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- Análise quantitativa e a perceção do doente sobre a fonação e deglutição no cancro da orofaringePublication . Vieira, Daniela de Oliveira; Monteiro, Eurico; Dinis-Ribeiro, MárioO cancro de cabeça e pescoço é o quinto mais comum entre todas as localizações, tendo o da orofaringe, na hipotética associação com a infeção por Vírus do Papiloma Humano (HPV) uma expressão crescente. Para os tumores com esta localização e com comprovada associação com o HPV o tratamento não cirúrgico é preferencial. O impacto da quimioradioterapia na deglutição e voz tem vindo a ser descrito, contudo a relação entre as medidas objetivas de avaliação da fonação e da deglutição e a perceção do doente ainda é controversa. Assim, o principal objetivo foi compreender qual a relação entre as medidas quantitativas e a perceção do doente com cancro da orofaringe, submetido a tratamento com radio e/ou quimioterapia. Para ajudar a melhor caracterizar este impacto realizou-se uma revisão sistemática, em agosto de 2020 (capítulo II), acerca do estado da arte englobando todas as publicações que incluíssem estudos sobre a temática acima mencionada. Foram selecionados 25 estudos, mas apenas um deles abordava a área da fonação, sendo os restantes sobre a deglutição. Os métodos de avaliação objetiva selecionados foram essencialmente dois, a videoendoscopia da deglutição e a videofluoroscopia da deglutição, mas os procedimentos para a sua realização e a multiplicidade de questionários utilizados não permitiram a realização de uma correta meta-análise, tornando-se por esta razão desafiante a comparação de resultados. Foi, contudo, possível compilar três principais focos: 1) as medidas fisiológicas; 2) as habilidades oromotoras; e 3) os aspetos relacionados com a segurança na deglutição, aspetos que comprovadamente melhor se correlacionavam com a perceção auto-reportada pelos doentes. Seguidamente, conduziu-se uma análise qualitativa (capítulo III), com recurso à técnica de entrevista semi-estruturada, dirigida a doentes (Instituto Português de Oncologia do Porto), otorrinolaringologistas (de diferentes hospitais portugueses) e terapeutas da fala Análise quantitativa e a perceção do doente sobre a fonação e deglutição no cancro da orofaringe (de diferentes hospitais portugueses) com experiência no tratamento e no acompanhamento de doentes com este tipo de patologia. Das entrevistas emergiram dois temas principais: a deglutição e a voz. No que à deglutição diz respeito, aspetos como seleção dos alimentos, o tempo da refeição, o prazer com a alimentação, o desejo de comer, a restrição de contactos sociais e familiares, o receio e a incerteza, bem como a presença de sintomas relacionados com disfagia evidenciaram ter um impacto negativo na qualidade de vida (QdV). No que se refere à voz, as alterações qualitativas, a diminuição da eficácia comunicativa e o número de interações a nível social, laboral e familiar, bem como as dificuldades sentidas, por não se conseguirem fazer compreender pelo recetor, especialmente em locais ruidosos ou ao telefone, foram os aspetos mais notórios. Os dados obtidos foram semelhantes entre os três grupos (doentes, otorrinolaringologistas e terapeutas da fala), ou seja, os profissionais de saúde manifestaram ter conhecimento sobre as principais sequelas, mas não em termos de intensidade e da experiência de viver com disfagia e disfonia. Prosseguiu-se depois com um estudo transversal (capítulo IV) numa coorte de 38 doentes oncológicos, do Instituto Português de Oncologia do Porto, tratados com quimioradioterapia, com intenção curativa e livres de doença há pelo menos um ano, a fim de caracterizar a perceção auto-reportada pelos doentes e a sua relação com os dados sociodemográficos e clínicos. Os resultados dos questionários demonstraram alterações tanto na QdV geral, como na QdV relacionada com a disfagia e/ou a disfonia, sendo que quando utilizados instrumentos específicos para sintomas, as alterações funcionais foram mais evidentes. Não foram, contudo, encontradas correlações consistentes entre os dados auto-reportados e as variáveis sociodemográficas e clínicas. Apesar disso, este estudo permitiu compreender que mesmo quando a quimioradioterapia não é dirigida à região laríngea, observou-se um claro comprometimento nas funções de fonação e deglutição em que este órgão está envolvido. No final do documento fez-se uma análise mais detalhada da relação entre a avaliação objetiva e subjetiva. Para tal foi realizado um estudo transversal (capítulo V), com 38 doentes, do Instituto Português de Oncologia do Porto, submetidos a quimioradioterapia por tumores da orofaringe, tendo todos sido submetidos a avaliação endoscópica da deglutição e responderam a três questionários (EORTC-C30, EORTC-HN43 e SWALQOL). A disfagia revelou-se uma sequela relevante e por isso, de suma importância quando analisadas as sequelas do tratamento destes doentes. A presença de resíduos para Análise quantitativa e a perceção do doente sobre a fonação e deglutição no cancro da orofaringe todas as consistências ingeridas, indiciaram ineficácia dos mecanismos de limpeza faringolaríngea, associada