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- Masculinidade hegemónica e luto parentalPublication . Moniz, Beatriz Pereira Costa Bairros; Santos, LuísO luto parental resulta do significado atribuído à forma como o luto é vivenciado por pais enlutados. A masculinidade hegemónica, por sua vez, está associada à noção de “homem alfa”, onde o homem não deve apresentar vulnerabilidade e fraqueza, não sendo aconselhado que o mesmo expresse emoções como tristeza, mas apenas emoções de índole negativa, como a raiva. O presente estudo segue uma metodologia qualitativa, de cariz fenomenológico descritivo, que descreve as experiências de homens que perderam um/a filho/a e contextualiza a emergência, o desenvolvimento e a avaliação de experiências de ajustamento psicossocial. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, em formato online, a 4 homens pais enlutados, com idades compreendidas entre os 56 e os 84 anos, que perderam um/a filho/a há mais de 3 anos. Os resultados foram interpretados à luz da análise temática, sendo que os discursos dos participantes foram organizados em 6 temas principais e respetivos subtemas: a) o momento da notícia da morte; b) como se enfrenta a morte pela perda de um/a filho/a; c) últimas recordações; d) reconhecimento e aceitação da necessidade de ajuda; e) as mudanças; f) conselhos de um pai em luto. Os resultados obtidos sugerem que a perda de um/a filho/a é um acontecimento que desestrutura todas as áreas da vida de um pai. Das interpretações dos discursos apurados nas entrevistas, observa-se que estas fortificam a noção de que a reação e expressão de emoções e sentimentos de vulnerabilidade, tristeza e fraqueza, mesmo em situações de luto pela perda de um/a filho/a, são influenciadas pelo ideal de masculinidade hegemónica, o que condiciona a normalização da exposição das suas emoções, dificuldades e, consequente, necessidade de ajuda.
- Trabalho sexual, estigma e saúde: discursos e percursos de profissionais portugueses/asPublication . Cordeiro, Ana Luísa Ferreira; Santos, LuísO trabalho sexual pode ser entendido como o prestar de serviços sexuais em troca de dinheiro, bens ou outros serviços, sendo as partes envolvidas o/a trabalhador/a do sexo e o/a cliente. Comummente conhecida como prostituição, esta atividade é praticada por um conjunto diverso de pessoas, nos mais distintos contextos, com diferentes experiência e vivências, e à qual está fortemente associada um estigma. O presente estudo descreve um conjunto de experiências de ajustamento psicossocial relacionadas com o exercício de trabalho sexual de profissionais portugueses/as, contextualizando a sua emergência, e discute a relação entre esta ocupação laboral, alvo de estigma social, e a saúde mental. Foram realizadas três entrevistas online, em profundidade, semiestruturadas, a pessoas com idades entre os 25 e os 44 anos, que se apresentaram como trabalhadores/as sexuais. A análise temática foi o método utilizado para analisar os discursos dos/as participantes, os quais foram organizados em dois temas: i) Percursos no trabalho sexual: Emergência, estigma e balanço geral; ii) Trabalho sexual: Ajustamento psicossocial e saúde mental. Os resultados obtidos apontam para a emergência do trabalho sexual com base em situações psicossociais vulneráveis e motivações de ordem financeira e psicológica. Apontam, ainda, para a existência e utilização de diversas estratégias de coping, de modo a enfrentar um trabalho socialmente estigmatizado. A presença de problemas de caráter psicológico, anteriores ou decorrentes do trabalho sexual, deve ser percebida à luz das especificidades desta atividade laboral e das vicissitudes de cada participante, não podendo ser inferida uma relação simples de causalidade entre trabalho sexual e precarização da saúde mental.
