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- Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónicaPublication . Damas, Joana Luís Oliveira Martins da Silva; Meneses, RuteA inteligência emocional e a autoeficácia afirmam-se como construtos relevantes na estruturação de um indivíduo, principalmente com um quadro de dor latente. A literatura demonstra uma relação entre os níveis de inteligência emocional e a perceção da intensidade do quadro de dor, onde a componente sociodemográfica e clínica tem interferência. Paralelamente, a investigação científica também relaciona a autoeficácia com a inteligência emocional e a dor. Deste modo, foram desenvolvidos dois estudos quantitativos, com os seguintes objetivos: caracterizar a inteligência emocional de indivíduos com dor crónica; explorar a relação entre inteligência emocional e variáveis sociodemográficas e clínicas (Estudo 1); caracterizar a autoeficácia destes indivíduos, explorar a relação entre inteligência emocional e autoeficácia em função da dor crónica e analisar a relação entre a inteligência emocional e a autoeficácia (geral e para a dor crónica) (Estudo 2). Para operacionalizar estes objetivos, este estudo teve o contributo de 120 pacientes, com maior prevalência do sexo feminino (n = 92; 76,7 %), com idades compreendidas entre os 22 e os 82 anos (M = 54,42; DP = 13,43). A maioria dos inquiridos era casada (n = 94; 78,3%) e a maior parte tinha um nível de habilitações literárias correspondente ao 3º Ciclo (n = 32; 26,7%). Com vista a recolher dados sociodemográficos e clínicos, foram utilizados questionários desenvolvidos para o efeito. Para a inteligência emocional, foi aplicado o Questionário de Regulação Emocional e para a autoeficácia, de forma global, a General Self-Efficacy Scale. O instrumento que avalia a autoeficácia para o contexto da dor foi desenvolvido para o presente estudo, intitulando-se Módulo de Autoeficácia para a Dor. Os dados foram recolhidos no Centro Hospitalar Universitário de São João, na consulta de Psicologia-Dor. Globalmente, no domínio da inteligência emocional, a reavaliação cognitiva e a supressão emocional apresentaram valores médios superiores aos descritos na literatura. Além disso, este construto mostrou estar significativamente relacionado com o sexo na dimensão da reavaliação cognitiva, não tendo sido encontradas relações estatisticamente significativas entre a inteligência emocional e as restantes variáveis sociodemográficas e clínicas analisadas. A autoeficácia deste estudo encontra-se em níveis abaixo do estado da arte, bem como da média da população portuguesa. A intensidade de dor demonstrou uma relação estatisticamente significativa com as três dimensões em simultâneo (inteligência emocional, autoeficácia e autoeficácia para a dor). Em indivíduos com dor leve a reavaliação cognitiva mostrou estar associada à supressão emocional e a autoeficácia demonstrou uma relação com a supressão emocional em indivíduos com dor moderada e com a reavaliação cognitiva na dor intensa. As implicações práticas dos resultados e o facto de haver construtos que necessitam uma maior atenção justificam a relevância de aprofundar a investigação nesta área.