a múltiplas deglutições por bolus e a maior risco de aspiração. O aumento da viscosidade teve impacto no aumento dos resíduos. Apesar dos achados, a tosse foi um sintoma pouco frequente. Observou-se também um tempo de resposta faríngea aumentado e uma diminuição do tempo de encerramento das vias aéreas inferiores. Encontraram-se correlações entre o resultado global do HN43 e as variáveis de segurança e de eficiência da deglutição. Para as variáveis fisiológicas não foram encontradas correlações. Relativamente ao questionário SWAL-QOL, apesar de identificar alterações da deglutição não foi possível constatar um padrão de correlações com os dados da videoendoscopia da deglutição. O resultado global do C30 e do HN43 relacionaram-se com as variáveis de segurança. Para as variáveis de eficiência algumas das escalas dos três questionários mostraram correlações significativas. Apesar da inconsistência destas correlações, tanto a avaliação objetiva como subjetiva indicaram alteração da função de deglutição. A mesma coorte de doentes (capítulo VI), do Instituto Português de Oncologia do Porto, foi sujeita a avaliação vocal, por meio de análise acústica, avaliação áudio-percetiva com classificação pela GRBAS e análise da ressonância, bem como através do VHI-9i. Os dados recolhidos evidenciaram perturbação vocal, indicativa de disfonia. Contudo, apenas os doentes com incapacidade severa medida pelo VHI-9i obtiveram valores de índice de severidade de disfonia indicativos de perturbação. De uma forma global, os doentes que realizaram quimioradioterapia por cancro da orofaringe apresentaram shimmer superior a 3% e jitter superior a 1% e tempo máximo de fonação inferior a 10 segundos. Os valores de F0 também se mostraram alterados. O tempo após tratamento e a realização de terapia da fala tiveram um impacto positivo nos resultados. Os valores de análise acústica, mesmo após um período considerado longo mantiveram-se perturbados. As medidas de intensidade e de ruído (HNR) não foram eficazes na deteção de disfonia, mas pela análise dos resultados de índice de severidade de disfonia mais de 10% dos participantes no presente estudo têm disfonia. A avaliação com a GRBAS identificou mais de 31% de alterações, bem como na análise da ressonância. O VHI-9i identificou 50% de participantes com incapacidade vocal, contudo na correlação com os dados objetivos, as avaliações parecem mostrar dados distintos, mas complementares. Concluiu-se que apesar das inconsistências entre a avaliação objetiva e subjetiva, observada na revisão sistemática, alguns parâmetros fisiológicos, biomecânicos e de Análise quantitativa e a perceção do doente sobre a fonação e deglutição no cancro da orofaringe segurança evidenciaram uma relação com a perceção do doente. Quer os doentes, quer os profissionais de saúde (terapeutas e otorrinolaringologistas) reportaram sequelas funcionais na fonação e na deglutição semelhantes. Os questionários de avaliação da perceção permitiram recolher estes dados, facilitando a monitorização e uma ação preventiva no tratamento destes doentes. Dos dados recolhidos da amostra estudada observou-se pobre correlação entre as medidas objetivas e subjetivas da deglutição e da fonação.
- Aceitação estética de tratamentos com diamino fluoreto de prata em pacientes pediátricos: investigaçãoPublication . Martins, Geovanna Rafael; Macho, VivianaObjetivo: Perceber a relevância do conhecimento relativamente ao tratamento com diamino fluoreto de prata na tomada de decisão para aceitar a intervenção; compreender o nível de importância que a estética da sua criança influência os responsáveis na escolha do tratamento e entender se, após ser informado dos benefícios do tratamento, os participantes tomariam decisões diferentes. Materiais e métodos: Estudo observacional, transversal, com a aplicação de três questionários aos pais das crianças utentes da clínica da Universidade: sociodemográficos dos responsáveis; após observação de imagens contendo crianças tratadas com diamino (antes e depois), e após a explicação das indicações/contraindicações do produto. A investigadora esclareceu perguntas dos participantes e entregou uma ficha explicativa. A amostra foi constituída por 36 participantes. Os dados foram analisados através do software estatístico IBM SPSS. Resultados: Verificou-se que 97,2% acharam “importante” ou “muito importante” tratar os dentes temporários. Após a explicação sobre o diamino 61,1% dos responsáveis, optariam pelo tratamento mesmo cientes do comprometimento estético, para evitar uma situação de sedação ou anestesia geral. Observou-se que a seguir à explicação das informações sobre o diamino, 66,7% dos pais autorizariam o tratamento em dentes posteriores, resultando em uma mudança de opinião em 50 % dos casos, com significância estatística (p=0,001). Conclusões: A coloração nos dentes posteriores é mais aceitável para os pais, do que comparado com manchas nos dentes anteriores. Apesar da resistência, a maioria dos pais acham que o diamino fluoreto de prata é um tratamento mais rápido e menos invasivo, não valorizando a estética em casos em que não exista a cooperação da criança, principalmente em dentes posteriores.
