Browsing by Author "Silva, Daniela Freitas"
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- Anquiloglossia: implicações anatómicas e funcionais na cavidade oralPublication . Silva, Daniela Freitas; Macho, Viviana; Azevedo, Joana FerreiraIntrodução: A anquiloglossia é uma condição anatómica e funcional caracterizada pela restrição dos movimentos da língua devido à presença de um freio lingual encurtado, que limita sua mobilidade e flexibilidade. Esse encurtamento pode resultar de fatores genéticos, condições sindrómicas ou como consequência de intervenções cirúrgicas prévias. O diagnóstico e tratamento da anquiloglossia, especialmente em pacientes pediátricos, são de relevância particular, pois esta condição exerce impactos significativos sobre o desenvolvimento craniofacial e orofacial. Objetivos: Esclarecer a influência da anquiloglossia nas funções orais essenciais, como amamentação, deglutição e mastigação, com o objetivo de investigar suas implicações na vida de pacientes pediátricos, principalmente no que diz respeito ao crescimento e desenvolvimento adequados da cavidade oral. Material e Métodos: A metodologia foi realizada através de uma pesquisa nas bases de dados PubMed e Scielo. Foram utilizadas as seguintes combinações dos termos de pesquisa com o marcador boleano “AND” e “OR”: “lingual frenulum”, “tongue frenulum”, “ankyloglossia”, “breastfeeding”, “pediatric dentistry”, “occlusion”, “tongue mobility”, “swallowing”, “baby” e “newborns”. De acordo com os resultados da pesquisa foram selecionados 61 artigos. Resultados: Estudos mostraram que um freio lingual curto é um fator que pode comprometer a eficácia da amamentação. Essas dificuldades não apenas afetam o vínculo materno-infantil, mas podem resultar em desmame precoce e na introdução de alimentação artificial, que pode ser prejudicial ao desenvolvimento craniofacial ideal. A influência da anquiloglossia sobre o desenvolvimento dos músculos e das funções mastigatórias também merece destaque. Entretanto, quando o aleitamento natural é substituído por alimentação artificial, o padrão de uso muscular é alterado, promovendo uma contração exacerbada dos músculos bucinador e orbicular da boca. Essa adaptação para o aleitamento artificial aumenta o risco de compressão maxilar e outras alterações estruturais que podem impactar negativamente o desenvolvimento facial. A anquiloglossia também modifica a mecânica da mastigação, que se torna anteriorizada e predominantemente unilateral. Essa adaptação pode conduzir a maloclusões dentárias, como mordida cruzada anterior e posterior e mordida aberta. Adicionalmente, a limitação da mobilidade lingual leva a adaptações respiratórias, como a respiração oral, que pode comprometer o desenvolvimento facial e causar alterações posturais e fonéticas a longo prazo. Conclusões: A anquiloglossia contribui para um desenvolvimento craniofacial desequilibrado, com consequências que se estendem para o crescimento das vias aéreas e até para o padrão respiratório, influenciando a postura e a função fonética. Evidências científicas demonstraram, portanto, que a anquiloglossia interfere nas funções fundamentais de amamentação, deglutição e mastigação, com consequências que não se restringem à função oral, mas que também afetam o desenvolvimento craniofacial integral.
