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O discurso da imprensa portuguesa e brasileira sobre a violência contra as mulheres: um estudo dos diários Público (Portugal) e Folha de São Paulo (Brasil) no final de 2021

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Abstract(s)

Esta tese tem como objeto de estudo a violência contra as mulheres sob o viés do discurso jornalístico impresso no Brasil e em Portugal. Nesse sentido, visa compreender os discursos sobre a violência contra as mulheres a partir dos jornais Folha de São Paulo (do Brasil) e Público (de Portugal). A metodologia escolhida para a pesquisa foi baseada na análise do discurso de Mikhail Bakhtin e Michel Foucault. Ambas proporcionaram uma análise qualitativa dos discursos que permeiam as matérias dos jornais impressos Para tanto, realizou-se a coleta de dados através de leituras diárias de 92 edições nos Jornais no período de 01.10.2021 a 31.12.2021. Neste período foram catalogados 37 reportagens relacionadas a violência, sendo selecionada 17 para análise, por contemplar o foco do estudo em questão. O problema de pesquisa se constituiu em: como os jornais impressos produzem discursos e as difundem reiterando ou não a banalização da violência contra mulheres e em que aspecto produzem resistências a esta banalização? O objetivo geral foi analisar e descrever os discursos nos jornais Folha de São Paulo (Brasil) e o jornal Público (Portugal), no período de outubro a dezembro de 2021. Os objetivos específicos foram: a) Interrogar quais são as formas banalizadoras da violência contra mulheres, emanadas no discurso dos jornais impressos Folha de São Paulo e Público, no período citado, explicitando proximidades e diferenças entre eles no modo de trabalhar o tema da violência contra as mulheres; b) Problematizar as práticas sugeridas no campo das políticas públicas mencionadas nas matérias publicadas e a multiplicidade de vozes que a compõem em intertextualidade bem como na dialogia polissêmica; c) Investigar se ocorre a culpabilização das vítimas nas matérias dos jornais citados.Assim, a justificativa foi construída a partir da divulgação dos resultados do Anuário Nacional de Segurança Pública de 2021 que publicou estatísticas preocupantes a respeito da violência contra as mulheres no Brasil, apontando que 17 milhões de mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência. Os resultados da pesquisa permitiram inferir que há divergências entre as formas de abordagem dos dois jornais, pois no Público há um cuidado maior em trabalhar os diferentes aspectos da violência contra as mulheres trazendo diversos olhares e perspectivas da problemática; enquanto, o jornal Folha traz matérias mais descritivas e informativas, mais reduzidas, pouco elucidativas do fenômeno da violência contra a mulher. Os jornais (re)produzem relações sociais, disseminam e disputam valores, alimentam afetos específicos, produzem subjetividades e reproduzem sentidos. Portanto, é possível afirmar na tese de que a abordagem da violência contra as mulheres no jornal Folha de São Paulo difere do jornal Público. Na Folha, o discurso é permeado por uma descrição dos fatos com o objetivo de informar o leitor sobre o fato em si. No jornal Público, a abordagem da violência é detalhada, problematizadora e mais complexa do que a realizada na Folha.
