Browsing by Issue Date, starting with "2025-06-05"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- O impacto da microbiota intestinal na saúde mentalPublication . Costa, Ana Sofia Monteiro; Pina, Cristina; Carvalho, MárciaNos últimos anos, a comunidade científica tem vindo a demonstrar que a microbiota intestinal tem um impacto significativo na saúde mental, existindo uma associação entre a sua diversidade e composição e o desenvolvimento de distúrbios mentais, como a ansiedade e a depressão. O presente trabalho teve como objetivo principal realizar uma revisão abrangente e atualizada da literatura sobre os mecanismos envolvidos na interação entre a microbiota intestinal e a saúde mental. A metodologia foi baseada na pesquisa de artigos científicos publicados nos últimos 5 anos, entre 1 de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2024. A pesquisa resultou num total de 170 artigos, dos quais, após análise criteriosa, 47 foram selecionados para a elaboração desta revisão. A microbiota intestinal está em comunicação com o sistema nervoso central (SNC) através do eixo intestinocérebro, sendo esta comunicação bidirecional. Evidências científicas indicam que desequilíbrios nesta via afetam a produção de neurotransmissores, como a serotonina e o ácido gama-aminobutírico, os quais desempenham um papel fundamental na regulação do humor e da função cerebral. Além disso, a microbiota intestinal está envolvida na produção de metabolitos e substâncias químicas que afetam o SNC. Os estudos incluídos nesta revisão confirmam que a complexa e diversificada microbiota intestinal também tem um papel fundamental na regulação da resposta inflamatória do organismo. Fatores como uma alimentação inadequada, o stress e predisposições genéticas podem alterar a microbiota, afetando o comportamento e a saúde cognitiva. Por outro lado, estratégias como intervenções nutricionais e o uso de probióticos ou psicobióticos demonstram potencial para modular de forma positiva o eixo intestino-cérebro, contribuindo para o tratamento de patologias como a ansiedade e a depressão. Apesar dos avanços na compreensão desta relação, persistem lacunas na literatura no que diz respeito à compreensão dos mecanismos moleculares específicos que regulam esta interação. São, portanto, necessários mais estudos e ensaios clínicos para fortalecer estes resultados e incorporar novas estratégias terapêuticas baseadas na modulação da microbiota intestinal.
