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- O papel da qualidade do sono e do cronótipo na percepção da passagem do tempo: um estudo comparativo com estudantes universitáriosPublication . Dias, Maria Inês Rodrigues; Gomes, InêsA experiência subjetiva do tempo refere-se à perceção individual da passagem do tempo, sendo essencial para o funcionamento cognitivo, a regulação emocional e a eficácia na tomada de decisões. Esta perceção é dinâmica e pode variar consoante o contexto, o estado emocional e fisiológico do individuo. É comum, por exemplo, sentir que o tempo passa mais depressa em situações agradáveis ou envolventes, e mais lentamente em momentos de tédio, stress ou fadiga. Entre os diversos fatores que podem influenciar a experiência subjetiva do tempo, o sono destaca-se como um dos mais relevantes, dado o seu impacto comprovado sobre a atenção, a memória e a perceção temporal. Assim, o presente estudo teve como objetivo estudar o papel da qualidade do sono e do cronótipo na experiência subjetiva do tempo. Participaram quarenta e sete participantes, com idades compreendidas entre os dezoito e vinte e nove anos. Em função dos resultados obtidos no Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh e no Questionário de Matutinidade-Vespertinidade de Horne e Östberg, os participantes foram divididos em grupos quanto à qualidade do sono (boa qualidade e pobre qualidade) e quanto ao cronótipo (matutino, indiferente e vespertino), respetivamente. A avaliação da experiência subjetiva do tempo foi efetuada através da versão portuguesa do Questionário de Perceção da Passagem do Tempo, de Wittmann e Lehnhoff. Os resultados revelam que os participantes com uma pobre qualidade do sono apresentaram pontuações significativamente mais elevadas nas dimensões “Expansão do Tempo” e “Metáfora de Velocidade” no Questionário de Perceção da Passagem do tempo, evidenciando uma perceção subjetiva do tempo mais distorcida. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos relativamente à dimensão “Experiencia Temporal”. No que diz respeito ao cronótipo, não foram observadas diferenças significativas entre participantes matutinos, indiferentes e vespertinos em nenhuma das variáveis analisadas. Estes resultados destacam a importância de promover hábitos de sono saudáveis no contexto universitário, dado o seu impacto na perceção do tempo e, consequentemente, na autorregulação e desempenho académico.
- Artificial intelligence and climate change: the potential roles of foundation modelsPublication . Leal Filho, Walter; Kovaleva, Marina; Ng, Artie; Nagy, Gustavo; Luetz, Johannes; Dinis, Maria Alzira PimentaArtificial intelligence (AI) is being developed fast and applied in several areas including education and healthcare with excellent potential for use in fields that require complex analytics, particularly in the case of climate change. Recent developments in AI, such as ChatGPT and OpenAI, machine vision technologies and deep learning, among others, may be deployed in various contexts, including climate change. Of specific interest is the role played by foundation models (FMs), which may help to augment intelligence on climate change and reduce the social risks of adaptation and mitigation initiatives. This article discusses the potential applications of FMs in climate change research and management and illustrates the need for further studies. FMs, built on large unlabelled data sets and enabled by transfer learning, offer versatility in handling complex tasks. Specifically, FMs can aid in climate data analysis, modelling future scenarios, assessing risks, and supporting decision-making processes. Despite their potential, challenges such as data privacy, algorithm bias, and energy consumption require careful consideration. The article emphasizes the importance of interdisciplinary efforts to address these challenges and maximize the positive impact of FMs in mitigation and adaptation. AI, including advanced models like FMs, holds significant promise for addressing climate change challenges.
- Sentido na vida e felicidade: um estudo sobre o papel da parentalidadePublication . Soares, Lyvia Castro Chalfun de Matos; Fonte, CarlaIntrodução: O sentido na vida e a felicidade são eixos estruturantes da experiência subjetiva de florescimento humano, conforme proposto pelo modelo PERMA de Seligman (2012). A parentalidade constitui uma das experiências mais significativas e potencialmente estruturantes da identidade pessoal, podendo modular a vivência do sentido na vida e da felicidade ao longo do ciclo vital. Neste contexto, a presente investigação teve como objetivo principal comparar os níveis de sentido na vida e felicidade entre adultos com e sem filhos, considerando também o papel de variáveis sociodemográficas como idade, sexo, estado civil, habilitações literárias e número de filhos. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, correlacional e transversal, com delineamento não experimental. A amostra foi constituída por 467 adultos, dos quais 204 eram pais e 263 não pais, com idades entre 18 e 86 anos (M = 38,88; DP = 13,98). Os instrumentos utilizados foram o Questionário do Sentido de Vida (QSV) e o Inventário de Psicoterapia Positiva (IPP), além de um questionário sociodemográfico. Resultados: Os pais apresentaram níveis significativamente mais elevados de presença de sentido e de vida comprometida, bem como níveis mais baixos de procura de sentido. Verificaram-se correlações positivas entre presença de sentido e as dimensões vida significativa e vida agradável no grupo dos pais, e entre presença de sentido e todas as dimensões avaliadas de felicidade no grupo dos não pais. No grupo parental, a procura de sentido apresentou correlações negativas com as dimensões de felicidade, enquanto entre os não pais não se verificaram associações estatisticamente significativas. A idade correlacionou-se positivamente com a presença de sentido e negativamente com a procura de sentido entre os pais, padrão não observado no grupo dos não pais. As mães relataram níveis significativamente mais elevados de vida comprometida do que os pais, e o número de filhos associou-se positivamente à presença de sentido e à dedicação existencial. Discussão: Os resultados sugerem que a parentalidade se associa a uma experiência mais integrada e estruturada de sentido na vida e de felicidade eudaimónica, sustentada no compromisso com metas relacionais, propósito de vida e realização pessoal. Em contrapartida, os adultos sem filhos demonstraram maior ambição e tendência à procura ativa de sentido, indicando uma construção existencial mais dinâmica, possivelmente centrada em objetivos pessoais e desenvolvimento individual. As variáveis sociodemográficas analisadas revelaram efeitos diferenciados sobre os níveis de sentido e de felicidade, com efeito particularmente expressivo entre os pais. Conclusão: O presente estudo reforça a compreensão da parentalidade como uma via relevante para a construção de sentido na vida e de felicidade eudaimónica. A presença de sentido mostrou-se central na vivência de felicidade subjetiva, tanto em adultos com filhos como sem filhos, sublinhando a importância de fomentar experiências existenciais com valor pessoal e vínculos afetivos duradouros ao longo da vida adulta.
