Browsing by Author "Alencar, Amanda de Andrade"
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- O efeito da ansiedade e da depressão nas funções cognitivas ao longo do envelhecimentoPublication . Alencar, Amanda de Andrade; Fernandes, CarinaO envelhecimento está associado a um maior risco de declínio cognitivo e doenças neurológicas. Por sua vez, a presença de depressão e ansiedade nesta fase da vida parece ser um fato de risco acrescido a défices cognitivos. Com base nestas evidências, a presente investigação teve como objetivo correlacionar os níveis de depressão/ansiedade com o desempenho cognitivo em indivíduos adultos de diferentes faixas etárias, bem como analisar as funções cognitivas mais afetadas pelo envelhecimento. Para este efeito, 45 jovens adultos, 61 adultos de meia-idade e 48 idosos realizaram uma avaliação neurocognitiva composta por um conjunto de testes e escalas de autorrelato, para avaliar o desempenho cognitivo e a sintomatologia psicopatológica. Especificamente, todos os participantes responderam os seguintes instrumentos: Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS); Montreal Cognitive Assessment (MoCA); Trail Making Test (TMT); INECO Frontal Screening (IFS); Corsi Block-Tapping Task (CBTT); Teste de Fluência Semântica e Fonémica e Brief Symptom Inventory (BSI). Em geral, os resultados evidenciaram que o envelhecimento afeta alguns domínios da cognição, como a memória, funções executivas, atenção e velocidade de processamento, e preserva outros, como a produção de linguagem, o conhecimento verbal e o vocabulário. Os grupos não diferiram significativamente quanto aos resultados da HADS, sugerindo que o envelhecimento não está associado a um aumento da incidência de perturbações do humor. No entanto, apesar de não se verificar uma correlação significativa entre níveis de depressão/ansiedade e o desempenho cognitivo nos jovens e adultos de meia-idade, os níveis de ansiedade correlacionaram-se negativamente com o desempenho cognitivo no grupo mais velho. Estes resultados destacam o impacto negativo da ansiedade nas funções cognitivas durante uma fase do ciclo vital em que estas funções já são particularmente vulneráveis. Esta vulnerabilidade pode ser observada mesmo em idosos cognitivamente saudáveis, como evidenciado pela amostra deste estudo. Desta forma, os nossos resultados reforçam a relevância de se continuar a investigar as perturbações do humor no envelhecimento, e de criar estratégias eficazes para prevenir défices cognitivos ao longo do ciclo vital.