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- Dependência de smartphone, perceção de saúde e sintomatologia psicopatológica em adultos portuguesesPublication . Leal, João Paulo Ferreira; Meneses, Rute; Alves, SóniaSob um desenho de investigação transversal, quantitativo, descritivo e correlacional, este estudo examinou a relação entre dependência de smartphone (DS), a saúde percebida e os sintomas psicopatológicos, bem como o papel de características individuais e contextuais associadas à DS, numa amostra portuguesa (N = 122; 68,9% mulheres; M = 30,89 anos, DP = 10,99), recrutada por amostragem de conveniência não probabilística online, com técnica de bola de neve. Os critérios de inclusão abrangeram participantes com 18 ou mais anos de idade, com acesso à Internet, capazes de fornecer assentimento informado de forma livre e esclarecida. O protocolo incluiu um questionário sociodemográfico com variáveis clínicas e comportamentais, bem como três instrumentos validados: o Smartphone Addiction Inventory (SPAI), o Questionário do Estado de Saúde-8 (SF-8) e as Escalas de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21). Foram realizadas análises descritivas e testes estatísticos não paramétricos para identificar diferenças, associações e correlações entre as variáveis. Os resultados indicaram que 59,8% dos participantes utilizavam o smartphone durante 3 a 5 horas por dia. Um limiar crítico situado entre 5 e 6 horas diárias associou-se a um aumento nas pontuações do SPAI. Análises estatísticas revelaram uma associação positiva entre o tempo de uso e DS, com níveis significativamente mais elevados entre utilizadores que relataram mais de 6 horas de uso diário. A idade não se associou diretamente à DS, mas os jovens adultos apresentaram pontuações mais elevadas, sobretudo nas subescalas de Comportamento Compulsivo e Limitação Funcional. Não se observaram diferenças significativas entre os sexos nas pontuações totais. No entanto, uma subanálise com base numa estratificação por gravidade revelou uma maior prevalência de casos graves entre mulheres jovens (18–25 anos), sugerindo uma interação entre idade, sexo e severidade da dependência. Não foram encontradas associações estatisticamente robustas entre DS e variáveis como escolaridade, estado civil, área de residência ou ocupação. Foram reportados impactos físicos (dores musculoesqueléticas, distúrbios do sono ou do descanso) e psicossociais (problemas relacionais, dificuldades de atenção ou concentração), sendo estes últimos os mais relevantes do ponto de vista estatístico. Foram identificadas correlações estatisticamente significativas entre as pontuações do SPAI, do Componente Mental do SF-8 e dos sintomas avaliados pela EADS-21. A depressão revelou-se a variável com associação mais robusta à DS, superando a ansiedade e o stresse. Conclui-se que a DS está intrinsecamente associada à saúde mental, destacando-se o comportamento compulsivo como fator central e a depressão como o correlato psicopatológico mais significativo, sugerindo-se intervenções direcionadas. Entre as limitações, destacam-se o recrutamento não probabilístico e a composição demográfica da amostra, fatores que condicionaram a generalização dos resultados.
