Browsing by Issue Date, starting with "2023-01-24"
Now showing 1 - 6 of 6
Results Per Page
Sort Options
- Tornar-se mãe: discursos e percursos de mulheres com diagnóstico de infertilidadePublication . Matos, Joana Ferreira; Santos, LuísA infertilidade é definida como a incapacidade de a mulher engravidar após 12 meses de relações sexuais regulares desprotegidas e sempre que tiver menos de 35 anos. Se tiver mais de 35 anos, este período é reduzido para 6 meses. A infertilidade afeta distintas dimensões da vida do indivíduo, sendo que no caso das mulheres existe uma forte pressão social para a maternidade. Importa, por essa razão, investigar as implicações que a infertilidade tem na mulher, na sua vida e na sua auto-imagem. O presente trabalho, qualitativo, de cariz fenomenológico descritivo, descreve as experiências de mulheres com diagnóstico de infertilidade e contextualiza as condições de emergência desse diagnóstico, os significados e as experiências de ajustamento psicossocial face à impossibilidade de ter um filho por inseminação natural. Foram conduzidas sete entrevistas, online, apoiadas num guião de entrevista semiestruturada especificamente concebido para a investigação. Como critérios de inclusão considerou-se: i. ser do sexo feminino; ii. ter idade igual ou superior a 30 anos; iii. de qualquer estado civil; iv. de nacionalidade portuguesa; e v. ter tido um diagnóstico de infertilidade há, pelo menos, 3 anos. Como critérios de exclusão foram previstos: i. ser do sexo masculino; ii. ter idade inferior a 30 anos; iii. de nacionalidade estrangeira e iv. ter tido um diagnóstico de infertilidade há menos de 3 anos. Os resultados, cuja leitura foi orientada pela análise temática, evidenciaram por parte das mulheres do estudo diversas experiências de ajustamento psicossocial, atribuindo valor às redes de suporte familiar e/ou social. O confronto com o diagnóstico de infertilidade implicou mudanças na perceção e significação individual destas mulheres.
- Influência do envolvimento parental sobre a autorrealização desportiva de praticantes de futebol com idades compreendidas entre os 9 e os 13 anosPublication . Rodrigues, Liliana Filipa Fonseca; Costa, AnaA presente investigação pretende compreender se os mecanismos de envolvimento parental (encorajamento, reforço, instrução e modelagem) influenciam o desenvolvimento de variáveis psicológicas (autoeficácia, motivação intrínseca, autorregulação e autoeficácia social) associadas à autorrealização infanto-juvenil, de acordo com o Modelo do Envolvimento Parental (Teques & Serpa, 2009, adaptado de Hoover-Dempsey & Sandler, 2005). Participaram neste estudo 180 indivíduos, entre eles, 90 atletas praticantes de futebol de um clube do distrito do Porto, do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 9 e os 13 anos (M = 11, 28; Dp = 1, 35) e 90 encarregados de educação com idades compreendidas entre 33 e os 58 anos (M = 42, 83; Dp = 4, 56). Aplicou-se uma bateria de instrumentos, a saber: o questionário aos pais e o questionário ao jovem atleta, inseridos no Projeto do Envolvimento Parental, traduzidos para a realidade portuguesa por Teques (2009); e o Questionário de Comportamentos Parentais no Desporto (Gomes, 2016) versão para atletas – avaliação do pai e avaliação da mãe, e versão para pais – modalidades masculinas. Os resultados sugerem que os comportamentos parentais de encorajamento, reforço, instrução e modelagem, bem como a perceção dos jovens atletas sobre os comportamentos de envolvimento dos pais estão correlacionados com as variáveis psicológicas (autoeficácia, motivação intrínseca, autorregulação e autoeficácia social) dos jovens atletas, ou seja, os mecanismos de envolvimento parental influenciam o desenvolvimento das variáveis psicológicas nos atletas. Por fim, os resultados demonstram ainda que apenas existem diferenças estatisticamente significativas na modelagem parental em função do nível socioeconómico.
