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- Espiritualidade e personalidade: relações em estudantes do ensino superiorPublication . Peixoto, Ana Carina; Santos, Carla Bernardett; Meneses, RuteIntrodução: A espiritualidade define-se como um construto dinâmico e subjetivo, baseado na experiência e vivência das relações do quotidiano, assumindo-se dessa forma como uma importante dimensão para a qualidade de vida do indivíduo (Koenig, King & Carson, 2012). Ao apresentar-se como uma experiência humana que engloba interações bio-psico-socio-espirituais, a espiritualidade evidencia-se como indicador de bem-estar, de saúde física e mental. Dada a sua ampla abrangência e impacto, diversos estudos têm apontado para a potencial relação entre espiritualidade e personalidade, podendo as crenças e a esperança/otimismo mobilizar energias e iniciativas positivas e associar-se assim com os diferentes traços de personalidade. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo explorar a relação entre espiritualidade e personalidade, em estudantes do ensino superior. Método: Neste estudo transversal, descritivo correlacional, um questionário sociodemográfico desenvolvido para o efeito, a Escala de Espiritualidade (Pinto & Pais- Ribeiro, 2007) e o NEO-FFI (Lima & Simões, 2000) foram administrados, em contexto grupal de sala de aula, antes da pandemia, a 200 estudantes, com idade média de 23 anos, de três instituições do ensino superior do Norte de Portugal. Resultados: Os domínios da espiritualidade correlacionaram-se com os traços de personalidade neuroticismo, extroversão, amabilidade e conscienciosidade. Conclusão: Já que as crenças e a esperança/otimismo, bem como a espiritualidade como um todo, têm demonstrado um efeito protetor ao nível da qualidade de vida, bem-estar, saúde física e mental, os presentes resultados sugerem a pertinência de identificar características de personalidade que poderão aumentar o risco em termos de (baixa) espiritualidade (e pior qualidade de vida, bem-estar e saúde) junto de estudantes do ensino superior. Esta identificação poderá permitir aumentar a eficácia das intervenções destinadas a promover a espiritualidade (e, consequentemente, a qualidade de vida, bem-estar e saúde).
- Bem-estar psicológico de estudantes do ensino superior e seus correlatos sociodemográficos e psicossociaisPublication . Soares, Lucília; Meneses, RuteA elevada percentagem de estudantes do ensino superior que habitualmente experiencia problemas psicológicos consideráveis, mesmo em períodos de não pandemia, faz com que os profissionais envidem esforços para optimizar as estratégias de intervenção psicológica destinadas a esse grupo. Neste contexto, concebeu-se um projeto com o objetivo de desenvolver um programa de intervenção em grupo breve com base na perspetiva eudaimónica (modelo de Carol Ryff e teoria de autodeterminação de Ryan e Deci) e contributos da espiritualidade e da Psicologia Positiva para o Bem-estar Psicológico (BEP). Numa primeira fase, optou-se por avaliar o BEP de estudantes do ensino superior e explorar a sua relação com indicadores psicossociais e sociodemográficos – idade, sexo, nível socioeconómico (percebido), nível habilitacional, exercício ou não de atividade profissional concomitante, estado civil e existência ou não de uma relação estável, qualidade (percebida) do sono, saúde, alimentação e relacionamento com o/a companheiro/a, familiares e amigos, e existência de crenças religiosas e práticas públicas e privadas. Assim, 178 estudantes responderam, em contexto grupal de sala de aula, a um questionário de indicadores sociodemográficos e psicossociais, desenvolvido para o efeito, e à escala de BEP de Ryff de 84 itens adaptada por Novo et al. (1997). Os resultados mostraram que: a) cerca de 17% dos participantes tinham um baixo nível de BEP; b) os indicadores de BEP se correlacionavam de forma diversa com os indicadores sociodemográficos e psicossociais considerados: não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas médias do BEP Total em função do sexo, nível habilitacional, nível socioeconómico (percebido), estado civil, grupo etário, exercício, ou não, de atividade profissional concomitante e existência, ou não, de crenças e de práticas religiosas, públicas ou privadas; verificaram-se diferenças estatisticamente significativas nas dimensões Crescimento Pessoal e Propósito na Vida em função do sexo e nível habilitacional e na dimensão Propósito na Vida em função das práticas religiosas privadas. Constatou-se uma fraca correlação do BEP Total com a idade e a existência de relações estatisticamente significativas entre a qualidade (percebida) do sono, alimentação e relações interpessoais (companheiro/a, familiares e amigos), com particular relevância para estes últimos, quer para o BEP Total quer para várias dimensões do modelo. Concluindo-se que o uso de um índice global de BEP pode ser pouco discriminante, e que o padrão de relações entre as variáveis não era linear, o programa delineado, especificamente destinado aos indivíduos com baixo BEP, é constituído por 12 sessões, de modo a focar as diferentes dimensões do modelo de Ryff, pensamentos, actividade física e relaxamento, espiritualidade e integração de ganhos.