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Crianças vítimas de maus tratos e negligência: significações acerca do processo de retirada do seu meio natural de vida

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Abstract(s)

O presente estudo tem como principal objetivo estudar a forma como as crianças vítimas de maus tratos e negligência vivenciam e experienciam o processo de retirada do seu meio natural de vida, no âmbito de compreender quais as estratégias de coping que utilizam face a esta circunstância, e face aos maus tratos e negligência. Para tal, optámos por uma metodologia combinada, envolvendo o método quantitativo e qualitativo.No primeiro estudo, de índole quantitativa, foi efetuada uma análise documental de 42 processos referentes a crianças de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 0 e 17 anos, que foram referenciadas à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Barreiro no período compreendido entre 2011 e 2013.No segundo estudo, de índole qualitativa, procedemos à realização de uma entrevista semiestruturada com 9 crianças institucionalizadas, com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos, que foram divididas em dois grupos: resilientes e não resilientes. Foi possível verificar que as crianças resilientes possuem um maior leque de estratégias ativas e adaptativas quando comparadas com o grupo não resiliente. As crianças resilientes recorrem à resolução de problemas e procura de apoio para lidar com as adversidades. As crianças não resilientes utilizam mais estratégias de coping passivas: evitação, inação e focalização na emoção. Conclui-se desta forma que características tais como a autossuficiência/autoconfiança, a capacidade para tentar ultrapassar ativamente a situação traumática e características de temperamento (flexibilidade, persistência e motivação) são essenciais para que a criança consiga ultrapassar os efeitos adversos de situações traumáticas.A partir dos resultados deste estudo esperamos poder retirar implicações para a prática interventiva com este tipo de crianças.
The main purpose of this research is to find out how maltreated and neglected children experience institutionalization in order to understand which coping strategies they use to face neglect, maltreatment and being taken away from their families. In order to accomplish this goal, this research uses a combined methodology with both quantitative and qualitative studies.The first study, which uses a quantitative approach, consists in the analysis of 42 processes regarding children aged from 0 to 17 years old that were referenced to Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Barreiro between 2011 and 2013.In the qualitative study, there were semi-structured interviews with 9 institutionalized children aged from 11 to 17 years old that were divided into two groups: resilient and non-resilient.It was verified that resilient children have a broader range of active and adaptive coping strategies in comparison to the non-resilient group. Resilient children use problem solving and social support to deal with adversity. Non resilient children use more passive coping strategies such as avoidance, inaction and focusing on emotion.Therefore it was possible to conclude that resilience characteristics such as self-confidence/self-sufficiency, the ability the actively deal with the traumatic event and temperament traits (flexibility, persistence and motivation) are essential for the child to overcome the adverse effects of traumatic events.We hope to use the results of this research to improve the interventional action with these children.

Description

Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Psicologia Jurídica

Keywords

Maus tratos Negligência Estratégias de coping Resiliência Maltreatment Neglect Coping strategies Resilience

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