- Intervenção psicológica em crise: respostas psicossociais precoces a vítimas de acidentes de viaçãoPublication . Gomes, Ana Rita; Silva, IsabelVivemos numa era em que os acidentes de viação se destacam como sendo uma das maiores preocupações de saúde pública e geradores de trauma, provocando um impacto significativo na saúde mental das vítimas (OPP, 2015). As vítimas de acidentes de viação, ao contrário do que é habitualmente considerado, vão para além dos indivíduos que são diretamente afetados pelo incidente (vítimas primárias), podendo também ser tidas como vítimas os familiares e amigos das vítimas primárias (vítimas secundárias) e, ainda, os profissionais que prestam o socorro (vítimas terciárias) (APAV, 2015). A intervenção psicológica em crise torna-se, assim, fundamental para os indivíduos que sofreram acidentes de viação, uma vez que atua sobre o funcionamento psicológico do indivíduo e permite aliviar o impacto direto que é sentido devido ao evento traumático (Liria & Veja, 2002). Nesta dissertação procura-se aprofundar o conhecimento científico sobre a intervenção psicológica em crise no que às vítimas de acidentes de viação diz respeito. Para isso, o principal objetivo do trabalho foi identificar as necessidades psicossociais sentidas pelas vítimas primárias e secundárias de acidentes de viação, assim como, caracterizar os cuidados psicossociais que percebem ter recebido após o acidente de viação e identificar como as vítimas primárias e secundárias acreditam que o impacto psicossocial poderia ser minimizado. Os dados foram recolhidos através de um Questionário Sociodemográfico e de Caracterização do Acidente de Viação e participaram no estudo 87 indivíduos, 52 do sexo feminino, os quais representam 59,8% da amostra total e 35 são do sexo masculino (40,2%), tendo idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos (M= 30,09; DP= 10,187). Das 87 vítimas de acidente de viação, 69 (79,3%) são vítimas primárias e 18 (20,7%) são vítimas secundárias. Através da análise dos dados recolhidos, verificou-se que as vítimas de acidentes de viação, devem ser alvo de intervenção psicológica momentos após os acidentes, de modo a minimizar o impacto e prevenir que os sintomas, desvalorizados no momento do acidente, se agravem futuramente.
- Impacto da COVID-19 na saúde mental da população portuguesa adultaPublication . Pinto, Sara Águeda Ferreira; Silva, IsabelA pandemia de COVID-19 teve um grande impacto na população mundial, tendo tido como consequências, alterações na vida dos indivíduos e afetando assim a saúde mental dos mesmos. Esta investigação teve como objetivo geral perceber o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental da população adulta e as diferentes condições de habitação afetaram a saúde mental da população. Foi estudada uma amostra de conveniência de 143 participantes, dos quais 25% são do sexo masculino e 72% do sexo feminino, com nacionalidade portuguesa ou com domínio da língua portuguesa. Os participantes do estudo encontram-se entre os 21 e os 70 anos, encontrando-se na faixa etária dos 39-44 anos. Os participantes responderam a Escala de Ansiedade e da Depressão (HADS), a Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS), a Inventário Breve de Sintomas (BSI), o item único de perceção geral de saúde e a um Questionário Sociodemográfico e de caracterização das condições da sua habitação onde diferentes dados sobre os indivíduos em estudo foram recolhidos. Os resultados demonstram que, durante a pandemia de COVID-19, os indivíduos que vivem em fracas condições de habitação avaliam o seu estado de saúde como pior ou baixo. Mais ainda, nos indivíduos que vivem em baixas condições de habitação, o impacto na saúde mental face a sintomatologia de ansiedade, depressão, obsessivo-compulsivo e stress foi mais elevado. A saúde mental está associada a diversos estímulos e, num contexto de confinamento, o espaço que o individuo se insere ganha maior importância. Neste estudo, conclui-se que a associação de alguns fatores do meio envolvente dos indivíduos afetou o seu estado de saúde bem como a forma como lidaram com o confinamento.
