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- Psicologia & medicina física e de reabilitação: da literatura à prática hospitalarPublication . Sousa, Jéssica Filipa Ferreira de; Meneses, RuteA Medicina Física e de Reabilitação (MFR) é uma especialidade médica focada na reabilitação como estratégia de saúde, que inclui no seu processo o diagnóstico e o tratamento de patologias (Amorim, 2010). A eficácia da MFR ocorre através da implementação e integração de intervenções a nível biomédico, psicológico, comportamental, educacional, entre outros (União Europeia de Médicos Especialistas [UEMS], 2009). A Psicologia, como ciência que estuda as interações de um indivíduo com o ambiente envolvente, desempenha um papel fulcral na avaliação, prevenção, tratamento e reabilitação de disfunções psicológicas em indivíduos com doenças físicas (Trindade & Teixeira, 1998). Para isso, os psicólogos mantêm um papel ativo nas equipas multidisciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares, particularmente nos domínios comportamental, cognitivo, emocional e de gestão de papéis associados com a forma como os indivíduos continuam a sua vida (Peduzzi, 2001). Apesar da escassez de informação sobre a associação destas duas áreas da saúde, existe documentação científica sobre patologias transversais à MFR e à Psicologia, tais como Acidente Vascular Cerebral (AVC), Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), e depressão. Motivado pelas evidências sobre a efetividade da intervenção psicológica na redução dos custos com os serviços de saúde, o presente estudo procura contribuir para o aumento do conhecimento nesta área, promovendo o reconhecimento da importância do papel da Psicologia na MFR, direcionado para a avaliação e intervenção junto da população que a MFR atende. A presente dissertação é constituída por dois artigos. O primeiro apresenta uma revisão sistemática da literatura, referente ao período 2000-2017, recorrendo à SciELO, B-ON e PubMed, de modo a determinar em que áreas da saúde a Psicologia e a MFR produzem desfechos benéficos para os indivíduos quando trabalham em conjunto. O segundo artigo, com abordagem quantitativa, apresenta a caracterização sociodemográfica e clínica de 66 adultos que procuraram atendimento nas unidades de Psicologia e de MFR do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa, no ano de 2016, através da análise documental, sem acesso aos utentes e garantindo o seu anonimato. Globalmente, não houve total convergência entre os resultados dos dois estudos realizados. A revisão sistemática apontou que as duas unidades de saúde estudadas tornam-se de primordial importância na melhoria da qualidade de vida de utentes com AVC, TCE e incontinência urinária. O estudo empírico revelou as perturbações de humor como a principal patologia transversal, com maior incidência no sexo feminino, entre os 52 e os 61 anos. Os resultados obtidos podem contribuir para definir estudos que explorem a necessidade de avaliação de rotina de variáveis, como a dor, e de avaliações periódicas das intervenções, bem como a pertinência de integrar novos modos de intervenção (p.e., psicoeducação em grupo, fornecimento de materiais escritos ou em áudio).