This thesis has as object of study the violence against women under the bias of the journalistic discourse printed in Brazil and Portugal. In this sense, it aims to understand the discourses on violence against women from the newspapers Folha de São Paulo (from Brazil) and Público (from Portugal). The methodology chosen for the research was based on the discourse analysis of Mikhail Bakhtin and Michel Foucault. Both provided a qualitative analysis of the discourses that permeate the articles in the printed newspapers. For this purpose, data were collected through daily readings of 92 editions in the Newspapers in the period from 10.01.2021 to 12.31.2021. During this period, 37 reports related to violence were catalogued, 17 of which were selected for analysis, as they contemplated the focus of the study in question. The research problem was: how do printed newspapers produce speeches and disseminate them, reiterating or not the trivialization of violence against women and in what aspect do they produce resistance to this trivialization? The general objective was to analyze and describe the speeches in the newspapers Folha de São Paulo (Brazil) and the newspaper Público (Portugal), from October to December 2021. The specific objectives were: a) To question what are the trivializing forms of violence against women, emanated in the discourse of the printed newspapers Folha de São Paulo and Público, in the mentioned period, explaining proximities and differences between them in the way of working the theme of violence against women; b) To problematize the practices suggested in the field of public policies mentioned in the published articles and the multiplicity of voices that compose it in intertextuality as well as in the polysemic dialogue; c) Investigate whether victims are blamed in the articles in the cited newspapers. Thus, the justification was built from the dissemination of the results of the 2021 National Yearbook of Public Security, which published worrying statistics regarding violence against women in Brazil, pointing out that 17 million Brazilian women suffered some type of violence. The results of the research allowed us to infer that there are divergences between the ways of approaching the two newspapers, as in Público there is greater care in working on the different aspects of violence against women, bringing different views and perspectives of the problem; while the Folha newspaper brings more descriptive and informative articles, which are shorter and do not elucidate the phenomenon of violence against women. Newspapers (re)produce social relations, disseminate and dispute values, feed specific affections, produce subjectivities and reproduce meanings. Therefore, it is possible to state in the thesis that the approach to violence against women in the newspaper Folha de São Paulo differs from the newspaper Público. In Folha, the speech is permeated by a description of the facts with the objective of informing the reader about the fact itself. In the newspaper Público, the approach to violence is detailed, problematizing and more complex than that carried out in Folha.
Cette thèse a pour objet d'étude la violence contre les femmes sous le biais du discours journalistique imprimé au Brésil et au Portugal. En ce sens, il vise à comprendre les discours sur la violence contre les femmes des journaux Folha de São Paulo (du Brésil) et Público (du Portugal). La méthodologie choisie pour la recherche était basée sur l'analyse du discours de Mikhail Bakhtin et Michel Foucault. Les deux ont fourni une analyse qualitative des discours qui imprègnent les articles dans les journaux imprimés.À cette fin, des données ont été collectées à travers des lectures quotidiennes de 92 éditions dans les journaux dans la période du 01.10.2021 au 31.12.2021. Au cours de cette période, 37 rapports liés à la violence ont été répertoriés, dont 17 ont été sélectionnés pour analyse, car ils envisageaient l'objet de l'étude en question. La problématique de recherche était : comment les journaux imprimés produisent-ils des discours et les diffusent-ils, réitérant ou non la banalisation des violences faites aux femmes et en quoi produisent-ils des résistances à cette banalisation ? L'objectif général était d'analyser et de décrire les discours dans les journaux Folha de São Paulo (Brésil) et le journal Público (Portugal), d'octobre à décembre 2021. Les objectifs spécifiques étaient : a) Interroger quelles sont les formes banalisantes de la violence contre les femmes, émané dans le discours des journaux imprimés Folha de São Paulo et Público, dans la période mentionnée, expliquant les proximités et les différences entre eux dans la manière de travailler le thème de la violence contre les femmes ; b) Problématiser les pratiques proposées dans le champ des politiques publiques évoquées dans les articles publiés et la multiplicité des voix qui la composent dans l'intertextualité ainsi que dans le dialogue polysémique ; c) Rechercher si les victimes sont blâmées dans les articles des journaux cités.Ainsi, la justification a été construite à partir de la diffusion des résultats de l'Annuaire national de la sécurité publique 2021, qui a publié des statistiques inquiétantes sur la violence à l'égard des femmes au Brésil, soulignant que 17 millions de femmes brésiliennes ont subi un type de violence. Les résultats de la recherche nous ont permis de déduire qu'il existe des divergences entre les manières d'aborder les deux journaux, car dans Público, il est plus important de travailler sur les différents aspects de la violence à l'égard des femmes, en apportant des points de vue et des perspectives différents sur le problème ; tandis que le journal Folha apporte des articles plus descriptifs et informatifs, qui sont plus courts et n'élucident pas le phénomène de la violence contre les femmes. Les journaux (re)produisent des relations sociales, diffusent et contestent des valeurs, nourrissent des affections spécifiques, produisent des subjectivités et reproduisent des significations. Par conséquent, il est possible d'affirmer dans la thèse que l'approche de la violence contre les femmes dans le journal Folha de São Paulo diffère de celle du journal Público. Dans Folha, le discours est imprégné d'une description des faits dans le but d'informer le lecteur sur le fait lui-même. Dans le journal Público, l'approche de la violence est détaillée, problématisante et plus complexe que celle menée à Folha.
