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- Processo de mudança em psicoterapia: a perspetiva do clientePublication . Ferreira, Cíntia Mónica Antunes; Alves, Sónia; Pires, NunoObjetivo: O objetivo principal do presente trabalho é o de descrever a perspetiva de clientes adultos sobre a terapia e comparar as experiências entre aqueles que abandonaram precocemente o processo psicoterapêutico e os que lhe deram continuidade no que se refere às mudanças percebidas, às atribuições, aos aspetos úteis e aos aspetos problemáticos. Método: Para se atingir o objetivo acima descrito, recorreu-se a uma amostra de conveniência de clientes de idade adulta que estiveram em acompanhamento psicológico numa Clínica Pedagógica de Psicologia de uma Universidade do Norte de Portugal e aos quais foi realizada a Entrevista de Mudança Psicoterapêutica (adaptação da Client Change Interview, Elliot, Slatick & Urman, 2001), cujas transcrições foram analisadas. Participaram no estudo 12 clientes, 6 dos quais concluíram o acompanhamento psicológico (alta clínica), tendo os restantes interrompido precocemente o processo (dropout). Trata-se de um estudo observacional, descritivo de nível 1, onde foi utilizada uma metodologia mista, com recurso à análise temática da Entrevista de Mudança Psicoterapêutica e ao estudo descritivo e inferencial dos parâmetros “mudanças percebidas”, “atribuições”, “aspetos úteis” e “aspetos problemáticos” entre os grupos considerados (alta e dropout). Resultados: No que diz respeito às mudanças percebidas, a mudança mais vezes identificada pelos participantes foi a da “Maior resiliência/Capacidade de enfrentar”. No âmbito das atribuições para as mudanças, a categoria com maior número de respostas foi “Terapeuta/Relação terapêutica”. Os “Aspetos relacionados com o processo” são referidos como os principais aspetos úteis identificados pelos participantes, sendo que quantos aos aspetos problemáticos as categorias consideradas (“Aspetos relacionados com o processo” e “Aspetos relacionados com a estrutura e funcionamento da clínica”) tiveram o mesmo número de respostas. Em relação à experiência relatada pelos clientes em função do estado do acompanhamento, os participantes que tiveram alta clínica identificaram um número de mudanças, de atribuições e de aspetos úteis significativamente superior aos participantes que fizeram dropout. Neste sentido, e quanto às mudanças, os participantes que tiveram alta clínica registaram mais ocorrências na categoria “ Maior resiliência/ Capacidade para enfrentar” enquanto os participantes que fizeram dropout registaram o mesmo número de respostas em todas as categorias (“Maior resiliência/ Capacidade para enfrentar”; “Alívio/Autoconhecimento/ Autoestima”; “Controlo emocional”; “Facilidade na socialização/ Relação com outros”). No que diz respeito às atribuições, a categoria mais referida pelos participantes que tiveram alta foi “Terapia SOE”, e por parte dos participantes que fizeram dropout foi “Terapeuta/ Relação terapêutica”. Quanto aos “Aspetos úteis” os participantes que tiveram alta pontuaram de igual forma para as categorias consideradas (Aspetos relacionados com o processo”; “Aspetos relacionados com o resultado”), enquanto os participantes que fizeram dropout referiram mais vezes a categoria “Aspetos relacionados com o processo”. Por fim, quanto aos aspetos problemáticos, os participantes com alta referiram mais vezes a categoria “Aspetos Relacionados com o processo” e os participantes que fizeram dropout registaram mais ocorrências na categoria “Aspetos relacionados com a estrutura e funcionamento da clínica”. Conclusões: Os participantes consideram que a terapia lhes proporcionou mudanças, sentindo-se estes (por esta ordem) mais capazes de lidar com as dificuldades, mais relaxados/despreocupados e autoconscientes, com maior diversidade experiencial e melhor capacidade de comunicação. Os resultados obtidos permitem-nos referir que os participantes atribuem, em primeiro lugar, as mudanças percecionadas ao terapeuta, seja à relação que estabeleceram com ele, seja ao trabalho por ele realizado e, neste sentido, referem como aspetos úteis o apoio dado pelo terapeuta, o aumento da sua autoeficácia e a compreensão aprofundada de algumas experiências/situações vivenciadas. No que diz respeito aos aspetos problemáticos, os participantes referem, sobretudo, a pressão para falar e as questões relacionadas com a confidencialidade.
