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- Equilíbrio emocional e autocuidado em psicólogos clínicos: desafios éticos e estratégias de sustentabilidade na prática em PortugalPublication . Sousa, Paula Fernanda de Jesus Marinho de; Matos, MartaEste estudo qualitativo teve como objetivo aprofundar a compreensão das estratégias de equilíbrio emocional e autocuidado adotadas por psicólogos clínicos em Portugal, bem como dos desafios éticos que emergem no exercício da profissão. Com base em entrevistas semiestruturadas realizadas a cinco psicólogos clínicos, com experiência profissional entre onze e trinta e dois anos e a exercer em contextos diversos (clínica privada, serviço público e instituições sociais), os dados foram analisados segundo a metodologia de análise de conteúdo temática (Sousa, 2020), permitindo identificar categorias centrais e captar a complexidade das vivências individuais. Os resultados evidenciaram cinco dimensões fundamentais: gestão emocional, com ênfase na supervisão, escrita reflexiva e mindfulness; relação terapêutica, assente na autenticidade, empatia e co-regulação emocional; autocompaixão, cultivada através da aceitação e práticas de mindfulness; coping adaptativo, traduzido em resolução de problemas e gestão das emoções; e desafios éticos, com destaque para a confidencialidade digital e os limites profissionais. Estes achados sugerem que a sustentabilidade da prática clínica depende de infraestruturas institucionais de apoio, de formação contínua em ética e competências relacionais, e de protocolos claros para responder aos desafios colocados pela digitalização, em consonância com as recomendações mais recentes (Pereira, 2024). As principais limitações do estudo decorrem da reduzida dimensão da amostra e da concentração geográfica no Grande Porto, o que restringe a generalização dos resultados. Recomenda-se, para investigações futuras, o alargamento a outros contextos institucionais e regionais, bem como a integração de métodos mistos. Este trabalho contribui para uma compreensão aprofundada da realidade dos psicólogos clínicos em Portugal, sublinhando a importância de políticas institucionais que promovam o autocuidado, o suporte organizacional e a atualização ética permanente, reforçando que o bem-estar dos profissionais é indissociável da qualidade do cuidado prestado.