Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
1.6 MB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
O dragoeiro (Dracaena draco L.) é uma espécie arbórea, da família das
Dracaenaceas, pertencente à flora da Macaronésia. Trata-se de uma das mais raras
espécies arbóreas de Portugal, já mal representada tanto nos Açores como na Madeira.
Tradicionalmente, a sua casca preparada por decocção era usada contra a atonia do tubo
digestivo, diarreia, males estomacais, impurezas do sangue, catarros pulmonares,
hemorragias e também como vermífugo e tónico. Em banhos e fomentos, este decocto
era utilizado pela medicina popular no combate a tumores sifílicos. A seiva do tronco e
dos ramos, conhecida por sangue-de-drago ou sangue-de-dragão, foi muito utilizada na
medicina popular devido às suas propriedades antioxidantes e adstringentes. No entanto,
até à data pouco se sabe no que concerne as propriedades biológicas da folha e fruto
desta espécie. Por este motivo, o presente trabalho apresenta como objectivo a avaliação
da actividade antioxidante de extractos aquosos de folha e fruto de dragoeiro através da
sua acção protectora relativamente aos danos oxidativos induzidos por radicais livres
em eritrócitos humanos. O 2,2´-azo-bis(2-amidinopropano) (AAPH) foi usado como
sistema gerador de radicais livres que atacam a membrana eritrocitária causando várias
alterações oxidativas, as quais foram avaliadas neste estudo pela indução da hemólise.
Os ensaios realizados mostram uma actividade antioxidante para o extracto do
fruto superior ao da folha. Ambos os extractos protegem a membrana do eritrócito da
hemólise induzida pelo AAPH de uma forma dependente da concentração de extracto e
do tempo de incubação, obtendo-se valores de IC50 de 2,56 ± 0,97 μg/mL para o fruto e
de 39,05 ± 11,54 μg/mL para a folha. Dada a reconhecida actividade antioxidante do
morango, a actividade anti-hemolítica do fruto de dragoeiro foi comparada com a do
morango. O valor de IC50 para o extracto de fruto de dragoeiro foi significativamente
superior ao calculado para o extracto de morango (273,84 ± 49,38 μg/mL), o que
enfatiza a forte actividade antioxidante do fruto.
Em conclusão, os resultados obtidos neste trabalho indicam que a espécie D.
draco L., particularmente o fruto, apresenta um considerável potencial antioxidante e
sequestrador de radicais livres, o que sugere a sua eventual aplicação na prevenção e/ou
tratamento de diversas patologias nas quais os radicais livres estão implicados. The dragon tree (Dracaena draco L.) is a tree that belongs to the Dracaenaceae
family, which is natural in the flora of Macaronesia. This is one of the rarest tree species
in Portugal, already poorly represented both in the Azores and Madeira. Traditionally its
bark was prepared by decoction used against atony of the digestive tract, stomach
ailments, impurities of blood, lung phlegm, hemorrhagic diseases and also as a
vermifuge and tonic. The decoction was used by popular medicine to fight syphillc
tumors in baths and encouragements. The sap from the trunk and branches, also known
as the dragon´s blood, was widely used in folk medicine for its astringent and
antioxidant properties. However, little is known thus far regarding the biological
properties of its leaves and fruits. For this reason, this work is mainly focused in the
evaluation of the protective effects of aqueous extracts of the fruit and leaf of the
Dragon tree in the oxidative damage induced by free radicals in human erythrocytes.
The 2,2’-azo-bis(2-amidinopropane) (AAPH) generates peroxyl free radicals that attack
the erythrocyte membrane and cause various oxidative changes, which were evaluated
in this study by induction of hemolysis.
Our results show that fruit extract presents an antioxidant effect more potent than
the leaf. Both extracts protect the erythrocyte membrane from hemolysis induced by
AAPH in a time- and concentration-dependent manner, with IC50 values of 2.56 ± 0.97
μg/mL and 39.05 ± 11.54 μg/mL for fruit and leaf extracts, respectively. Strawberry
extract was used as a control for comparison purposes, since it is a well documented
antioxidant red fruit with recognized biologically significant effects. The IC50 value
calculated for D. draco fruit extract was significantly higher than that of strawberry
extract (273.84 ± 49.38 μg/mL), which emphasize the strong antioxidant activity of the
fruit.
In conclusion, these results suggest D. draco L. species, mainly its fruit, as a
promising source of natural antioxidants with potential use in the prevention and/or
treatment of diseases mediated by free radicals.
Description
Trabalho apresentado à Universidade Fernando
Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do
grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas