Browsing by Author "Ferreira, Ana Maria da Conceição"
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- COVID-19 e confinamento: impacte da qualidade do ar interior residencial na saúde dos trabalhadores em teletrabalhoPublication . Ferreira, Ana Maria da Conceição; Barros, NelsonDevido à recente pandemia COVID-19, as pessoas, de uma forma geral, e os portugueses especificamente, têm vindo a passar mais tempo em ambientes fechados, nomeadamente dentro das suas habitações, por forma a cumprirem o isolamento social e a obrigatoriedade do teletrabalho, estando assim, mais expostos a eventuais poluentes do ar interior. Para além da contaminação atmosférica no exterior dos edifícios, a exposição a poluentes no interior das habitações contribui fundamentalmente para a exposição humana global, podendo condicionar a expressividade e gravidade das doenças respiratórias, cardiovasculares e alérgicas. A presente investigação teve como principal objetivo avaliar a qualidade do ar interior (QAI) das habitações de trabalhadores de uma Instituição de Ensino Superior (IES) sedeada na zona centro do País, que se encontravam em teletrabalho. Foram estudadas as concentrações no ar interior das habitações (expostos) e nos locais de trabalho habituais (controlo), através da análise dos parâmetros ambientais, dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), formaldeído (CH2O), partículas de diâmetro equivalente inferior a 10 μm (PM10), partículas de diâmetro equivalente inferior a 5 μm (PM5,0), partículas de diâmetro equivalente inferior a 2,5 μm (PM2,5), partículas de diâmetro equivalente inferior a 1 μm (PM1,0), partículas de diâmetro equivalente inferior a 0,5 μm (PM0,5), partículas de diâmetro equivalente inferior a 0,3 μm (PM0,3) e partículas ultrafinas, avaliando igualmente o conforto térmico, expresso pelas variáveis temperatura do ar (T°), humidade relativa (Hr) e velocidade do ar. Pretendeu-se, simultaneamente avaliar a prevalência de sinais, sintomas e patologias respiratórias e alérgicas dos trabalhadores que se encontravam em teletrabalho, nas suas habitações. Foi ainda objetivo desta investigação, verificar se existia alguma relação entre a QAI e a qualidade do ar ambiente, pelo que os poluentes a observar no ar interior também foram observados no ar exterior. O estudo classificou-se de nível II, do tipo observacional e de linha temporal transversal. A amostragem foi não probabilística quanto ao tipo e por conveniência quanto à técnica. Para a realização deste estudo procedeu-se à avaliação da qualidade do ar em 70 habitações pertencentes a trabalhadores de uma IES, que se encontravam localizadas no centro da cidade, em zonas suburbanas e em zonas rurais, bem como à avaliação da perceção da sua condição de saúde. A perceção da condição de saúde dos trabalhadores foi obtida pela aplicação de um questionário através do qual se recolheu informação sobre sinais, sintomas e doenças destes. Para além da avaliação dos poluentes do ar interior nas habitações, aquando do confinamento dos trabalhadores, procedeu-se posteriormente à avaliação da qualidade do ar dos seus locais de trabalho, quando estes regressaram ao trabalho, de forma presencial. A amostra foi constituída por 70 habitações, por 70 trabalhadores e por 18 locais de trabalho. Os dados recolhidos foram posteriormente tratados com recurso ao software estatístico SPSS, versão 27.0. A interpretação dos testes estatísticos foi realizada com base no nível de significância de p=0,05, com intervalo de confiança de 95%. Verificou-se que a maioria das habitações estudadas tinha condições de habitabilidade, embora a concentração de vários poluentes possam sugerir a oportunidade de efetuar intervenções que melhorem a sua qualidade, controlando as fontes poluentes e promovendo uma maior ventilação. Foi identificado também algumas relações entre a qualidade do ar interior e sinais, sintomas e doenças, nos ocupantes dos edifícios. Os locais de trabalho revelaram valores elevados e preocupantes de CH2O, muito provavelmente devido às recentes requalificações e também devido ao novo mobiliário/equipamento que foi adquirido, pelo que é imperioso tomar medidas rápidas de eliminação ou diminuição das concentrações no interior dos edifícios avaliados, para níveis abaixo do valor limiar de proteção legislado. Estes resultados demonstraram a oportunidade de efetuar intervenções corretivas, nomeadamente reduzindo as fontes emissoras e promovendo uma maior ventilação, principalmente a natural, de forma a que seja reduzida a exposição dos trabalhadores a situações de risco. Existe um longo caminho a percorrer na minimização dos impactes na saúde resultantes da exposição aos fatores de risco ambientais, designadamente aos agentes químicos. É essencial apoiar o desenvolvimento de investigação aplicada e multidisciplinar, no sentido de se avaliarem as causas, os mecanismos e os efeitos nas várias vertentes do binómio ambiente e saúde. Deve-se também apostar na divulgação dos resultados e conclusões das diversas investigações que se vão fazendo sobre esta temática, no sentido de se promover uma melhor informação. Finalmente, é fundamental definir orientações de prevenção, controlo e redução dos riscos inerentes, no sentido da salvaguarda da saúde e segurança de todos os trabalhadores.
- Relatório pedagógico da unidade curricular de “Educação ambiental para o desenvolvimento sustentável”Publication . Ferreira, Ana Maria da Conceição
- Sumário da aula "Qualidade do ar interior"Publication . Ferreira, Ana Maria da Conceição