Esta tesis tiene como objeto de estudio la violencia contra la mujer bajo el sesgo del discurso periodístico impreso en Brasil y Portugal. En ese sentido, tiene como objetivo comprender los discursos sobre la violencia contra las mujeres de los periódicos Folha de São Paulo (de Brasil) y Público (de Portugal). La metodología elegida para la investigación se basó en el análisis del discurso de Mikhail Bakhtin y Michel Foucault. Ambos proporcionaron un análisis cualitativo de los discursos que permean los artículos de los diarios impresos, para lo cual se recolectaron datos a través de lecturas diarias de 92 ediciones en los Diarios en el período del 01.10.2021 al 31.12.2021. Durante este período, se catalogaron 37 informes relacionados con la violencia, de los cuales 17 fueron seleccionados para el análisis, ya que contemplaban el enfoque del estudio en cuestión. El problema de investigación fue: ¿cómo los periódicos impresos producen discursos y los difunden, reiterando o no la banalización de la violencia contra las mujeres y en qué aspecto producen resistencias a esa banalización? El objetivo general fue analizar y describir los discursos en los diarios Folha de São Paulo (Brasil) y el diario Público (Portugal), de octubre a diciembre de 2021. Los objetivos específicos fueron: a) Cuestionar cuáles son las formas de violencia banalizadoras contra la mujer, emanado en el discurso de los diarios impresos Folha de São Paulo y Público, en el período mencionado, explicando proximidades y diferencias entre ellos en la forma de trabajar el tema de la violencia contra la mujer; b) Problematizar las prácticas sugeridas en el campo de las políticas públicas mencionadas en los artículos publicados y la multiplicidad de voces que la componen tanto en la intertextualidad como en el diálogo polisémico; c) Investigar si en los artículos de los diarios citados se culpabiliza a las víctimas. Así, la justificación se construyó a partir de la difusión de los resultados del Anuario Nacional de Seguridad Pública 2021, que publicó estadísticas preocupantes sobre la violencia contra la mujer en Brasil, señalando que 17 millones de brasileñas sufrieron algún tipo de violencia. Los resultados de la investigación permitieron inferir que existen divergencias entre las formas de abordar los dos diarios, ya que en Público existe un mayor cuidado en trabajar los diferentes aspectos de la violencia contra la mujer, trayendo diferentes visiones y perspectivas del problema; mientras que el diario Folha trae artículos más descriptivos e informativos, que son más breves y no aclaran el fenómeno de la violencia contra la mujer. Los periódicos (re)producen relaciones sociales, difunden y disputan valores, alimentan afectos específicos, producen subjetividades y reproducen significados. Por lo tanto, es posible afirmar en la tesis que el abordaje de la violencia contra la mujer en el diario Folha de São Paulo difiere del diario Público. En Folha, el discurso está impregnado de una descripción de los hechos con el objetivo de informar al lector sobre el hecho mismo. En el diario Público, el abordaje de la violencia es detallado, problematizador y más complejo que el realizado en Folha.

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Violência contra a mulher Gênero Jornalismo Mídia impressa Violence against women Gender Journalism Print media Violence contre les femmes Genre Journalisme Presse écrite Violencia contra la mujer Género Periodismo Medios impresos

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