- Moda e sustentabilidade: sustentabilidade, gestão da marca e determinantes da escolha do consumidorPublication . Rodrigues, Beatriz Chelinho; Fonseca, AnaNo estudo apresentado, propomo-nos analisar o tema da sustentabilidade no setor da moda. Um assunto de grande relevância na atualidade, uma vez que o setor da moda é responsável por danos ambientais e humanos, e por isso, engloba várias áreas de estudo, desde questões ambientais, a sociais e económicas. Segundo a Comissão Brundtland das Nações Unidas, a Sustentabilidade define-se como “atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”. Reconhecemos o impacto positivo das novas tecnologias no nosso quotidiano, porém o lado negativo faz-se também sentir. Certos avanços tecnológicos levaram a um consumo desenfreado de recursos naturais, perturbando assim o equilíbrio ecológico. Hoje em dia, vivemos numa sociedade consumista, onde o conceito de “Fast-Fashion” tomou proporções problemáticas. Um dos sectores que mais poluição provoca é a produção têxtil. Marcas conhecidas do nosso público como por exemplo: Zara, H & M, entre outras, elegem o continente asiático como local de produção por este oferecer preços mais competitivos. Além disso, representa uma ameaça significativa para o meioambiente, por ser extremamente poluente. Uma das soluções encontradas foi optar pelo investimento em práticas sustentáveis. Deste modo, as indústrias da moda procuram cada vez mais assumir um compromisso mais responsável. Comprometem-se a investir numa produção mais sustentável e criam campanhas com o objetivo de guiar o consumidor a adotar um comportamento mais consciente. Nesta presente investigação, segundo os resultados obtidos a sustentabilidade ainda não se encontra suficientemente integrada no quotidiano dos consumidores de moda. Além de estarem atentos ao período difícil pelo qual estamos a ultrapassar, ainda existem lacunas que não os convencem a 100% de que as práticas de sustentabilidade podem resolver certos problemas existentes. No entanto, com a chegada da Covid-19, muitos consumidores se conscientizaram das dificuldades que se poderiam adicionar e começaram a prestar mais atenção ao seu próprio lado consumista. Nisto tudo, as marcas também têm um papel importante em jogo, sobretudo as de fast-fashion. Pois mesmo adicionando a sustentabilidade ao seu plano de negócios e aplicando novas práticas sustentáveis, dando à marca uma melhor imagem e que se preocupa com o bem-estar, é necessário, ou até essencial, não só fazer passar a mensagem, mas também mostrar e comunicar com os seus clientes das novidades propostas. Como explicado no caso de H&M. Dar ao consumidor o conhecimento, é um ponto importantíssimo, não só para contribuir à imagem da empresa como também contribuir para que os consumidores comecem a aderir a estes novos ideais que podem mudar o mundo.
- Crime empresarial e a criminologia: os mecanismos de imputação penal no compliance criminalPublication . Santos, Tatiana Duarte Brandão dos; Ramalho, JoaquimA presente investigação tem como objetivo geral mostrar a importância do instituto do compliance criminal sob o ângulo criminológico e político criminal, situar no plano dogmático. Desdobramentos da presença do compliance em termos da responsabilidade penal e efetividade no combate de delitos realizados por pessoas coletivas. Objetivos específicos são neste caso: análise da legislação especial, crimes imputados às pessoas coletivas, medidas realizadas após condenação se estas são efetivas para o combate a ocorrência de crimes (mudanças na política de compliance ou introdução do mesmo) e a efetividade ou não das atenuantes por introdução do compliance. Questões centrais de investigações acredito que são: Procedimentos de compliance criminal como instrumento de mitigação dos ilícitos corporativos, se esse instrumento é realmente eficaz para a prevenção da criminalidade moderna ? E como ocorre a imputação penal da pessoa coletiva? Qual a responsabilidade da pessoa coletiva e do colaborador que cometeu o ilícito? O compliance criminal ajuda a coibir condutas danosas de colaboradores e gestores que violam leis e trazem prejuízos para a instituição? O compliance criminal ajuda no combate à fraude organizacional e à corrupção? A abordagem da pesquisa que iremos utilizar será qualitativa, pois exploraremos as informações por meio de dados de texto e imagem, que nos permitirá um olhar mais subjetivo e profundo. Com uma abordagem mais ampla, que nos faz explorar o fenômeno do compliance criminal e compreender o porquê, como ocorre, quais fatores o influenciam e como evitar o cometimento de crimes pela pessoa coletiva (Lakatos e Marconi 1989). Caráter da pesquisa (natureza) será o método de investigação de caráter descritivo e qualitativo, que envolve uma avaliação mais aprofundada das informações coletadas em um determinado estudo. A pesquisa será descritiva tem por objetivo descrever as características de uma população, de um fenômeno ou de uma experiência. Vamos procurar explicar a relação entre a causa e o efeito do compliance criminal (Lakatos e Marconi 1989). O estudo será transversal, a pesquisa é realizada em um curto período de tempo, em um determinado momento. O método de pesquisa a usar será a análise documental da literatura (bibliográfica) do tema, documentos institucionais mantidos em arquivos de empresas, órgãos públicos e outras instituições, documentos jurídicos e jurisprudência (documentos oficiais) de casos verídicos. Documentos com teor jurídico, como julgados e jurisprudências serão. utilizados, sendo a documentação tanto impressa quanto eletrônica de acesso público na parte da análise de casos. Na parte empírica do estudo, esta se utilizará da realização de entrevistas semi-estruturadas aos participantes profissionais ou advogados que trabalhem e estudem na área de compliance de dois países diferentes (Portugal e Brasil). A seleção da amostra será da jurisprudência de 4 (número da amostragem) casos de compliance criminal de empresas diferentes e de continentes distintos: Siemens (América do norte - E.U.A.), Grupo BES/GES (Europa - Portugal), Parmalat (Europa -Itália) e Odebrecht (América do Sul - Brasil) (Lakatos e Marconi 1989).