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- O papel da psicologia e da psiquiatria na prevenção da descompensação psicótica em adolescentes e jovens adultos: uma apreciação dos especialistasPublication . Pires, Luís Dias da Silva Vihemba; Matos, MartaO presente trabalho interroga as possibilidades de prevenção da psicose em adolescentes e jovens adultos, dada a incidência grave e desorganizadora desse tipo de estado na vida do indivíduo e da sua comunidade. Mais concretamente, pretende-se investigar o papel da Psicologia e Psiquiatria, e da comunidade como um todo, na prevenção da descompensação psicótica em adolescentes e jovens adultos. O estudo empírico constitui um estudo exploratório alicerçado numa metodologia qualitativa, de forma a proporcionar uma compreensão aprofundada do problema. O objetivo principal é investigar a perceção de psicólogos e psiquiatras quanto às possibilidades de prevenir a descompensação psicótica em adolescentes e jovens adultos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com uma amostra de 5 psicólogas, 3 psiquiatras e 2 internos na especialidade de Psiquiatria. A análise qualitativa de conteúdo permitiu a identificação de temas e representações diversas no discurso dos participantes. Os resultados revelaram que a maioria dos participantes considera possível prevenir a descompensação psicótica através da combinação de psicoterapia, psicofarmacologia e apoio familiar e comunitário. Além disso, a coordenação interdisciplinar entre profissionais da Psicologia, da Psiquiatria e de outras áreas, como a Educação, é percebida como fundamental para um atendimento eficaz. Ademais, foi salientada a importância de um olhar atento dos familiares para os sinais de alerta que indicam necessidade de enquadramento do jovem em serviços de saúde mental especializados. Contudo, obstáculos como a falta de recursos humanos no SNS, o estigma e a falta de literacia em saúde mental, nomeadamente em relação a estados psicóticos, constituem dificuldades que motivaram, da parte dos participantes, sugestões de melhoria de intervenção em contexto familiar, clínico, comunitário e societal. Concluiu-se que uma abordagem preventiva integrada não só pode melhorar a qualidade de vida dos jovens em risco de descompensação psicótica, como também reduzir o sofrimento pessoal e familiar, bem como os custos associados aos cuidados em saúde mental desta população. As conclusões do estudo sugeriram a necessidade de implementação de políticas públicas que promovam a colaboração interdisciplinar e o desenvolvimento de programas de prevenção com um foco na consciencialização da comunidade e sociedade para a psicopatologia psicótica, assim como a descentralização e facilitação do acesso a serviços especializados de saúde mental e integração dos mesmos em estruturas comunitárias como escolas e universidades.