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- Riscos associados à terapêutica prolongada com inibidores da bomba de protõesPublication . Carvalho, Patrícia Alexandra Almeida; Pimenta, Adriana; Souto, RenataOs inibidores da bomba de protões (IBP) são um grupo farmacoterapêutico com uma elevada relevância no tratamento de patologias gástricas. As suas indicações clínicas incluem o tratamento de úlceras gástricas, duodenais e de stress, da esofagite erosiva, do refluxo não erosivo, da dispepsia, da doença de refluxo gastroesofágico e da síndrome de Zollinger-Ellison. O mecanismo de ação dos IBP baseia-se na inibição irreversível da bomba de protões H+/K+ ATPase. Assim, conseguem inibir a produção de ácido e aumentam o pH estomacal, combatendo a acidez provocada pelas patologias gástricas. Trata-se de um dos grupos de fármacos mais vendidos a nível mundial, representando milhões de vendas em cada país. Estudos realizados comprovaram que o seu consumo tem vindo a aumentar, e a cada 2 anos as prescrições destes medicamentos poderão aumentar cerca de 3 vezes. No entanto, estima-se que cerca de 40% destas prescrições de IBP não têm uma indicação clara para a sua utilização. O baixo custo, o fácil acesso ao medicamento, a falta de controlo médico e a suposta segurança destes fármacos são os principais fatores que contribuem para um uso excessivo e desadequado. Os IBP são fármacos com alguns riscos associados e a sua utilização indiscriminada e de forma prolongada pode originar importantes distúrbios. A hipocloridria, a alteração da microbiota e interações de metabolização são os principais desequilíbrios associados à utilização de IBP de forma prolongada. Como consequência, a exposição continuada a estes fármacos pode diminuir a absorção de minerais e nutrientes fulcrais para o organismo, aumentar o risco de demência, fraturas ósseas, infeções entéricas, desenvolvimento de pólipos estomacais, desenvolvimento de pneumonias, aumentar o risco cardiovascular e desencadear lesões renais. Os riscos e benefícios do uso prolongado destes fármacos devem ser ponderados e a prescrição médica deve ser reavaliada e reajustada, para que haja uma otimização da sua utilização.
