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Authors
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Abstract(s)
A mulher vítima de violência conjugal, tem vindo a merecer especial destaque entre as
mais diversas formas de violência. Actos de agressão e maus-tratos exercidos contra as
mulheres podem acarretar problemas físicos, além de problemas de ordem psicológica e
social. As sequelas do abuso poderão influenciar o seu papel de mãe no exercício das
práticas educativas com os seus filhos.
O presente estudo teve como objectivo analisar o impacto da violência conjugal
exercida contra as mulheres nas práticas educativas parentais sobre os seus filhos. Após
uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, debruçamo-nos sobre o estudo empírico de
forma a concretizar os objectivos propostos. A nossa investigação teve dois momentos
cruciais. No primeiro momento, baseando-nos numa abordagem de carácter
quantitativo, analisamos as diferenças existentes ao nível das práticas educativas
utilizadas por um grupo de mulheres (mães) vítimas de violência conjugal (N=30) e um
grupo de não vítimas (N=30), através da aplicação do Inventário de Práticas Educativas
(I.P.E.). A amostra total foi constituída por mães pertencentes a famílias abrangidas pela
prestação pecuniária do Rendimento Social de Inserção (R.S.I.) residentes num
concelho do Norte do país. De seguida avançamos com uma parte de carácter
exploratório, de abordagem qualitativa, na qual realizamos entrevistas a seis mães
sinalizadas como vítimas, escolhidas de forma intencional de entre o primeiro grupo.
Os resultados do estudo quantitativo revelam que, ao nível das práticas educativas
adequadas não se verificam diferenças significativas entre os grupos, no entanto,
quando comparados em termos do recurso às práticas inadequadas (e.g., punição física,
práticas inadequadas não abusivas, maus-tratos físicos e emocionais) as diferenças são
significativas. As mães pertencentes ao grupo das vítimas revelam utilizar com mais
frequência práticas inadequadas com os seus filhos. Mediante as entrevistas efectuadas,
podemos ainda verificar que as mães reconhecem que a violência conjugal de que são
vítimas interfere nas práticas educativas com os seus filhos, nomeadamente no que se
refere às dificuldades que sentem em responder às necessidades dos filhos.
The woman victim of domestic violence has deserved a special distinction among the
several forms of violence. Acts of aggression and abuse against women can give rise to
physical problems, beyond psychological and social problems. The consequences of the
abuse may influence their role as a mother in the exercise of the educational practices
with their children.
The present study has the goal of analyze the impact of domestic violence against
women in their parenting educational role with their children. The empirical study that
accomplishes that goal follows a brief bibliographic summary.
Our research had two crucial moments. In a first moment, supported by a quantitative
approach, we analysed the differences in educational practices between a group of
women (mothers) that were victims of domestic violence (N=30) and a group of nonvictims
(N=30), trough the application of the Educational Practices Inventory (E.P.I.).
The sample was composed by mothers belonging to families that receive the Social
Insertion Income (R.S.I) living in a district in the north of the country. Following that,
we moved to a more exploratory work, based on a qualitative approach, in which we
conduct interviews to six mothers, targeted as victims, intentionally chosen from the
first group.
The results from the quantitative study reveal that there are no significant differences
between the two groups of woman in what concerns their educational practices.
Nevertheless, when compared in terms of non-adequate practices (e.g., physical
punishment, non abused inadequate practices, physical and emotional abuse) the
differences are significant. The mothers belonging to the group of victims reveal to use
more often inadequate practices with their children. By means of the interview carried
through, we could also realise that the mothers acknowledge the fact that being victims
of domestic violence affects their educational practice, namely in what concerns their difficulty in respond to their children’s needs.
La femme victime de violence conjugale, est venue à mériter spéciale proéminence
entre les plus diverses formes de violence. Des actes d'agression exercés contre les
femmes peuvent causer des problèmes physiques, outre des problèmes d'ordre
psychologique et social. Les séquelles d'abus pourront influencer leur rôle de mère dans
l'exercice des pratiques éducatives avec leurs enfants.
La présente étude a eu pour objectif vérifié l'impact de la violence conjugale exercée
contre les femmes dans les pratiques éducatives parentales sur leurs enfants. Après une
recherche bibliographique sur le sujet, on s’est consacrés sur l'étude empirique de
manière à concrétiser les objectifs proposés. Notre recherche a eu deux moments
cruciaux. Au premier moment, en se consacrant dans un abordage de caractère
quantitatif, nous avons analyser les différences existantes au niveau des pratiques
éducatives utilisées par un groupe de femmes (mères) des victimes de violence
conjugale (N=30) et un groupe non victimes (N=30), pour cela nous avons appliquer
l'Inventaire de Pratiques Éducatives (I.P.E.). L’échantillon total a été constitué par des
mères appartenant à des familles couvertes par la prestation pécuniaire du Revenu
Social d'Insertion (R.S.I.) résidant dans une commune du Nord du pays. De suite nous
avons avancé avec une partie de caractère exploratoire, d'abordage qualitatif, dans
lequel nous avons réalisé des entrevues à six mères signalées comme victimes, choisies
de forme intentionnelle parmi le premier groupe.
Les résultats de l’étude quantitative révèlent que, au niveau des pratiques éducatives
ajustées on ne vérifie pas des différences significatives entre les groupes, néanmoins,
quand comparées en termes de ressource aux pratiques inadéquates (e.g. punition
physique, pratiques inadéquates non abusives, violence physiques et émotionnelles), les
différences sont significatives. Les mères appartenant au groupe des victimes révèlent
utiliser avec plus de fréquence des pratiques inadéquates avec leurs enfants. Moyennant
les entrevues effectuées, nous pouvons encore vérifier que les mères reconnaissent que
la violence conjugale dont elles sont victimes intervient dans les pratiques éducatives avec leurs enfants, notamment en ce qui concerne les difficultés qu’elles sentent à répondre aux nécessités des leurs enfants.
Description
Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em em Psicologia, especialização em Psicologia da Saúde e Intervenção Comunitária.