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De acordo com a literatura existente no domínio do stress ocupacional, os profissionais da saúde constituem, sem dúvida, um grupo profissional especialmente afectado por este quadro.
A presente investigação aborda o conceito de stress nos profissionais de saúde, estabelecendo como objectivos a avaliação do nível de stress e a análise do modo como esta problemática se manifesta nos indivíduos constituintes da amostra, tendo em conta determinadas variáveis demográficas como o sexo, a categoria profissional, o exercício de funções de chefia e o tipo de turno praticado.
Após uma revisão dos principais modelos teóricos e conceptuais no domínio do stress, a par de uma abordagem à questão do trabalho por turnos, pelo facto de ser uma modalidade de trabalho intimamente relacionada com a população em estudo, apresenta-se um estudo empírico realizado com uma amostra de 180 profissionais de saúde, dos quais 48 são médicos, 79 enfermeiros e 53 administrativos, de instituições privadas do Norte do País, à qual foi administrada a escala “Fontes de Pressão no Emprego” do “Occupational Stress Indicator” de Cooper, Sloan e Williams (1988), parcialmente adaptada ao contexto português, tendo sido retirados 3 itens da escala original e alterados outros ao nível da linguagem.
Procedeu-se à avaliação das qualidades psicométricas da respectiva escala, através do estudo da fidelidade, validade e sensibilidade. Relativamente à fidelidade, as subescalas e a escala total apresentaram alfas de Cronbach com valores entre 0,72 e 0,95 revelando, assim, uma boa consistência interna. No que respeita à validade, foi efectuada uma análise factorial em componentes principais, com rotação varimax, onde se obtiveram seis factores, sendo estes responsáveis por 48,223% da variância total explicada.
No que se refere à sensibilidade, a escala apresenta um boa sensibilidade, em que os valores da média e mediana estão bastante próximos e os coeficientes de assimetria e de curtose não ultrapassam a unidade, mostrando-se, assim, sensível na discriminação dos sujeitos.
Os resultados obtidos demonstraram e existência de um nível moderado de stress ocupacional nos profissionais de saúde. Nos testes de diferenças de médias efectuados, foram evidentes algumas diferenças significativas nos níveis de stress em função das variáveis como o sexo e a categoria profissional, pelo que se pensa ter atingido um dos objectivos propostos: constatar a influência de determinadas variáveis sócio-demográficas nos níveis de stress ocupacional dos profissionais de saúde de instituições privadas no Norte do país.
Finalmente, os resultados são discutidos, ao tempo que são apresentadas algumas propostas de intervenção, no sentido de se desenvolver e aprofundar esta temática, neste domínio concreto, por forma a identificar as principais fontes de pressão no emprego e, assim, intervir, prevenindo este tipo de problema neste grupo profissional específico.
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Monografia apresentada à Universidade FErnando Pessoa para obtenção do grau licenciada em Psicologia Social e do Trabalho