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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
A prevenção e promoção da saúde oral assumem atualmente uma grande importância,
tendo sido um tema já abordado em diversos estudos. É em idades mais precoces que se
deve começar a atuar, dotando e capacitando as crianças com conhecimentos e
instrumentos que lhes permitam a aquisição e manutenção de hábitos de saúde e higiene
oral saudáveis.
Foi efetuado um estudo observacional prospetivo do tipo coorte em escolas do concelho
de Estarreja no ano letivo 2011/2012, tendo como objetivo global de avaliar se sessões
de educação para a saúde oral em Crianças do 1º Ciclo do ensino básico melhoravam o
seu estado de saúde oral. Os objetivos deste estudo foram: a caracterização da amostra
em estudo, avaliação da eficácia das sessões, a avaliação e promoção da saúde oral e a
avaliação da possível relação entre algumas variáveis em estudo e os dados
sociodemográficos e os índices aplicados (IHO-S e ICDAS).
A amostra em estudo foi constituída por 279 crianças distribuídas por dois grupos,
controlo (124 crianças) e teste (155 crianças). Com idades entre os 6 e os 11 anos, no
grupo controlo 48,4% pertenciam ao género feminino e 51,6% ao sexo masculino,
enquanto no grupo teste 46% eram do sexo feminino e 51% do sexo masculino.
Em dois momentos distintos aplicaram-se dois questionários (pré-teste e pós-teste) e foi
observada a cavidade oral das crianças (ICDAS e IHO-S). No grupo teste, entre as duas
observações, foi realizada uma sessão de educação para a saúde oral. A análise
estatística foi realizada com auxílio do Microsoft Office Excel® e do IBM® SPSS®
Statistics vs. 20.0, calculando medidas estatísticas e testes não paramétricos (=0,05).
Verificaram-se melhorias nos comportamentos de ambos os grupos em relação ao
“momento do dia em que realiza a escovagem dentária” de 27,4% para 39,8% (grupo
controlo) e de 30,2% para 50% (grupo teste) e ao “tipo de pasta dentífrica” de 23,1%
para 45,1% (grupo controlo) e de 38,9% para 50,7% (grupo teste). Verificaram-se
melhorias nos comportamentos do grupo controlo no que respeita a “o que utiliza” de
39,3% para 48,8%. Verificaram-se melhorias nos comportamentos do grupo teste quanto à “técnica de escovagem dentária” de 19,4% para 33,3% e quanto à “quantidade
de pasta dentífrica” de 21,8% para 47,4%.
A maior parte das crianças indicou não saber com que regularidade se consultava com o
médico dentista, mas daqueles que sabiam, 20,4% (grupo controlo) e 17,4% (grupo
teste) efetuava consultas anuais, seguidos pelos que efetuavam consultas trimestrais
(10,2% no grupo controlo e 12,1% no grupo teste).
A percentagem de crianças com higiene oral satisfatória diminuiu em ambos os grupos,
embora aos 6 anos, no grupo teste, se verificasse um aumento.
Observou-se, no grupo teste, um comportamento mais favorável em relação ao grupo
controlo pela diminuição da percentagem de restaurações provisórias com cárie em
esmalte e a manutenção da percentagem de restaurações provisorias sem cárie. Em
ambos os grupos foi verificada a diminuição de faces não seladas e não restauradas, o
aumento das faces sãs e restauradas definitivamente, e da percentagem de dentes não
erupcionados e de dentes extraídos por carie. Observou-se um comportamento
desfavorável do grupo teste em relação ao grupo controlo pela diminuição da
percentagem de caries em esmalte e pelo aumento da percentagem de restaurações
definitivas com cárie em dentina em menos faces do que no grupo teste. No grupo teste
foi verificada associação entre a quantidade incorreta de pasta utilizada e má higiene
oral (pré-teste) e entre higiene oral satisfatória e frequentar o 4º ano de escolaridade
(pós-teste).
Os resultados obtidos indicam que é possível a modificação de comportamentos e
hábitos enraizados, embora não seja fácil. Conclui-se que, ainda que tenha existido uma
melhoria nos comportamentos relacionados com saúde oral, não houve uma efetiva
alteração positiva no IHO-S. Uma única sessão de esclarecimento parece não ser
suficiente e que estas devem ser apresentadas de forma lúdica, em pequenos grupos e
com o envolvimento prático das crianças. The prevention and oral health promotion currently assume great importance, since this
issue has been addressed by several studies. Children at earlier ages should be targeted
in order to provide tools and knowledge to enable them to acquire and maintain health
habits and healthy oral hygiene.
It was performed an observational prospective cohort in elementary schools of Estarreja,
academic year 2011/2012, with the overall objective to evaluate if sessions of education
for oral health in children of elementary school improve the oral health status. The aims
of this study were: to characterize the studied groups, to evaluate the effectiveness of
the sessions, to evaluate and promote of oral health and to investigate possible
relationship between some variables in study, demographic variables and indexes
(IHO-S and ICDAS).
The study sample consisted of 279 children distributed by two groups: control (124
children) and test (155 children). Aged between 6 and 11 years, in the control group
48.4% were female and 51.6% male and in the test group 46% were female and 51%
male.
Two questionnaires (pre-test and post-test) were applied at two different times,
simultaneously the oral cavity of children (ICDAS and IHO-S) was observed. In the test
group, it was performed a session of oral health education between the two
observations. Statistical analysis was performed using Microsoft Office Excel® and
IBM® SPSS® Statistics vs. 20.0 software programs, descriptive statistics and
nonparametric tests were performed (α=0.05).
There were improvements in the behaviors of both groups regarding the "time of the
day of tooth brushing" from 27.4% to 39.8% (control group) and from 30.2% to 50%
(test group) and the "type of toothpaste" from 23.1% to 45.1% (control group) and from
38.9% to 50.7% (test group). There were improvements in the behaviors in the control
group regarding to "what do you use" from 39.3% to 48.8%. There was an improvement in the behavior of the test group in "brushing technique" from 19.4% to 33.3% and in
the "amount of paste" from 21.8% to 47.4%.
The majority of children reported not know how regularly visit the dentist, however,
among those who knew, 20.4% (control group) and 17.4% (test group) had once a year
appointments, followed by four times a year visits 10.2% (control group) and 12.1%
(test group).
Overall, the percentage of children with satisfactory oral hygiene decreased in both
groups, although it was observed an increasing in to 6 year-old of the test group.
The test group showed a more favorable response than the control group by the
decreasing of the percentage of provisional restorations with enamel caries and the
maintaining of the percentage of provisional restorations without caries. In both groups
was found a decrease of unsealed faces and not restored; an increase of the healthy faces
and definitively restored, and of the percentage of un-erupted teeth and the teeth
extracted due to caries. It was observed an unfavorable behavior of the test group
compared to the control group by the decreasing of the percentage of caries in enamel
and the increasing percentage of final restorations with caries in dentin on less surfaces
than in test group. In the test group there was an association between the incorrect
amount of toothpaste used and poor oral hygiene (pre-test), and between an acceptable
oral hygiene and the 4th graders (post-test).
This study indicates that it is possible to change behaviors and old habits, although can
be a challenge. We conclude that, despite there was an improvement in oral health
related behaviors, there wasn’t an effective positive change in IHO-S index. One brief
session is not enough and should be presented in a playful way, in small groups and
with the practical involvement of the children.
Description
Projeto de Pós-Graduação/Dissertação apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária
Keywords
Higiene oral Promoção e prevenção de saúde oral Alterações de comportamentos Oral hygiene Prevention and promotion of oral health Behavioral changes
