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- Carbapenemases em bacilos de Gram negativo: diversidade e impacto clínicoPublication . Gomes, Joana Raquel Almeida; Machado, ElisabeteO aumento de bactérias resistentes a antibióticos envolvidas em doenças infeciosas é um dos temas mais preocupantes da atualidade. Em particular, tem sido alarmante o aumento de Enterobacteriaceae, Acinetobacter sp. e Pseudomonas sp. resistentes a antibióticos β-lactâmicos do grupo dos carbapenemos. A resistência aos carbapenemos em bacilos de Gram negativo está fundamentalmente associada a genes que codificam para carbapenemases, isto é, β-lactamases com capacidade para hidrólise sobre carbapenemos, inativando a sua ação. Atualmente existe uma grande diversidade de carbapenemases, existindo esquemas de classificação que facilitam o seu agrupamento de acordo com algumas características que partilham. Muitos dos genes que codificam para carbapenemases têm sido fundamentalmente associados a plasmídeos, o que contribui para a sua rápida disseminação entre diferentes grupos bacterianos e nichos (unidades de cuidados de saúde/comunidade). Adicionalmente, estes plasmídeos albergam também frequentemente genes de resistência a outras famílias de antibióticos (quinolonas, aminiglicosídeos, entre outros), conduzindo a fenótipos de MDR, XDR e PDR. Esta situação tem um impacto clínico assinalável, uma vez que fica não só comprometido o uso de antibióticos β-lactâmicos (muito eficazes e pouco tóxicos), mas também de antibióticos de outras famílias, no tratamento das infeções por bacilos de Gram negativo produtores de carbapenemases. A epidemiologia global de algumas espécies de bacilos de Gram negativo produtores de carbapenemases é hoje conhecida, embora existam diferenças geográficas assinaláveis. Nos últimos anos os isolados bacterianos produtores de carbapenemases têm-se disseminado globalmente, surgindo por isso uma preocupação cada vez maior face às elevadas taxas de morbilidade e mortalidade associadas. Trata-se de microrganismos associados a infeções nosocomiais graves, a elevadas taxas de mortalidade e de difícil tratamento, sendo muito escassas as opções terapêuticas eficazes. As evidências apontam que a medida mais eficaz no combate às infeções hospitalares é a higienização das mãos, sendo esta uma prática fundamental para a redução da disseminação da resistência bacteriana. Ao associar a isto medidas de limpeza e desinfeção de superfícies contribui-se de forma efetiva para evitar e minimizar o surgimento de reservatórios ambientais e fontes de infeção. Para evitar surtos hospitalares por estas bactérias podem ser feitos a rastreios de colonização intestinal. As bactérias produtoras de carbapenemases representam uma grande ameaça para a saúde humana em todo o mundo e constituem um dos problemas mais desafiadores para a contenção de doenças infeciosas nos próximos anos. Como alternativas terapêuticas para tratar infeções causadas por bactérias produtoras de carbapenemases restam as polimixinas (por exemplo, colistina) e a tigeciclina. As polimixinas permanecem ativas contra a maioria destes isolados multirresistentes, no entanto, já começam a surgir resistências à colistina decorrentes do aumento do seu uso.
- Tráfico internacional de mulheres para a prática de exploração sexualPublication . Santos, Ermelinda Maria Rodrigues dos; Caridade, SóniaO tráfico internacional de pessoas para a prática de exploração sexual constitui um tipo de crime contra a humanidade por prejudicar gravemente os direitos humanos. Este crime, que se multiplica com a globalização de forma multifacetada e invisível, se especializa cada vez mais em seus métodos de ação, sendo uma das razões para o crescente aumento do valor obtido como resultado do produto do crime. O presente estudo será qualitativo, exploratório e descritivo com recurso ao inquérito mediante a técnica da entrevista semiestruturada, construída para esse fim. É uma pesquisa que versa acerca do tráfico de mulheres brasileiras para fins de exploração sexual em Portugal. A entrevista semiestruturada foi conduzida com três participantes que se identificaram como sendo vítimas de tráfico sexual, com idades compreendidas entre os 27 e os 33 anos de idade. Quanto aos resultados, as entrevistadas admitiram unanimemente que ainda não existem mecanismos de prevenção que possam identificar possíveis casos de tráfico sexual em tempo útil e que sejam especializados para obter resultados efetivos, principalmente na educação, saúde, justiça, segurança e financeiro, o que garantiria a redução dos fatores de risco identificados pelas participantes como: violência familiar, pobreza e álcool, mais questionados pelos entrevistados. Com este estudo espera-se contribuir para uma maior conscientização da sociedade e das instituições governamentais e não governamentais, para a necessidade de ações e intervenção conjuntas por forma a prevenir e combater o tráfico de mulheres para fins de exploração sexual no mundo, mediante a especialização de voluntários e de profissionais das diversas instituições envolvidas no combate do tráfico.