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- Estilos parentais e perceção de autoeficácia em pais de crianças dos 0 aos 6 anos: interface com fatores de risco e proteção no desenvolvimento precocePublication . Távora, Lúcia Menezes; Marinho, SusanaOs estilos parentais são uma variável cada vez mais estudada no âmbito do desenvolvimento infantil. A perceção de autoeficácia tem vindo a surgir no contexto de uma parentalidade positiva, como potencial moderadora de impacto dos fatores de risco. A presente investigação teve como objetivo explorar os estilos parentais assim como a perceção de autoeficácia parental (competência parental e expetativa de desempenho parental) em progenitores de crianças em idade pré-escolar, analisando o impacto dos fatores de risco e de proteção no desenvolvimento infantil, em dois grupos: crianças em Educação Infantil (EI) e crianças em Intervenção Precoce na Infância (IPI). Procedeu-se à tradução e adaptação da escala EIPSES – Early Intervention Parenting Self-Efficacy Scale (Guimond, Wilcox & Lamorey, 2008), para a língua portuguesa denominada de EAEP – Escala de Autoeficácia Parental (Távora & Marinho, 2019). Participaram no estudo 170 mães/pais de crianças dos 0 aos 6 anos de idade aos quais, para além da EAEP, foi administrado um questionário sociodemográfico e o Questionário de Estilos Parentais (QEP) (Santos & Cruz, 2008). Ambas as escalas demonstraram níveis de consistência interna aceitáveis. Foram observadas diferenças significativas entre grupos (EI e IPI) na perceção de autoeficácia parental e estilos parentais nas variáveis habilitações literárias, género do progenitor e número de filhos. Observaram-se associações significativa entre os estilos parentais e a perceção de autoeficácia parental e as seguintes variáveis: idade do progenitor (os progenitores mais velhos, tendem a manifestar menor perceção de autoeficácia e a competência parental); idade da criança (com o aumento da idade da criança, os progenitores tendem a apresentar estilos parentais mais autoritativo e autoritários) e idade gestacional (com crianças de termo de gestação, os progenitores tendem a ser menos permissivos). Além de associações estatisticamente significativas entre os grupos (EI e IPI) no que se refere à necessidade de reanimação/aspiração do bebé e à presença de problemas desenvolvimentais e de saúde. Em ambas as ocorrências (presença de problemas desenvolvimentais e necessidade de reanimação/aspiração, a percentagem foi mais elevada no grupo de IPI. Foram ainda observados valores mais elevados de autoeficácia parental no que diz respeito à expetativa de desempenho parental e um maior número de fatores de risco ambiental, na generalidade, no grupo de EI. No grupo de IPI verificou-se uma perceção de competência parental mais elevada. Já no que se refere aos estilos parentais, os resultados apontam para uma relação positiva entre o estilo autoritativo e a competência parental, enquanto o estilo permissivo parece associar-se a uma perceção de autoeficácia parental mais baixa, quer na componente da competência parental quer na da expetativa de desempenho parental. Por fim, ainda foram reveladas associações inversas entre o estilo autoritário, a perceção de autoeficácia parental e a expetativa de desempenho parental. O estudo realizado contribuiu para a adaptação da EAEP, assim como para a análise das relações entre os estilos parentais e autoeficácia parental em contexto de EI e IPI. Permitiu ainda a compreensão de algumas variáveis individuais, do contexto, da criança e fatores de risco que poderão ter impacto no desenvolvimento infantil. De um modo geral, foram obtidos mais dados acerca da relação entre os estilos parentais com a perceção de autoeficácia parental, mediados pelo contexto e que vão ter influência no desenvolvimento infantil. É de destacar que, apesar de se ter verificado exposição a alguns fatores de risco, os progenitores mostraram níveis elevados de autoeficácia parental e uma tendência frequente de recorrer ao estilo autoritativo, independentemente do grupo (EI ou IPI). Os resultados obtidos permitir observar algumas associações importantes e não verificaram o papel de outros identificados na literatura, como a associação de alguns fatores de risco ao desenvolvimento atípico.
