FCS (DCN) - Trabalhos Complementares
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Browsing FCS (DCN) - Trabalhos Complementares by advisor "Albuquerque, Ana Gabriela Machado"
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- Comportamentos alimentares relacionados com o apetite: determinantes e efeitos no estado ponderal da criançaPublication . Freitas, Ana Catarina Araújo de; Oliveira, Andreia; Albuquerque, Ana Gabriela MachadoApesar de existir alguma investigação nas áreas dos comportamentos alimentares e apetite, perceber quais são os comportamentos das crianças que estão associados às diferenças ponderais tem sido um desafio ao longo do tempo. Com este trabalho pretendeu-se realizar uma revisão bibliográfica de estudos que abordem as formas de avaliação e regulação do apetite, e como este processo se desenvolve e determina os comportamentos alimentares em idades precoces, assim como alguns dos seus efeitos no estado ponderal. Foi feita uma revisão da literatura utilizando a base de dados PubMed®, complementada por uma pesquisa em snowball. Incluíram-se artigos relacionados com os mecanismos de regulação de apetite, os métodos de avaliação do apetite e dos comportamentos alimentares e seus determinantes e efeitos dos comportamentos alimentares no estado ponderal. O processo da regulação do apetite é essencialmente explicado através da interação entre mecanismos homeostáticos e hedónicos. Os mecanismos homeostáticos são mediados pela necessidade biológica de manter as reservas energéticas do corpo, aumentando a motivação para a ingestão de alimentos, enquanto que os mecanismos hedónicos são mediados pela recompensa alimentar e parecem superar os mecanismos homeostáticos em períodos de “abundância”, aumentando o desejo de consumir alimentos de elevada palatibilidade e desencadeando a libertação mesolímbica de dopamina e serotonina Existem métodos biológicos (marcadores biológicos como enzimas intestinais e hormonas como a leptina, grelina e insulina) e métodos comportamentais de avaliação do apetite, sendo o instrumento mais frequentemente utilizado o Children’s Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ), por apresentar boas propriedades psicométricas, avaliando o comportamento alimentar das crianças de forma abrangente. A formação dos primeiros comportamentos alimentares inicia-se in útero e são vários os fatores que os determinam e que podem contribuir para uma diminuição da capacidade de autorregulação da ingestão alimentar da criança, como a predisposição genética, as primeiras experiências gustativas e o ambiente e influências familiares, que se assumem como determinantes-chave neste processo. Tem sido um desafio entender quais os comportamentos alimentares que mais contribuem para o excesso de peso infantil. Entre eles destacam-se a ingestão externa (comer por estímulos externos como a simples presença do alimento ou o seu cheiro), a restrição alimentar (que pode potenciar o aumento desinibido da ingestão dos alimentos restringidos) e a ingestão emocional (que resulta da ingestão face a variações emocionais, especialmente, sentimentos negativos). Dada esta estreita relação entre comportamentos alimentares relacionados com o apetite e excesso de peso, estudos futuros sobre os determinantes dos comportamentos alimentares das crianças poderão favorecer o desenvolvimento de ferramentas úteis para a prevenção, apoio e tratamento da obesidade infantil.