uma parte essencial do equilíbrio sistémico do corpo. O controlo da disbiose oral, particularmente através de intervenções direcionadas à microbiota, como o uso de probióticos ou a modulação da higiene oral, pode representar uma estratégia promissora para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doença de Crohn e, possivelmente, outras doenças sistémicas relacionadas a desequilíbrios na microbiota oral. Nesse contexto, torna-se fundamental incluir a dimensão oral no acompanhamento e tratamento de doenças sistémicas, revelando uma interdependência ainda maior entre as diferentes disciplinas médicas.