FCHS (DCEC) - Teses de Doutoramento
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Browsing FCHS (DCEC) - Teses de Doutoramento by advisor "Antoun, Henrique"
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- Influenciador digital e as relações de sociabilidade na internet: um estudo sobre a produção e compartilhamento de conteúdo de formadores de opiniãoPublication . Marinho, Felipe Harmata; Sousa, Jorge Pedro; Antoun, HenriqueA tese defendida por esta investigação é a de que o influenciador digital é um tipo contemporâneo de formador de opinião/gatekeeper, criado a partir do conceito maker, que traz para os meios de comunicação digitais uma mistura de publicações de cunho público/profissional com conteúdo privado/pessoal, o que acentua uma reconfiguração do espaço público da sociedade, com temas tidos como banais assumindo espaço no debate público. O contexto é o de que a internet e as redes sociais trouxeram uma reconfiguração de quem tem voz e relevância no espaço público. Por isso o problema de pesquisa parte da seguinte pergunta: quais são as características da produção, interação e compartilhamento de conteúdo dos influenciadores digitais? O objetivo geral é o de analisar as características da presença on-line dos influenciadores digitais. Os objetivos específicos são os de refletir sobre as relações entre o influenciador digital, produção de conteúdo, mercado e público; verificar a ligação que os influenciadores tem com o conceito de nicho de público, com a teoria da cauda longa e com o movimento maker; analisar como se constrói a autoridade de um influenciador digital para falar sobre determinado assunto/tema na internet; discutir o tipo de visibilidade que os influenciadores possuem no espaço público e analisar se há relação com o conceito clássico de celebridade; analisar como se dá a formação de uma comunidade digital ao redor do material postado pelo influenciador digital; analisar a relação entre publicações de cunho profissional/pessoal e público/privado de influenciadores digitais. O trabalho é dividido em quatro capítulos. O primeiro apresenta o conceito de esfera pública, discute as transformações dela ao longo do tempo e faz uma abordagem sobre o que é privado e o que é público ao longo da história. O segundo capítulo traz um panorama desde o conceito clássico do modelo do gatekeeper, do formador de opinião, até chegar ao influenciador digital. Faz-se uma articulação com conceitos sobre compartilhamento de conteúdo e sobre o relato do cotidiano, do banal, nas redes sociais. O terceiro capítulo é dedicado a apresentação da metodologia e o quarto é focado nos resultados da pesquisa empírica. A investigação fez um estudo-piloto, no formato de grupo focal, com heavy users da internet. O objetivo foi o de entender como se dá a relação do público com influenciadores digitais. A pesquisa definitiva foi realizada com a metodologia de pesquisa qualititiva, entrevista semi-estruturada com 11 dos principais influenciadores digitais do Brasil. O trabalho parte de duas hipóteses. A primeira é a de que os influenciadores digitais são socializadores de conteúdo, que se formaram e cresceram seguindo as bases do chamado movimento maker e trazem assuntos para o debate público, de forma diluída e para nichos específicos de público. A segunda é a de que postagens de elementos do cotidiano, da vida pessoal, da banalidade são tão importantes quanto discussões sobre o assunto profissional que os influenciadores dominam. Como conclusões, a primeira hipótese foi confirmada, com os influenciadores digitais se mostrando como autodidatas, praticantes do conceito de DIY (Do It Yourself), com a percepção dos entrevistados de que não existe um influenciador nato, que é preciso ter uma profissão, repertório e histórico e que os influenciadores se consideram como espécies de curadores de conteúdo, facilitadores, produzem para que as pessoas tenham empoderamento e autonomia, mas sempre ligados a nichos específicos de público. A segunda hipótese foi confirmada parcialmente. A investigação mostrou que os influenciadores enxergam que o espaço público na internet conta com a mistura entre elementos do pessoal e profissional, mas percebe-se que, no caso deles, há um peso maior para o lado profissional. Por fim, eles também ressignificam o conceito de banalidade, assumindo que há uma valorização do cotidiano no espaço público, mas que isso pode agregar ao conteúdo, principalmente no que se refere ao engajamento das publicações e à proximidade com o público.