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Neste artigo busco refletir sobre as modulações subjetivas e tecnológicas envolvidas na ocupação
da cidade do Rio de Janeiro pelas culturas jovens eletrônicas, na composição sempre
inacabada e mutante do circuito de lazer noturno conhecido como "cena carioca“. Este se
define menos por características sociológicas específicas e estáveis e mais como “comunicação
transversal entre populações heterogêneas”, revelando-se antes na observação de seu
funcionamento disjuntivo - a desenhar modalidades de consumo e estilos de vida. A investigação
acompanha a “invenção de percepções”, por parte dos jovens freqüentadores da cena,
para navegar nesta “faixa de freqüência”, seja através da produção de copresença entre real
e virtual (em seu acionamento simultâneo e pautado pela saturação como valor), seja pelo
recurso combinado aos mais diversos estímulos sensoriais (das batidas eletrônicas às substâncias
sintéticas - com destaque para o ecstasy -, passando por uma moda empenhada no
borrar das fronteiras de gênero e pela experimentação erótico-afetiva dos corpos em festa). O
arranjo idiossincrático de todos esses elementos, ao mesmo tempo em que gera um fenômeno
de transbordamento, impossível de ser abarcado pela lógica de identidades estanques (pois se
define mais pelo “e” do que pelo “é”), também retraça de modo irrequieto o espaço da cidade. In this article we reflect on the subjectivities and technology involved in the occupation of
the city of Rio de Janeiro by young cultures, addressing the unfinished and everchanging
circuits of leisure known as “Rio scene.” This is defined less by specific sociological characteristics
and stable and more as “cross communication between heterogeneous populations”
and was first the result of the observation of their operational disjuntions - to design ways of
consumption and lifestyles. The investigation follows the “invention of perceptions” on the
part of young visitors from the scene, to navigate this “frequency range”, either through the
production of co-presence between real and virtualor through a fashion committed to blur
the boundaries of gender and the erotic experimentation-affective bodies in celebration). The
idiosyncratic arrangement of all these elements creates, at the same time, a phenomenon
of overflow, impossible to be covered by the logic of unified identities, but also retracts the unquietness of the area of the city.
Description
Keywords
Culturas Jovens Subjetividade Urbanidade Tecnologia Youth Subjectivities Urban spaces Technology
Citation
Nuestra América. Porto. ISSN 1646-5024. 5 (Jan - Jul 2008) 53-86.
Publisher
Edições Universidade Fernando Pessoa. NELA - Núcleo de Estudos Latino-Americanos