- Adaptação à lesão medular: saúde mental, suporte social, sintomas psicopatológicos e coping resilientePublication . Taio, Sofia Isabel Lopes; Silva, IsabelO presente estudo empírico teve como objetivo analisar se existe uma associação entre o suporte social percebido e a adaptação do doente à lesão medular, sintomas de depressão e ansiedade, coping resiliente, bem-estar e flourishing. Contou com a participação de 19 indivíduos (63,2% do sexo masculino e 36,8% do sexo feminino) com o diagnóstico de lesão medular com idades compreendidas entre os 22 e os 53 anos (M=39,89; DP= 8,66). Os participantes responderam anonimamente, através da plataforma digital Google Forms, a um conjunto de questionários: (1) Questionário Sociodemográfico e Clínico, (2) Escala de Satisfação do Suporte Social (ESSS), (3) Escala Breve de Coping Resiliente, (4) Escala de Ansiedade e Depressão Clínica (HADS), (5) Escala de Bem-Estar Mental de Warwick-Edinburgh (WEMWBS) – Versão Portuguesa, (6) Escala Continuum de Saúde Mental – versão reduzida e (7) Flourishing Measure – Medida de Florescimento – Versão Portuguesa. Os resultados revelam que quase metade da amostra se encontra num estado de saúde mental positiva flourishing (50%), com bons índices de bem-estar psicológico, social e emocional e níveis baixos de psicopatologia. Constata-se, ainda, a associação negativa forte entre o suporte social e os sintomas de depressão e ansiedade. Os resultados confirmam a teoria do efeito protetor do suporte social no que respeita à depressão e ansiedade na população com LVM. Ainda assim, os dados sublinham a necessidade de associar outras medidas de avaliação de saúde mental positiva (bem-estar psicológico, coping resiliente, flourishing, aspetos da personalidade do indivíduo, sexualidade/auto-estima e valorização do próprio) para predizer uma melhor adaptação à doença e de desenvolver estudos longitudinais com amostras mais alargadas.
- Ghosting: uma discussão a partir das experiências de jovens e adultos/as portugueses/asPublication . Sousa, Ana Beatriz Cordeiro; Santos, LuísO ghosting é um fenómeno crescente, motivado pela diversificação de plataformas digitais e pela facilidade com o que o mesmo acontece. O ghosting pode ser definido como uma estratégia, comportamento ou fenómeno pessoal que tem como intuito primordial não só o de pôr um fim súbito a um relacionamento (e.g., romântico, amoroso, de amizade, sexual, de trabalho), como também à comunicação interpessoal existente sem dar qualquer explicação aos seus/uas parceiros/as. O presente trabalho explora as vivências e os discursos das vítimas de ghosting, contextualizando a emergência, desenvolvimento e avaliação das experiências de ajustamento psicossocial face ao desaparecimento súbito e sem explicações de um/a parceiro/a romântico ou sexual. Foram realizadas entrevistas online, semi-estruturadas, a 3 pessoas com idades compreendidas entre os 27 e os 30 anos que se apresentaram como vítimas de ghosting. Os discursos dos participantes foram organizados de acordo com a análise temática, tendo sido identificados três temas: i) torna-se vítima de ghosting; ii) o desenrolar das vivências românticas e/ou sexuais desvendadas; e iii) o após. De modo geral, os principais resultados obtidos sugerem que: 1) o ghosting nos relacionamentos românticos ocorre através de meios comunicacionais digitais; 2) o ghosting aumentou devido à evolução das novas tecnologias, principalmente, com a criação de aplicações de encontros; 3) o ghosting é considerado pelas vítimas como um ato de egoísmo e imaturidade; 4) é um comportamento profundamente desorganizador do ponto de vista psicológico, emocional e ao nível do bem-estar dos indivíduos; 5) as vítimas experienciam emoções internalizantes de tristeza e externalizantes de raiva; 6) a frustração, a inquietação, a apatia, a culpa, a confusão e os níveis de mágoa aumentaram após o comportamento de ghosting; 7) a sintomatologia ansiogena aumentou; 8) a autoconfiança e a autoestima dos participantes foi negativamente afetada; 9) o sexo masculino foi o mais afetado; e 10) o ghosting tem repercussões no estabelecimento de relações futuras, pois as vítimas ficam mais desconfiadas e cautelosas após o término.