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- Vitimização e insegurança da população LGBT em Teresina-PIPublication . Petit, Josefa Gabriela Coêlho; Santos, LuísConfundir e difundir a heteronormatividade como padrão de normalidade contribui para estigmatizar a população LGBT ao abrir caminho para a perpetração e, não raras vezes, legitimação de múltiplas formas de violência precocemente experienciada em contextos como a família, a escola, o trabalho e a comunidade. O presente estudo explora as experiências de vitimização de pessoas LGBT, em Teresina-PI, contextualizando-as à luz de fatores individuais, históricos, políticos e socioculturais e problematizando as circunstâncias da emergência, do desenvolvimento e da avaliação das experiências de vitimização. Foram realizadas entrevistas online, semi-estruturadas, a 11 pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos que se auto apresentaram como não heterossexuais. Os discursos dos participantes foram organizados de acordo com a análise temática, tendo sido identificados três temas: i) o machismo estrutural e a prevalência da cultura heteronormativa; ii) as realidades dos sujeitos; e iii) o papel da vítima e as diferentes formas de violência. Em geral os resultados apontam para a prevalência de múltiplas formas de violência, via de regra perpetradas por conhecidos e parentes e explicadas pela maioria dos entrevistados como algo que passa de geração para geração. Destacam ainda a força de discursos sociais negativos a respeito da população LGBT, baseados em questões religiosas, às quais o atual cenário político será favorável, e à descrença nos sistemas protetivos, o que exacerba sentimentos de insegurança. Por outro lado, os resultados dão visibilidade a uma transformação ativa dos sujeitos LGBT face às experiências das quais foram vítimas, colocando em evidência a força e a importância dos movimentos associativos na afirmação de direitos e de si. Tais mobilizações, tanto sociais quanto individuais, favorecem sentimentos de aceitação e pertencimento, facilitando desde o processo de “sair do armário”, à denúncia de atos de violência e de educação da população a respeito da diversidade sexual.