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O artigo analisa a dimensão transnacional da cidadania da União Europeia (UE), destacando
o seu simbolismo político ao tentar representar os conceitos de pertença ao nível
nacional. Apesar de alguns resultados significativos, a cidadania da UE depara-se com
importantes lacunas que toldam a sua ambição, reduzindo-a a uma dimensão limitada.
A cidadania da UE é analisada sob um duplo ponto de vista conceptual. Primeiro, é avaliada
quanto ao impacto produzido na lealdade política dos cidadãos. Dados retirados
do Eurobarómetro, bem como outros dados estatísticos, são passados em revista para
perceber de que forma se ancoram as lealdades dos cidadãos (ao nível da União, ao
nível nacional, ou até ao nível regional). Os dados empíricos pretendem avaliar a cidadania
da UE quando medida ao nível do seu impacto junto dos cidadãos. Catorze anos de
cidadania europeia fornecem um lastro suficiente para o efeito. Em segundo lugar, faz
sentido interrogar se a cidadania da UE – enquanto cidadania complementar – está servida
dos ingredientes suficientes, tendo em conta o entendimento comum de que a cidadania
se relaciona com a dialéctica entre impostos e representação. Por esta via, uma
abordagem normativa da cidadania da União desafia o que está positivado no Tratado
da União Europeia (TUE). As democracias liberais sustentam-se (entre outros aspectos)
no princípio que impede a aplicação de impostos sem prévia representação (e consentimento)
parlamentar. Neste artigo faz-se uma extensão do princípio, para interrogar se
a ausência de significativos poderes de fixação de impostos da UE não é um obstáculo a
uma dimensão efectiva da cidadania supranacional. No fundo, trata-se de averiguar se a
cidadania da UE é credível e eficaz se os cidadãos não pagam impostos à UE.
At the outset, the paper briefly addresses European Union (EU) citizenship as enshrined
in the Treaty on the European Union. Attention is paid on its transnational nature. The
political symbolism attached to EU citizenship is also emphasised, as it tries to emulate
national concepts of belonging at the EU level. Despite some achievements, flaws are
nevertheless a major setback on the EU ambition for supranational citizenship’s limited
scope.European Union citizenship is addressed through a twofold conceptual lens. On
the one hand, it is measured in terms of the impact on citizens’ loyalties. Eurobarometer
and other statistical data are scrutinised to draw a picture on whether citizens drive their
loyalties to the EU or to the national (or even regional) levels. Therefore, empirical data
provide an assessment of EU citizenship outcomes. Fourteen years of EU citizenship is
a considerable time span to make this assessment. On the other hand, the paper asks
whether the attempt to forge a complementary citizenship is out of context, considering
the common understanding that citizenship is connected with taxation and representation.
Thus, a normative approach of EU citizenship is also a reason of concern.
Liberal democracies are supported (among other things) upon the “no taxation without
representation” principle. I draw an extension of the aforementioned principle and ask
whether the absence of significant EU taxation powers is an obstacle to effective supranational
citizenship. Thus, the research question is whether EU citizenship is credible and
effective if citizens don’t pay taxes to the EU?
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Antropológicas. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa. ISSN 0873-819X. 11 (2009) 93-109.