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PPG_27213 | 1.45 MB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
A hepatite C Ă© uma patologia associada a elevada morbilidade e mortalidade,
calculando-se que existam mundialmente cerca de 185 milhÔes de infetados. Existem 6
genĂłtipos virais e a cada um estĂĄ associada uma resposta diferente Ă terapĂȘutica
instituĂda.
O presente trabalho aborda a infeção pelo vĂrus da hepatite C primeiramente
introduzindo a dimensĂŁo epidemiolĂłgica e focando-se no vĂrus da hepatite C, seu ciclo
viral e os diferentes genĂłtipos. Posteriormente serĂŁo abordadas as principais
terapĂȘuticas incluindo a convencional e os novos fĂĄrmacos que chegaram ao mercado e
diversos ainda se encontram em desenvolvimento. Sendo o principal objetivo desta
revisĂŁo Ă© estabelecer um ponto de situação relativamente aos avanços na terapĂȘutica da
hepatite C.
A terapĂȘutica convencional da infeção por hepatite HCV passa por um regime de
ribavirina e interferão. A abordagem mais recente envolve antivirais de ação direta,
nomeadamente o boceprevir e o telaprevir (inibidores da protease NS3/4). O boceprevir
e o telaprevir apresentam aumentos significativos nas taxas de resposta virolĂłgica
sustentada em doentes naĂŻves, em doentes recidivantes e em doentes que obtiveram
respostas parciais ao tratamento prévio. Estes dois novos fårmacos possibilitam ainda
cursos terapĂȘuticos de menor duração (24 semanas no caso do telaprevir, 28 semanas
com o boceprevir) em determinados subgrupos de doentes. Dos seus inconvenientes
destacam-se o custo elevado, os efeitos laterais e as baixas taxas de resposta virolĂłgica
sustentada nos respondedores nulos (29-38%), juntamente com as limitaçÔes inerentes
às suas recentes aprovaçÔes (escassez de dados para comparação de custo-efetividade e
impacto desconhecido em co-infetados e interaçÔes medicamentosas) constituem
desafios que devem ser ultrapassados para que se atinjam taxas de sucesso cada vez
maiores no tratamento da infeção crĂłnica pelo vĂrus da hepatite C, com consequente
diminuição da progressão cirrogénica e do carcinoma hepatocelular.
A recente introdução do sofosbuvir e do simeprevir, podem trazer grandes perspetivas
de melhoria da qualidade de vida dos doentes e no aumento da sobrevida. O simeprevir
apresenta maior eficåcia e tolerabilidade do que o telaprevir e o boceprevir. E o sofosbuvir demonstrou eficåcia marcada em todos os genótipos, com boa segurança,
contudo, este fårmaco apresenta um elevado preço de comercialização que pode por em
causa a sua prescrição.
Neste momento encontram-se em desenvolvimento novos fĂĄrmacos, que chegarĂŁo ao
mercado nos prĂłximos anos, e que permitirĂŁo a seleção de uma terapĂȘutica mais
direcionada ao doente, atendendo ao genĂłtipo viral ou existĂȘncia de polimorfismos
genĂ©ticos e tambĂ©m aos custos associados Ă terapĂȘutica. A comunidade cientĂfica
ambiciona, com estes avanços, vir a erradicar esta infeção que cursa com uma
morbilidade e mortalidade com impacto significativo na sociedade.
Description
Projeto de PĂłs-Graduação/Dissertação apresentado Ă Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em CiĂȘncias FarmacĂȘuticas