- Aplicação clínica das resinas compostas Bulk-Fill: revisão narrativaPublication . Rezki, Cirine; Monteiro, BeatrizAs resinas Bulk-Fill apareceram no mercado para colmatar as dificuldades apresentadas pelas resinas convencionais, nomeadamente o problema da contração de polimerização e consequente técnica sensível (incremental). O termo “Bulk-Fill” significa resina de preenchimento único. São utilizadas nos dentes posteriores em incrementos de 4 a 5 mm contrariamente às resinas compostas convencionais que permitem apenas incrementos de no máximo 2mm de espessura. Estão disponiveis no mercado em duas formas, resina Bulk-Fill fluída, usada como base de cavidades e resina Bulk-Fill com viscosidade média, indicada para restaurações de cavidades classe I e II. Esta técnica restauradora com resinas Bulk-Fill é considerada na literatura como uma alternativa e não uma substituição da técnica incremental. Mostram-se necessários mais estudos que visem determinar com maior fiabilidade as propriedades mecânicas das resinas Bulk-Fill, para que seja possível ter maior segurança e evidência quanto ao seu desempenho clínico. Foi executada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e Science Direct, no período compreendido entre Novembro de 2022 e Fevereiro de 2023 utilizando as seguintes palavras chave: bulk-Fill composite resin; depth of cure; degree of conversion; polymerisation shrinkage. Foi utilizado o operador booleano AND, fazendo diferentes combinações com as palavras. Foram estabelecidos critérios de inclusão e de exclusão para a seleção dos artigos. Esta revisão narrativa tem como objetivo avaliar a evidência científica capaz de suportar a aplicação clínica das resinas Bulk-Fill, nomeadamente as suas indicações, vantagens e desvantagens relativamente às resinas convencionais, para dar resposta à questão, qual é a eficácia clínica das resinas Bulk-Fill na restauração de dentes posteriores?
- Terapia fotodonâmica para desinfeção canalar com recurso à curcumina como fotossensibilizador: revisão narrativa qualitativaPublication . Parente, Gabriela Cezar; Martins, Luís FrançaIntrodução: A Terapia Fotodinâmica vem sendo estudada para otimizar a eliminação bacteriana após o preparo químico mecânico, utilizando fotossensibilizadores sintéticos que frequentemente causam pigmentação do remanescente dentário, podendo comprometer estéticamente. Objetivos: Realizar uma comparação entre os principais fotossensibilizantes utilizados e a Curcumina, avaliando se a substância pode ser considerada uma alternativa eficaz com menos efeitos adversos. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos publicados nos últimos 23 anos. Procedeu-se ao levantamento de artigos nas bases de dados PubMed, B-On e Elsevier utilizando diversas combinações de termos MeSH e palavras-chave. Os critérios utilizados para inclusão das publicações foram: (a) artigos publicados em língua inglesa e portuguesa, (b) publicações realizadas nos últimos 23 anos, (c) ensaios clínicos, pesquisas in vitro e revisões da literatura. Conclusão: A curcumina apresenta bons resultados como fotossensibilizante no que tange à capacidade de desinfeção em concentrações seguras e sem efeitos adversos, além do facto de ser compatível com fontes de luz que não demandam altos investimentos. Atualmente não existe um protocolo de atuação padronizado para emprego da terapia fotodinâmica como adjuvante na desinfeção canalar, porém a curcumina apresenta um potencial que deve ser levado em consideração. Conclui-se que devem ser realizados mais estudos para avaliar a viabilidade do uso da curcumina como fotossensibilizante, considerando as vantagens e propriedades já descritas na literatura.
- Terapia a laser no tratamento de disfunção temporomandibular e dor orofacial: revisão narrativaPublication . Travolo, Claudia Regina Franchi; Lameiro, JoanaIntrodução: A dor orofacial, tendo muitas vezes origem somática, constitui um aspecto importante no tratamento dentário, bucal e facial, podendo manifestar-se com dores superficiais ou profundas. As disfunções temporomandibulares (DTM), podem ser divididas em disfunções musculoesqueléticas e articulares, sendo que ambas podem ser consideradas manifestações de dor orofacial profunda. A sua etiologia é controversa e o seu tratamento é consequentemente complexo e multifatorial. Objetivo: Com este estudo pretende verificar-se a vantagem da utilização da terapia a laser no tratamento de disfunção temporomandibular e dor orofacial. Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura com base em artigos publicados no período entre 2002 e 2022. Conclusões: A laserterapia mostra-se como um tratamento benéfico para DTM. No entanto, estudos futuros devem considerar uma análise comparativa entre o laser de baixa intensidade e outras modalidades terapêuticas, com vista a demonstrar a sua utilidade para o tratamento da dor em longo prazo.