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- Síndrome de burnout na área de saúde e sua relação com a responsabilidade judicialPublication . Silveira, Daniela Maria Raulino da; Barros, CarlaA Síndrome de Burnout caracteriza-se pelo estresse ocasionado por demandas excessivas de trabalho, que causam nos profissionais exaustão física e psicológica. O profissional que se sente estressado, fadigado e descontente com seu trabalho está propenso a cometer erros, e quando esses profissionais são da área da saúde esses erros podem ser fatais. Diante disso, este estudo tem por objetivo principal verificar a ocorrência da Síndrome de Burnout entre médicos do estado do Amapá, a relação com “erro médico” e suas implicações na análise de crimes de responsabilidade médica. O estudo foi elaborado fazendo-se uso de um conjunto de pesquisa exploratória, descritiva, com adoção de técnicas de pesquisa bibliográfica e de levantamento. O tipo de estudo adotado foi o transversal e prospectivo, com enfoque predominantemente quantitativo. Foram entrevistados 112 médicos que atuam na rede de saúde pública e privada do estado do Amapá. Os resultados obtidos apontaram que a maioria dos participantes são homens, entre 35 a 39 anos, casados, com filhos, que trabalham como clínico geral tanto na área pública quanto privada, desempenhando sua função em mais de um lugar, em regime de plantão de até 24 horas, atendendo de 5 a 20 pacientes. Apesar da maioria não ter sido responsabilizada judicialmente, os que foram tiveram que responder, principalmente na esfera civil. Desses profissionais, 55% já se sentiram vazios emocionalmente, 52% tornaram-se mais insensíveis depois que começaram a trabalhar, porém a maioria dos médicos não demonstrou insatisfação com seu trabalho, afirmando inclusive que lidam bem com os problemas emocionais vivenciados no trabalho. Por fim, destaca-se a incipiência de estudos que associem a síndrome de Burnout com aqueles relacionados a perícia criminal e processos de crimes por erros médicos. Ademais enfatiza-se a necessidade de mais estudos sobre essa temática no estado do Amapá que tragam informações acerca da taxa de incidência de Burnout entre esses profissionais, associados aos erros que possam ter vindo a cometer por sofrer com essa síndrome, pois quanto mais conhecimento estiver disponível sobre essa condição, maiores serão as chances de tratamento para esses profissionais.
- A história da educação da mulher no Brasil contada pelos impressos: uma análise comparada do discurso das revistas femininas e de informação geral (1827-1997)Publication . Feliz, Juliana da Costa; Sousa, Jorge Pedro; Costa, EdwaldoO nível de escolarização feminina no Brasil tem se elevado, hoje superando os homens. A inversão aconteceu nos anos 1990, colocando as mulheres entre as mais escolarizadas. Nesse contexto, a questão-chave da pesquisa é elucidar de que modo a Imprensa abordou o tema “educação da mulher”, considerando mudanças legislativas e conquistas femininas. O recorte histórico compreende cinco marcos legais, desde a Lei Geral (1827) até a LDB (1996). A metodologia utilizada foi a Análise do Discurso Hermenêutica, numa vertente cultural e histórica, que enfatiza a interpretação textual. Para cada marco, foram selecionados dois periódicos, um de informação geral e outro feminino. Como geral: o Diário do RJ, a Revista Illustrada, O Cruzeiro e Veja; e femininos: O Espelho Diamantino, Echo das Damas, Jornal das Moças e Claudia. O objetivo geral foi analisar, comparativa e historicamente, o discurso da imprensa sobre a educação da mulher. Como objetivos específicos: a) verificar se o tema surge na cobertura; b) averiguar quais os subtemas abordados e a respectiva relevância no discurso; c) observar as eventuais mudanças no tom da cobertura; d) averiguar se as mudanças legislativas provocaram alterações no volume e no tom sobre o tema; e) indagar o gênero de quem escreveu sobre o tema; f) verificar quais foram as fontes e protagonistas, e o uso deles nos textos; e g) identificar, em termos gerais e comparativos, como a cobertura se posicionou sobre o tema. Os parâmetros metodológicos para as análises quantitativas e qualitativas do discurso foram construídos tendo como referência Barbosa, Bardin, Benetti e Lago, Charaudeau, Duarte e Barros, Iñiguez, Mota e Porto, Sousa e Wimmer e Dominick, adaptados às especificidades da investigação. O estudo foi norteado pelas pesquisas sobre gênero, mídia e educação de Bassanezi, Buitoni, Duarte, Hahner, Hollanda, Lopes, Louro, Muzart, Perrot, Rago, Romanelli, Saffioti, Del Priore e Telles. A investigação partiu de oito hipóteses e confirmou-se que: 1) a educação feminina foi abordada essencialmente desde a perspectiva da educação formal; 2) os periódicos compararam ao longo do tempo a educação dada a homens e mulheres, enfatizando as razões pelas quais deveria ser diferente ou semelhante; 3) com o tempo, e tendo em conta a mudança da sociedade brasileira e de seus valores, de uma atitude de oposição a uma educação formal emancipadora, passou-se ao apoio a esse tipo de educação, também, por comparação com países mais desenvolvidos; 4) é nos gêneros jornalísticos explicativos, interpretativos e opinativos que mais se nota o apoio ou oposição à educação das mulheres. As hipóteses confirmadas parcialmente: 5) o tema surge mais nos periódicos femininos do que nos de informação geral, até a redemocratização do Brasil (1988); e 6) as fontes oficiais protagonizam os textos sobre o tema, e tendo em conta que a maioria dos agentes políticos de decisão foram e são homens, então há um predomínio masculino entre fontes e protagonistas. As hipóteses que não se confirmaram: 7) nos momentos de debate e promulgação de novas leis educacionais, assistiu-se à intensificação do interesse dos impressos pelo tema; 8) até o ingresso em número relevante de mulheres nas redações nos anos 1990, a maioria dos textos relacionados ao tema foi escrita por homens. A tese foi estruturada em oito capítulos, sendo os dois primeiros dedicados à revisão de literatura, o terceiro metodológico, e os subsequentes destinados às análises. Após a conclusão da pesquisa, é possível afirmar que a imprensa brasileira abriu espaço para o debate sobre a educação feminina, mostrando-se mais favorável com o decorrer da história, especialmente a partir da redemocratização. Os impressos femininos tiveram discussões mais aprofundadas e pela perspectiva da garantia de direitos, enquanto os de informação geral trataram o tema de maneira mais objetiva e seguindo os valores da sociedade em cada época.
