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- Inteligência emocional, bem-estar e saúde mental: um estudo com técnicos de apoio à vítimaPublication . Prior, Ana Inês Santos; Fonte, CarlaA saúde mental pode ser percebida como não sendo somente a ausência de doença mental, mas também como a presença de bem-estar, sendo um aspeto elementar da qualidade de vida (Keyes, 2006). A investigação efetuada à volta deste construto permite considerar que se trata de um estado de funcionamento pleno (Keyes, Dhingra & Simões, 2010). A operacionalização da saúde mental positiva sugerida por Keyes (2002) é consistente com as componentes que originam o conceito de saúde mental, formulado pela Organização Mundial de Saúde, nomeadamente o sentimento de bem-estar, o funcionamento individual eficiente e o funcionamento eficaz em comunidade (Westerhof & Keyes, 2010, citados por Machado & Bandeira, 2015). Neste sentido, esta investigação procurou verificar a possibilidade da Inteligência Emocional se apresentar como um fator protetor da saúde mental dos técnicos de apoio à vitima, da Associação Portuguesa de Apoio à Vitima. Esta investigação é composta por um total de 50 participantes, com idade média de 32,02 anos (dp=11,415), onde 94% são do sexo feminino e 6% do sexo masculino. Para recolha de dados foram utilizadas a Versão Portuguesa da Escala de Inteligência Emocional de Wong & Law (2002) e o Mental Health Continuum- Short Form: o continuum de saúde mental- versão reduzida (Keyes,2002) versão portuguesa. No decorrer desta investigação foi percetível que os níveis de inteligência emocional nesta amostra estão equilibrados, significando assim que a amostra apresenta bons resultados no que respeita a estas capacidades, bem como que a inteligência emocional está associada à saúde mental dos/as técnicos/as. Esta afirmação é evidenciada pelos resultados, na medida em que o bem-estar emocional, bem-estar social e o bem-estar psicológico da amostra aumenta, em função do aumento das capacidades em avaliar as próprias emoções, avaliar as emoções nos outros, usar as emoções e regular as emoções. Globalmente os resultados permitem identificar uma associação positiva e significativa entre a inteligência emocional e a saúde mental dos técnicos/as de apoio à vítima, evidenciando assim que o bem-estar aumenta conforme a sua relação com as devidas dimensões da inteligência emocional e, ainda, permitem-nos considerar este conjunto de participantes como emocionalmente inteligentes. Os sujeitos que apresentem maiores níveis de inteligência emocional, apresentam maior capacidade em regular as suas emoções de forma adaptativa e funcional, mesmo quando inseridos em situações que dificultam esta regulação. Assim, ao ser condicionada a regulação emocional, esta vai influenciar o bem-estar (Mendes, 2014). Os dados obtidos permitem-nos assim considerar a inteligência emocional como um fator protetor da saúde mental.
- Variáveis clínicas e sociodemográficas em adultos com e sem perturbações emocionais: um olhar sobre os clientes de uma Clínica Pedagógica de PsicologiaPublication . Nogueira, Gorete Eugénia da Costa; Fonte, CarlaCada vez mais se vai verificando que a população a nível global sofre de perturbações mentais, aumentando nos últimos anos a incidência das perturbações de ansiedade e depressão. São cerca de 450 milhões de pessoas a nível global que sofrem de doenças mentais, segundo a Organização Mundial de Saúde (2002). O conceito de doenças mentais, ainda não apresenta uma definição específica, no entanto a literatura evidencia que interfere claramente com o funcionamento cognitivo, emocional e social do indivíduo (OMS, 2002). Segundo a Organização Mundial de Saúde (2002), uma em cada quatro pessoas será afetada por uma perturbação mental em certa etapa da vida. Assim sendo, é possível verificar que as variáveis clínicas e sociodemográficas dos indivíduos podem ser fatores de risco para o desenvolvimento das perturbações emocionais (Direção Geral da Saúde, 2002). Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo geral caraterizar e analisar as variáveis clínicas e sociodemográficas em adultos com e sem perturbações emocionais. A amostra do estudo em questão é composta por 68 indivíduos, dos quais 66,18% do sexo feminino (n = 45), e 33,8% do sexo masculino (n = 23). Estes indivíduos têm idades compreendidas entre os 18 e 86 anos (M = 40,25 e um DP = 15,15). Para a execução desta investigação, procedeu-se à recolha documental dos processos da Unidade de Consulta Psicológica de Adultos e Unidade de Psicologia Forense dos anos de 2015 a 2017 na Clínica Pedagógica de Psicologia da Universidade Fernando Pessoa. Nesta recolha foram analisadas as variáveis clínicas, obtidas pelos dados da entrevista clínica e pelos resultados do BSI – Brief Symptom Inventory (Canavarro, 2007) e sociodemográficas, dos indivíduos da amostra que tiveram acompanhamento psicológico neste serviço. Relativamente às variáveis sociodemográficas, os resultados indicam que são as mulheres com uma média de idade de 40 anos; os indivíduos que vivem em zonas sub-urbanas; os casados/união de facto e os indivíduos que estão empregados que apresentam a maior percentagem de perturbações emocionais. No que diz respeito às variáveis clínicas, verificou-se que a amostra em questão apresentou valores indicativos de perturbação emocional. Além disso, constata-se que o grupo de indivíduos que tem perturbação emocional em comparação com os grupos que não têm apresenta valores mais elevados nas dimensões obsessões/compulsões e depressão. Estes dados permitem compreender melhor as variáveis sociodemográficas e clínicas associadas à ansiedade e depressão, dando indicadores relevantes para a organização dos serviços clínicos, mas também para a intervenção psicológica.