- Ácido hialurónico e neocolagénese: a importância na harmonização orofacial – uma revisão narrativaPublication . Amroun, Linda Djohra; Sequeira, Teresa; Silveira, AugustaO ácido hialurónico desempenha um papel fundamental no funcionamento da matriz extracelular. É um seu componente fundamental, importante na morfogénese e contribui significativamente para a hidrodinâmica dos tecidos, migração e proliferação celular. O objectivo desta revisão narrativa, é analisar o papel do ácido hialurónico em harmonização orofacial e simultaneamente compreender o seu papel na neocolagénese enquanto bioestimulador de colagénio. Procedeu-se ao levantamento de artigos nas bases de dados PubMed, Bon, Elsevier, Science Direct, considerando essencialmente os últimos 5 anos de publicação (2016 a 2021). A presença de ácido hialurónico tem sido associada ao aumento da síntese de colagénio nos tecidos mediante a ligação a receptores membranares tais como cluster de diferenciação 44 e o receptores para a motilidade mediada por hialurano. A introdução de ácido hialurónico na derme, estimula os fibroblastos a produzir colagénio tipo I. Essa estimulação está associada a um aumento localizado das forças mecânicas, indicado pelo alongamento dos fibroblastos, sendo mediada por uma regulação positiva do receptor do fator de crescimento transformante beta e do fator de crescimento do tecido conjuntivo. O conhecimento dos princípios de bioestimulação e neocolagénese são fundamentais para melhor compreender o mecanismo de acção dos vários bioestimuladores, bem como selecionar a melhor opção em função da biologia do paciente. Será este conhecimento dos profissionais de saúde em harmonização orofacial, que os capacitará – a mais do que dominar um conjunto de técnicas injetáveis – a entender que os princípios da harmonização orofacial integram biomedicina, biomateriais, farmacologia, engenharia e vão ciência fora, longe de encontrar fronteiras!
- A (in)definição e emergência do jornalismo humanitário: a cobertura mediática do conflito de Cabo Delgado no jornal PúblicoPublication . Melo, Ana Catarina das Neves Castro e; Pinto, Ricardo JorgeO conceito de Jornalismo Humanitário, teorizado nesta investigação, inclui e integra os propósitos de diversos movimentos jornalísticos que, nos últimos 30 anos, têm vindo a considerar a importância dos média se centrarem, também, na proximidade social, na causa humana e na defesa dos seus direitos. Esta investigação assume, pois, o objetivo de contribuir para “construir um jornalismo capaz de reduzir o sofrimento humano e, sobretudo, impedir que ele se dê em silêncio e na opacidade, marcado pelo véu do esquecimento e pela rotina da normalidade”. (Victor, 2018, p. 97). Valendo-se da expectativa de uma necessária reinvenção do Jornalismo, este trabalho pretendeu perscrutar o conceito de Jornalismo Humanitário, questionando a sua existência em Portugal. Considerando a tipicidade do conceito e a exígua investigação empírica sobre a temática em contexto português, nomeou-se como estudo de caso – A cobertura mediática do conflito de Cabo Delgado no jornal Público, como instrumento de investigação de método qualitativo. Constatada a inexistência, no referido meio de comunicação, do titulado Jornalismo Humanitário, protagonizado por jornalistas especializados, e com conteúdos publicados em secção autónoma, com espaço permanente para a sua discussão e financiamento previsto para a sua execução, urge indagar sobre a responsabilidade que os média detêm sobre os conteúdos partilhados e a premente integração efetiva das temáticas humanitárias na agenda informativa.