Browsing by Author "Moreira, Fernando Miguel Rodrigues da Silva"
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- Ultrafine particles: world characterisation, occupational assessment and effects on human healthPublication . Moreira, Fernando Miguel Rodrigues da Silva; Barros, Nelson; Ferreira, Ana Maria da ConceiçãoIntrodução: As partículas sultrafinas (UFP) e seus efeitos na saúde têm sido amplamente estudados, resultando em avanços no conhecimento sobre este poluente. No entanto, a definição de normas de medição e limites legais para controlar a exposição tem sido um desafio. Para abordar essa questão, foi realizada uma revisão da literatura para fazer o estado da arte sobre as UFP e seus os efeitos na saúde humana. Um questionário à escala global também foi conduzido para entender como a avaliação das UFP é feita, onde, por quem, e com que propósito. Por outro lado, foi feita a avaliação das UFP em ambientes internos ocupacionais com diferentes níveis de emissão de material particulado (PM). O estudo tem como objetivo contribuir para um maior entendimento dos efeitos das UFP na saúde humana e promover o estabelecimento de diretrizes e normas para controlar a exposição a essas partículas e proteger a saúde de todos. Material e Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura (SLR) com o objetivo de encontrar, selecionar, analisar e sistematizar informação sobre UFP. Esta informação foi publicada em trabalhos de investigação recentes (2002 a 2022), centrados nas UFP no ambiente profissional e nos seus impactos na saúde humana. Para identificar os métodos de medição mais comuns e suas lacunas, bem como verificar a existência de regulamentações nessa área, foi elaborado um questionário mundial em inglês, utilizando o Google Forms. Além disso, foram conduzidas quatro avaliações de parâmetros ambientais e diversos poluentes em duas instalações industriais (uma carpintaria e uma padaria) e em duas instalações do setor social (uma escola e uma clínica de saúde). As instalações industriais escolhidas geralmente apresentam emissões de PM, ao passo que as outras duas instalações possuem baixos níveis ou nenhuma emissão direta de PM. Os resultados obtidos foram processados e cruzados com dados estatísticos, proporcionando uma análise mais completa sobre as UFP e seus efeitos nos diferentes ambientes avaliados. Resultados: A revisão bibliográfica demonstrou a falta de estudos transversais e as consequências para a saúde já identificadas quanto às ultrafinas assim como as diferenças entre a vertente de Qualidade do Ar Interior (IAQ) e avaliação do risco na vertente ocupacional. Verificou-se também não existir protocolos definidos para amostragem das UFP. Pensa-se que as UFP são um dos principais fatores que contribuem para os efeitos adversos para a saúde decorrentes da exposição a partículas devido ao seu tamanho extremamente pequeno. No entanto, pouco se sabe sobre a qualidade, os limiares e a concentração destas partículas que causam efeitos adversos na saúde. Sabe-se que a exposição a UFP no ambiente e no local de trabalho tem efeitos adversos para a saúde. O inquérito global realizado sobre UFP permitiu recolher informações de 20 países dos cinco continentes, proporcionando um dos estudos mais abrangentes sobre UFP até à data. Os resultados revelaram uma falta de conhecimento entre os inquiridos, com alguns a confundirem as UFP com partículas maiores como PM10 ou PM2.5. Este facto realça a necessidade de educação e sensibilização sobre as UFP e os seus potenciais efeitos na saúde. O estudo sublinhou a urgência de desenvolver normas e regulamentos internacionais para a avaliação, o controlo e os limites de exposição às UFP. Denotou-se também que não existem ambientes isentos de UFP e que as fontes interiores são os principais contribuintes para os níveis de UFP em ambientes profissionais, tanto na forma primária como secundária. Verificou-se que fatores como a humidade, a temperatura e a falta de ventilação influenciam as concentrações de UFP e contribuem para a sua formação secundária. Apesar de algumas atividades não terem fontes primárias de UFP, todas as áreas avaliadas apresentaram níveis elevados de UFP, excedendo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (WHO). A ventilação surgiu como um fator crucial para melhorar os parâmetros de UFP. Conclusão: O Controlo dos níveis de UFP é de extrema importância para proteger a saúde humana. Devido às dificuldades encontradas na filtragem de UFP através dos sistemas convencionais de controle de poluição, torna-se imperativo o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes para controlar as suas emissões. É fundamental continuar a pesquisa sobre as UFP e seus impactos na saúde humana, pois isso fornecerá informações cruciais para criar medidas regulatórias e estabelecer diretrizes eficazes. A aplicação de metodologias internacionais e o estabelecimento de valores-guia podem desempenhar um papel significativo na redução dos efeitos adversos à saúde resultantes da exposição a essas partículas ultrafinas.