Browsing by Author "Monteiro, Mariana Sofia Duarte"
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- O papel do suporte social na qualidade de vida de utentes hospitalizadosPublication . Monteiro, Mariana Sofia Duarte; Costa, AnaA presente investigação analisa a relação entre o suporte social percebido e a qualidade de vida de utentes hospitalizados em unidades de convalescença, reabilitação e cuidados paliativos. Partindo da evidência de que a hospitalização representa um período de fragilidade física, emocional e social, o estudo identifica o suporte social como um fator protetor com impacto direto no bem-estar dos pacientes. Considera-se que não é apenas o apoio efetivamente recebido que influencia a qualidade de vida, mas sobretudo a perceção subjetiva que os indivíduos têm da disponibilidade e adequação desse suporte. O suporte social é conceptualizado em dimensões como apoio emocional, instrumental, informativo e material, podendo provir de fontes formais (como profissionais de saúde) e informais (como família e amigos). A qualidade de vida, por sua vez, é entendida como um constructo multidimensional que abrange domínios físicos, psicológicos, sociais e ambientais, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde através do instrumento WHOQOL-BREF. A investigação adotou uma metodologia quantitativa, com desenho correlacional. A amostra foi composta por 84 participantes hospitalizados, 66,7% do sexo feminino e 33,3% do sexo masculino. A idade média foi de 80,25 anos (DP = 11,656). Foram utilizados questionários validados, Escala do Suporte Social e WHOQOL-BREF, para avaliar o suporte social percebido e a qualidade de vida. A recolha de dados decorreu em contexto hospitalar, mediante o consentimento informado, com aplicação individual dos instrumentos. Os resultados indicaram uma correlação positiva significativa entre suporte social percebido e qualidade de vida (r = 0,692; p < 0,001). Constatou-se que os níveis mais altos de suporte social estavam associados a melhor perceção da qualidade de vida, sendo a intimidade a dimensão de suporte mais influente nos domínios psicológico e físico. A satisfação com amigos também teve um impacto relevante, sobretudo no domínio das relações sociais. Foram observadas diferenças importantes entre os tipos de unidades hospitalares. Os utentes em cuidados paliativos revelaram os níveis mais baixos tanto de suporte social como de qualidade de vida, contrastando com os de reabilitação, que apresentaram os melhores indicadores. Também se verificou que fatores como sexo, número de filhos, tempo de internamento influenciam significativamente tanto a perceção do suporte social quanto os resultados nos diferentes domínios da qualidade de vida. O estudo demonstra que a qualidade de vida de pacientes hospitalizados não depende apenas de fatores clínicos, mas também da presença de redes de apoio que promovem o bem-estar psicológico e emocional. A perceção de suporte especialmente a proximidade emocional e a participação social revelam-se fundamental para enfrentar os desafios do internamento.
